Prosimetron
sábado, 10 de julho de 2010
Muito, muito obrigado
A todos os meus amigos um grande abraço de agradecimento pelas amabilidades que me proporcionaram ao longo deste dia. Um "obrigado" que, para ser digno de vós, terá de acabar em pompa e circunstância!
Ad multos annos
Para o Filipe, com um abraço, lembrando o nosso recente e fortuito encontro em Praga, no convento de Santa Inês!
Daí, segui para o Lapidarium, onde se encontra o original desta Paixão, de Peter Parler, para o tímpano da porta lateral da Igreja de Nossa Senhora diante de Tyn.
Pois, a inevitável conexão germânica, com a Musica Antiqua Köln, num trecho muito ouvido na visita papal de Maio.
Esperam-nos...
Marcel Broodthaers (1924-1976) - Casserole et moules fermées
Escultura, 1964
Londres, Tate Modern
Claro que se trata de um artista belga. Há mais esculturas dele com caçarolas e mexilhões (vi uma em Bruxelas), que um outro dia colocarei no blogue.
Cinenovidades - 130 : Inception
Estreia para a semana este Inception do Christopher Nolan, e eu já estou a contar os dias...
Jardins - 4
Não há dinheiro, não há...
PENSAMENTO(S) - 131
Gravado no tempo -3
Jacob Camille Pissarro nasceu nas então Índias Ocidentais Dinamarquesas ( hoje Ilhas Virgens Americanas) em 10 de Julho de 1830 e morreu em Paris em 13 de Novembro de 1903. Foi um dos co-fundadores do impressionismo e o único que participou nas oito exposições do grupo. Era filho de Abraham Frederic Gabriel Pissarro, criptojudeu de família de Bragança, que no século XVI se estabeleceu em Bordéus, para fugir da Inquisição.
.
Os seus temas mais comuns são as paisagens rurais, sendo notáveis também as suas vistas de Montmartre.
Parabéns, Filipe!
As várias Tilas, de Matilde Rosa Araújo
Nos últimos dias tenho lido muita confusão entre dois livros de Matilde Rosa Araújo: O livro da Tila (saído em 1957 nas edições Os Nossos Filhos, e mais tarde com edições na Atlântida, de Coimbra, e nos Livros Horizonte) e O cantar da Tila: poemas para a juventude (cuja 1.ª edição é de 1967, na Atlântida Editora, vindo mais tarde a ser publicado pelos Livros Horizonte).
PASTOR
Meu cão:
Seus olhos castanhos,
Tamanhos
De compreensão.
Meu cão:
Seus olhos castanhos,
Tamanhos
De mansidão.
Seu nome é Pastor;
Seus olhos castanhos,
Tamanhos
De Amor.
É LINDA!
- Quer esta seda verde, minha Menina?
- É linda!...
- Quer um corte, minha Menina?
- É linda!...
- É linda!...
- É para um vestido, minha Menina?
- É linda!...
- Quantos metros quer, minha Menina?
- Quantos metros de mar?
xxxQuero a peça inteira!
xxxMas não a posso comprar...
Parabéns Filipe, um dia feliz!
Um homem que trocou a cidade pelo campo - Alberto Sampaio
Os Frutos da Terra em Alberto Sampaio é como se intitula a exposição sobre Alberto Sampaio na Casa Municipal da Cultura, Galeria Pinho Dinis em Coimbra de 3 a 31 de Julho de 2010.
Alberto Sampaio nasceu em Guimarães a 15, de Novembro, de 1841 e faleceu a 1, de Dezembro, de 1908 na Casa de Boamense, Vila Nova de Famalicão.
Descrição de Alberto Sampaio por Camilo Castelo Banco.
Alambique e várias vitrines com espólio pertencente à Casa de Boamense, Vila Nova de Famalicão.
Amigo de Antero de Quental desde dos tempos da Universidade de Coimbra.
Alberto Sampaio tirou o curso de Direito, escreveu artigos de cariz filosófico e literário e poesia.
