Prosimetron
sábado, 16 de abril de 2011
Jazz
A Orquestra Duke Ellington toca no CCB, dentro de 40 minutos. Mesmo sem ele, é de não perder.
Numa cadência de enigma
entrecortada de espasmos
saltos berros mil ruídos
o jazz canta a saudade
dum sonho que não se sabe.
Chora o jazz a velha perda
dum paraíso qualquer
algum dia abandonado
e no seu ritmo diverso
langoroso e crepitante
martelado e insistente
triste e cheio de alegria
passa a sombra dolorosa
do que há muito está perdido.
Adolfo Casais Monteiro
In: Poesias completas. Lisboa: Imp. Nac.-Casa da Moeda, 1993, p. 35
CENAS PORTUGUESAS - 20
Esta manhã, numa estação de metro, fiquei fascinado com esta jovem aderente do estilo Lolita e fotografei-a subrepticiamente como se pode ver. É fantástico como este estilo de que a minha irmã e primas fugiam a sete pés é agora abraçado pelas jovens mais radicais.
Biografias, autobiografias e afins - 100
Nem sequer o folheiei, até porque o meu interesse é diminuto :), pelo que fico à espera do juízo crítico de algum outro prosimetronista.
Cinenovidades - 182 : Scream 4
Sou um grande apreciador de filmes de terror e não sou o único prosimetronista ( pois não, MLV? ), e estou por isso ansioso para ver este Scream 4, continuação daquela que foi uma das melhores trilogias de terror dos anos 90 que assim passa a tetralogia novamente com realização de Wes Craven. Teve estreia ontem nos States e para a semana chega às nossas salas.
...gritaram às estrelas - João de Deus
Lá fora - 104 : Os Dufy
Jean Dufy, Assiette de fruits et bouquet de roses à l'atelier, 1927, óleo sobre tela, 73x92cm.
Raoul Dufy, Intérieur à la fenêtre, 1928, óleo sobre tela.
Não são só os irmãos Caillebotte que estão em destaque na capital francesa, mas também os Dufy- Raoul e Jean, ambos pintores e cujas semelhanças e diferenças podem ser vistas nas cerca de 100 telas que estão expostas no Marmottan - Monet desde há dois dias.
Raoul et Jean Dufy, complicité et rupture, no Musée Marmottan-Monet, de 14 de Abril a 26 de Junho, Paris.
Leituras no Metro - 54
Siena: Palio
http://thelondonbluebird.files.wordpress.com/2010/10/siena-1.jpg
Veneza: Hotel Danieli
http://danieli.hotelinvenice.com/
Dominique Bona - Clara Malraux: «Nous avons été deux». Paris: Bernard Grasset, 2010, p. 92
Novidades - 180 : Um thriller crístico...
Bom dia !
Uma peça de André Grétry, compositor pouco conhecido actualmente mas que foi imensamente popular no seu tempo e um dos preferidos de Maria Antonieta.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
PENSAMENTO(S) - 168
- Jacques Derrida
Descobri recentemente estas últimas palavras de Derrida ( 1930-2004 ), escritas para serem lidas no seu funeral e que são um magnífico auto-obituário.
Vanitas Contemporâneas - 1
Um artista russo contemporâneo que é um forte crítico da sociedade de consumo que também na Rússia faz o seu caminho.
Ler e digerir
J. C. Leyendecker (1874-1951) - Man reading a book, 1916
J. C. Leyendecker (1874-1951) - anúncio para as camisas Arrow
«To read without reflecting is like eating without digesting.»
Edmund Burke (1724-1797)
O Inverno das raposas
A primeira bandeira de Angra do Heroísmo
Reza a tradição que esta bandeira foi bordada pelas mãos de D. Maria II. De um lado as armas nacionais, do outro as antigas armas de Angra do Heroísmo.
Um quadro por dia - 155
Porque começa hoje mais um festival Dias da Música no Centro Cultural de Belém, subordinado ao tema Da Europa ao Novo Mundo 1883-1945 e com a Repúblic Checa como país convidado. E pela primeira vez o concerto de abertura é com uma obra de um compositor português: Paraísos artificiais, de Luís de Freitas Branco.