Régua e Corta-livros
Dedicou-se à vitinicultura e teve vários prémios. O Palácio de Cristal foi palco de mostras do vinho da sua quinta de Boamense.
Diploma passado na
Exposição Universal de Paris.
Dedicou-se à vitinicultura e teve vários prémios. O Palácio de Cristal foi palco de mostras do vinho da sua quinta de Boamense.
Diploma passado na
Exposição Universal de Paris.
Dedicou-se às flores e à vida rural. Escreveu tratados de agricultura.
A casa da quinta de Boamense, fotografia.
A casa da quinta de Boamense, fotografia.
A casa da quinta.
A floresta na quinta de Boamense, fotografia.
Citrinos na exposição.
Em Junho de 1885 tornou-se colaborador do jornal A Província, a convite do seu fundador Oliveira Martins, como correspondente de Guimarães.
Em 1887 colaborou com Oliveira Martins na elaboração e redacção do Projecto de Lei de Fomento Rural. No ano seguinte publicou o estudo A Propriedade e Cultura do Minho. Em 1907 colaborou com o Abade de Tagilde na obra Vimaranis Monumenta Historica.
Publicou mais obras e artigos que não mencionei, apenas escrevi os mais marcantes. Notas retiradas nos painéis da exposição.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Entretanto na Bélgica
A crise política parece ter saído do centro das atenções, substituída por mais novidades relativamente aos casos de pedofilia no seio da Igreja Católica.
Como devem ter lido os mais atentos, a semana passada foi fértil em incidentes rocambolescos como buscas em túmulos de arcebispos e instalações da Igreja Católica.
Esta semana, tem estado a ser ouvido o Cardeal Danneels que tem sido acusado de ter silenciado vários casos de abusos sexuais por parte de padres, sendo que numa busca efectuada à casa e ao escritório do cardeal foram encontrados documentos judiciais confidenciais, entre os quais fotos dos corpos daquelas duas meninas Julie e Melissa (lembram-se?) mortas pelo pedófilo Marc Dutroux em meados dos anos 90, o maior escândalo de pedofilia da história belga.
Saravah, Vinicius de Moraes - Bethania
Lembrar Vinicius de Moraes que nasceu a 13, de Outubr0, de 1913 e faleceu a 9, de Julho, de 1980.
Samba da Bênção
Cantado
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Falado
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão
Cantado
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
Falado
Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba
Cantado
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
Falado
Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô, a benção, Cartola
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções comigo
E ainda há tantas por viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceiro cem por cento
Você que une a ação ao sentimento
E ao pensamento
A bênção, a bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus
Cantado
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
Samba da Bênção
Cantado
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Falado
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão
Cantado
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
Falado
Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba
Cantado
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
Falado
Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô, a benção, Cartola
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções comigo
E ainda há tantas por viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceiro cem por cento
Você que une a ação ao sentimento
E ao pensamento
A bênção, a bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus
Cantado
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
Poema - Vinicius de Moraes
Um pequeno mas grande passo
Caminhamos para a civilização. Temos de avançar. Não podemos dormir, enquanto não houver Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Não é dizer que somos todos iguais, que somos todos livres e que sabemos ser fraternos. É poder ser Livre (no pensamento e na forma), é poder ser igual (ter os mesmos direitos e os mesmos deveres), é poder ser fraterno (fazer aos outros o que queremos receber dos outros). Se se continuar a lutar o Mundo será, acredito, mais Justo.
Sakined Ashtiani não será lapidada.
Sakined Ashtiani não será lapidada.
Para a Bárbara e para a Joana
Para a minha comadre Bárbara que foi recentemente mãe da Joana, aqui fica esta inspiração do José Barata-Moura que talvez venha a ser preciosa daqui a uns tempos...
A Primeira Dama das Nove Ilhas
Apesar de achar que já não me surpreendo facilmente, ontem fiquei surpreso com as aventuras de Luísa César no Canadá, coisa que custou uns meros 27.000 euros conforme noticiaram os canais televisivos.
Fiquei também surpreendido com o facto da Dra.Luísa César ser a Conservadora dos Palácios da Presidência dos Açores, mas aqui confesso a minha ignorância: já tinha o cargo antes do marido, Carlos César, ser o Presidente do Governo Regional dos Açores ou é por inerência? Tem alguma importância ser um caso ou outro, convenhamos.
Fiquei também surpreendido com o facto da Dra.Luísa César ser a Conservadora dos Palácios da Presidência dos Açores, mas aqui confesso a minha ignorância: já tinha o cargo antes do marido, Carlos César, ser o Presidente do Governo Regional dos Açores ou é por inerência? Tem alguma importância ser um caso ou outro, convenhamos.
Mas a maior surpresa foi realmente o facto da Dra.Luísa ser de vez em quando encarregada de representar o Governo Regional dos Açores em compromissos oficiais, designadamente no estrangeiro como foi agora o caso no Canadá. Visita esta que só caiu nas bocas do mundo dada a pesada factura associada.
Não havendo previsão alguma na Constituição da República nem no Estatuto dos Açores para tais funções de representação da mulher do Presidente do Governo Regional, fica-se sem saber qual o fundamento jurídico para tais actos.
Aliás, não podendo o Presidente do Governo Regional estar presente em certos actos, não seria natural que se fizesse representar por outro membro do seu governo ou pelo seu chefe de gabinete? Pelos vistos, parece que o costume é mandar a Primeira Dama, devidamente assessorada ( para o Canadá foram 2, todos em executiva naturalmente ).
De Agustina - 12
Nasci adulta, morrerei criança - disse Agustina depois de ter sofrido o AVC que lhe limitou seriamente a vida.
Termino hoje, pelo menos por ora, esta série de citações da nossa maior escritora viva. Uma dúzia que termina, pareceu-me justo perante tudo o que se sabe sobre a vida deles, não com uma citação de Agustina mas com palavras do marido, o advogado Alberto de Oliveira Luís:
Ela estava aborrecida em casa dos pais e pôs um anúncio no jornal, acho que n' O Primeiro de Janeiro, pedindo para se corresponder com uma "pessoa inteligente e culta". Nessa altura, em 1944, eu já estava em Coimbra, no 2º ano de Direito. Respondi ao anúncio e ela escreveu-me. E lá fomos avançando naquelas atitudes de pose que temos nessas idades. Talvez se tivesse convencido de que eu era mais inteligente do que os outros, porque correspondia-se com mais três ou quatro. Acabou por correr com todos.
(...) Fui ter com o meu pai e disse-lhe "vou casar-me". "Quando?", perguntou ele. "Depois de amanhã", respondi-lhe. Nem os meus pais, nem os pais dela foram ao casamento e só conheci os meus sogros muitos meses mais tarde. Ao casamento, que foi na Igreja de Cedofeita, assistiram apenas o irmão e uma prima da Maria Agustina e um amigo meu e a namorada.
( entrevista ao Público, há uns meses atrás)
Achei fascinante este casamento inopinado, contra todas as convenções, no já longínquo ano de 1945 ...
Termino hoje, pelo menos por ora, esta série de citações da nossa maior escritora viva. Uma dúzia que termina, pareceu-me justo perante tudo o que se sabe sobre a vida deles, não com uma citação de Agustina mas com palavras do marido, o advogado Alberto de Oliveira Luís:
Ela estava aborrecida em casa dos pais e pôs um anúncio no jornal, acho que n' O Primeiro de Janeiro, pedindo para se corresponder com uma "pessoa inteligente e culta". Nessa altura, em 1944, eu já estava em Coimbra, no 2º ano de Direito. Respondi ao anúncio e ela escreveu-me. E lá fomos avançando naquelas atitudes de pose que temos nessas idades. Talvez se tivesse convencido de que eu era mais inteligente do que os outros, porque correspondia-se com mais três ou quatro. Acabou por correr com todos.