O programa completo aqui : http://www.ccb.pt/
Leituras no Metro - 53
Paolo Uccello (1397–1475) - Battaglia di San Romano: Niccolò da Tolentino alla testa dei fiorentini
Londres, National Gallery
Paolo Uccello (1397–1475) - Battaglia di San Romano: Disarcionamento di Bernardino della Ciarda
Florença, Uffizi
Paolo Uccello (1397–1475) - Battaglia di San Romano: Intervento decisivo a fianco dei fiorentini di Michele Attendolo
Paris, Museu do Louvre
«À peine arrivée à Florence, à l’Hôtel Moderne, Clara envoie un télégramme à sa mère pou lui annocer ses fiançailles. Après quoi, les deux jeunes gens [Clara e André Mlaraux] vont déguster une glace fruitée chez Deneux, rue Tornabuoni. Debute alors le narathon des visites des musées, qui se déroule toujours au pás de course avec Malraux, sous l’aiguillon d’une étrange fièvre. Il court d’un tableau à un autre, comme s’il était en danger, jette un coup d’oeil rapide, revient en arrière, poursuit à la hussarde sa conquête de l’espace et du temps révélateurs. “Je vais acheter des patins à roulettes pour vous suivre”, lui dit Clara epuisée. Bref recueillement devant La Bataille d’Uccello aux Offices – “Regardez ce tableau comme s’il ne contenait pás d’anedocte.” Cimetière de San Miniato al Monte, Sainte-Marie des Fleurs, jardins Boboli… Les deux amoureux se prominent en tourists, éblouis, complices, heureux. De trattoria en café, on les voits beaucoup place de la Seigneurie, près de la sculpture de David. C’est l’été dans la Ville et Malraux, un matin dit: “Comme nous sommes heureux!”»
Dominique Bona – Clara Malraux: «Nous avons été deux». Paris: Bernard Grasset, 2010, p. 89
Auto-retrato(s) - 99
Os impressionistas no atelier de Nadar
«En Abril, los preparativos estaban casi terminados. El moderno local de Nadar, de fachada acristalada, estaba a punto de acoger a una sociedad de pintores radicales, desconocidos. Se acordo echar a suertes el lugar donde se situaria cada obra, y los cuadros se colgaron en dos filas (a diferencia de la politica del Salon de llenar las paredes com cuatro filas), los más grandes arriba y los más pequeños debajo, sobre paredes de yute de un llamativo color rojo sangre. Colgaron La cuna [Le berceau] […] de Berthe [Morisot], junto a Una Olímpia moderna de Cézanne, tal vez com la esperanza de que la imagen castamente arquetípica de la amdre y la criatura apartara al público de la escena burdalesca y primitiva de Cézanne. Otros cuadros expuestos fueron Clase de baile [La Classe de danse], Lavandera [La Repasseuse] y Después del baño [Après le bain] de Degas; Boulevard des Capucines de Monet; la representación por Renoir de un palco de la Ópera, El Palco [La loge]; y Helada blanca [Gelée blanche] y Castaño en Osny [Les Châtaigniers a Osny] de Pissarro. Edmond, el hermano de Renoir que publico el catálogo, le pidió a Monet que le diera una lista de todos los títulos. Para su quadro del amanecer en Le Havre, Monet sugirió, sin duda algo distraído, el título de “impresión”. El quadro apareció com el título de Impresión: Amanecer [Impression: soleil levant].