(...) Fui ter com o meu pai e disse-lhe "vou casar-me". "Quando?", perguntou ele. "Depois de amanhã", respondi-lhe. Nem os meus pais, nem os pais dela foram ao casamento e só conheci os meus sogros muitos meses mais tarde. Ao casamento, que foi na Igreja de Cedofeita, assistiram apenas o irmão e uma prima da Maria Agustina e um amigo meu e a namorada.
( entrevista ao Público, há uns meses atrás)
Achei fascinante este casamento inopinado, contra todas as convenções, no já longínquo ano de 1945 ...
POESIA
Eu também não gosto dela.
xxxxAo ser lida, porém, com um total desprezo, descobre-se
xxxxapesar de tudo que o genuíno aí tem o seu lugar.
Marianne Moore (1887-1972)
In: Poemas de Marianne Moore e Elizabeth Bishop / trad. de Maria de Lourdes Guimarães. Porto: Campo das Letras, 1999, p. 21
Zuzu com o galo - István Csók!
Órfãos - István Csók
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Novidades - 134
Mais um volume desta colecção de dicionários amorosos da Plon de que já dei notícia por várias vezes nestas páginas. Desta vez, trata-se de uma obra-prima da literatura árabe que tem resistido com enorme sucesso ao passar dos séculos. E este dicionário trata desde as entradas mais expectáveis como Xerazade ou tapete voador, até assuntos mais "sérios" como as primeiras traduções em línguas ocidentais.
Dictionnaire amoureux des Mille et Une Nuits , Malek Chebel, Plon, 900p, €25, Junho de 2010.
Dictionnaire amoureux des Mille et Une Nuits , Malek Chebel, Plon, 900p, €25, Junho de 2010.
Primavera
A colocação do quadro de Agnes Slott-Møller, pelo Jad, levou-me a procurar outras pinturas dela. Encontrei o marido, também pintor. Gostei desta Primavera.
Harald Slott-Møller (1864-1937) - Primavera, 1901
Tilhører Nordjyllands Kunstmuseum
Alfabeto.
O alfabeto foi a invenção mais bela do ser humano.
"Mas todas estas invenções surpreendentes, de que altura não serão dominadas pelo espírito daquele que imaginou o meio de comunicar os seus mais secretos pensamentos a qualquer outra pessoa, esteja ela separada dele por uma muito longa distância ou por um longo intervalo de tempo, de falar aos que estão nas Índias, aos que ainda não nasceram e não nascerão antes de mil, ou dez mil anos? E com que facilidade! Pela combinação de vinte caracteres sobre uma folha. Que a invenção do alfabeto seja portanto o selo de todas as belas descobertas humanas".
Italo Calvino, Porquê Ler os Clássicos?, Porto:Teorema, 1991, p.83
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A viagem da morte
Hoje, por mero acaso, veio até mim este quadro, que foi vendido, em leilão, em Londres, por £120500, na CHRISTIE'S, Maio de 2008.
Uma despedida... uma morte? Uma viagem até ao limite da vida!
Era para ter sido o meu fim de tarde...
... mas houve uns impedimentos. Fica para a semana.
Alguém já viu?
O Futebol nas Letras - 16
Afinal o post dedicado a George Best não foi o último. Tinha-me esquecido do livro de Peter Handke, uma dica de HMJ (para quem vai este post).
«O guarda-redes está a ver se descobre qual é o canto da baliza que o jogador quer atingir, disse Bloch. Se conhece o jogador, sabe qual é o canto que, de um modo geral, ele prefere. Mas, provavelmente, o jogador que vai marcar o penalty, pensa também que o jogador o está a tentar descobrir. Por isso o guarda-redes tem de admitir que precisamente hoje a bola vai entrar pelo outro canto. Mas o que é que acontece se o jogador que vai marcar o penalty seguir o pensamento do guarda-redes e acabar por decidir atirar para o canto para o qual costumava atirar?»