«La exposición se inauguro el 15 de Abril […] y permaneció abierta hasta el 15 de mayo, tanto por la noche como por la manana, para maximizar el numero de entradas vendidas. La gente se precipitava por la calle des Capucines, empujándose y discutiendo por entrar a aquella exposición. El premier dia acudieron dosckientos visitantes, y unos cien cada uno de los dias siguientes (el dia de la clausura había visitado la expoción un total de tres mil quinientos personas). El público acudia en masa, gritaba de espanto y alertaba a los amigos, que a su vez se mostraban horrorizados. Se armo un escândalo. La nueva clase media acomodada – dueños de grandes alamacenes y demás comerciantes que se habián mudado a los nuevos y elegantes pisos de Haussmann – querían que el arte les aportara la educación de que carecián, y no que las exposiciones les hicieran sentirse elevados, y no que los turbaran com imégenes difíciles de entender. […]»
Sue Roe
In: Vida privada de los impresionistas. Madrid: Turner, 2008, p. 167-168
Monet - Boulevard des Capucines, 1873
Berthe Morisot - Le berceau
Óleo sobre tela, 1873
Paris, Musée d'Orsay
Cézanne - Uma Olímpia moderna
Óleo sobre tela, 1869-1870
Col. particular
Renoir - La loge
Óleo sobre tela, 1874
Londres, Courtauld Institute Galleries
Pissarro - Les châtaigniers à Osny
Óleo sobre tela, 1873
Pissarro - Gelée blanche
Óleo sobre tela, 1873
Paris, Musée d'Orsay
In Memoriam de um Génio!
"Verdadeiramente admirável e celeste foi Leonardo da Vinci, filho de Piero da Vinci, e na erudição e princípios das letras teria tido grande proveito, se não fosse tão diletante e instável. Por isso, pôs-se a aprender muitas coisas que, uma vez começadas, acabava por abandonar [...]".
Vasari, in Grandes Pintores do Mundo, Leonardo da Vinci, Florença:E-ducation.itS.p.A., Firenze, 2007, p.2, (acrescentado às 9:20h).
Apesar de entender as palavras de Vasari, citado no livro indicado, discordo, ainda bem que Leonardo da Vinci foi "diletante", daí a sua genialidade e polivalência.
Ingres, detalhe d' A morte de Leonardo da Vinci, 1818
O rei Francisco I segura a cabeça de leonardo da Vinci
Retirada da wikipedia
Detalhe do quadro A Virgem dos Rochedos, de Leonardo da Vinci,
O Anjo Uriel, versão que está no Museu do Louvre, c. 1483-86.
Wikipedia
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Um quadro por dia - 154
Só podia ser, neste Dia Internacional do Café. Dizem os médicos que moderamente faz muito bem, e eu sigo o conselho :)
Humor pela manhã... - 13
Novidades - 179 : Dissecar os lusitanos...
A nossa vinheta
http://populo.weblog.com.pt/arquivo/idxnvaljube.jpg
O Aljube, antiga cadeia, encerrada em Agosto de 1965, reabre hoje para uma exposição:
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Cela 13
As paredes medem só
inteiriçado corpo no chão
Morrem, ao cabo, em quilha de barco
- Ventre vazio de um porão
na solidão de charco.
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Luís Veiga Leitão
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«Dividiram uma grande sala em pequenas celas, cerca de vinte. Eram os ‘curros’, como lhe chamávamos. Isoladas das janelas por largo corredor. Com portas duplas, sem luz eléctrica até à década de 60, tinham uma curiosa característica. Transformavam um dia de sol numa penumbra cinzenta. Pelo meio da tarde era noite lá dentro. Procuravam-se os objectos aos apalpões de cegos.
«De paredes altas, eram muito estreitas. Um homem não podia estender os braços. O comprimento variava. Havia aquelas onde só o leito cabia, com os seus três passos correspondentes, às intituladas ‘duplas’, para dois ‘hóspedes’ e com oito ou nove pessoas.
«Os móveis eram uma curta tarimba com uma enxerga de dois dedos de palha mal cheirosa; uma almofada do mesmo material, e duas mantas incrivelmente sujas. E por uma tábua onde se colocavam as roupas e alimentos e por onde passavam as baratas.
«Quanto a utensílios, davam apenas um copo de lata e um escarrador pequeno, que era também cinzeiro.»
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José Magro
In: Cartas da prisão: 1. Vida prisional. 2.ª ed. Lisboa: Ed. Avante, 1975, p. 21-22. (Col. Resistência)