Peter Handke
In: A angústia do guarda-redes antes do penalty / trad. Maria Adélia Silva Melo. Lisboa: Relógio d’Água, 1987, contracapa
Nunca li este livro. Folheei-o agora e achei-o tentador.
Aqui fica também um aperitivo da adaptação que Wim Wenders fez do texto de Peter Handke.
«O guarda-redes está a ver se descobre qual é o canto da baliza que o jogador quer atingir, disse Bloch. Se conhece o jogador, sabe qual é o canto que, de um modo geral, ele prefere. Mas, provavelmente, o jogador que vai marcar o penalty, pensa também que o jogador o está a tentar descobrir. Por isso o guarda-redes tem de admitir que precisamente hoje a bola vai entrar pelo outro canto. Mas o que é que acontece se o jogador que vai marcar o penalty seguir o pensamento do guarda-redes e acabar por decidir atirar para o canto para o qual costumava atirar?»
Peter Handke
In: A angústia do guarda-redes antes do penalty / trad. Maria Adélia Silva Melo. Lisboa: Relógio d’Água, 1987, contracapa
Nunca li este livro. Folheei-o agora e achei-o tentador.
Aqui fica também um aperitivo da adaptação que Wim Wenders fez do texto de Peter Handke.
Pensem nisso
"(...) Daqui a 30 anos as pessoas podem olhar para trás e dizer: 'olha, não é estranho? Antigamente as pessoas costumavam ter paredes forradas com livros.' Por isso a nossa percepção das estantes vai ter de mudar até no que diz respeito à decoração de interiores."
Excerto da entrevista (na Time Out, edição de hoje) com Douglas Coupland, escritor canadiano e especialista em temas como a religião pós-moderna, cultura pop ou internet. A propósito do lançamento do seu mais recente livro: Geração A.
Pergunto: estaremos nós perante o futuro incerto da palavra impressa? Também os livros podem vir a estar ameaçados? Pensem nisso e manifestem-se.
Excerto da entrevista (na Time Out, edição de hoje) com Douglas Coupland, escritor canadiano e especialista em temas como a religião pós-moderna, cultura pop ou internet. A propósito do lançamento do seu mais recente livro: Geração A.
Pergunto: estaremos nós perante o futuro incerto da palavra impressa? Também os livros podem vir a estar ameaçados? Pensem nisso e manifestem-se.
Um quadro por dia - 68
Este Modern Rome- Campo Vaccino, de 1839, o último quadro romano de Turner, vai hoje à praça na Sotheby's de Londres, com uma base de licitação entre 12-18 milhões de libras.
Foi comprado em 1878 pelo 5º conde de Rosebery e tem estado na posse da família desde então.
Esta noite, mais milhão menos milhão, mudará certamente de mãos.
Uma citação que me apraz de um homem que partiu neste dia.
"Quando a alma, ao termo de mil hesitações e desenganos, cravou as raízes para sempre num ideal de amor e de verdade, podem calcá-la e torturá-la, podem-na ferir e ensanguentar, que quanto mais a calcam, mais ela penetra no seio ardente que deseja."
Guerra Junqueiro faleceu a 7 de Julho de 1923.
Guerra Junqueiro faleceu a 7 de Julho de 1923.
Retirei a citação do Citador
Um livro por companhia
Vão ser tantos, tantos, os livros que não vou acabar de ler... Eu, que os quero a todos, todos, junto de mim!
E esse livro para que é, Apesar do tempo que tive não cheguei a acabar de lê-lo, Não irá ter tempo, Terei o tempo todo, Engana-se, a leitura é a primeira virtude que se perde, lembra-se. Ricardo Reis abriu o livro, viu uns sinais incompreensíveis, uns riscos pretos, uma página suja, Já me custa ler, disse, mas mesmo assim vou levá-lo, Para quê, Deixo o mundo aliviado de um enigma. Saíram de casa (...) Então vamos, disse Fernando Pessoa, Vamos, disse Ricardo Reis. O Adamastor não se voltou para ver, parecia-lhe que desta vez ia ser capaz de dar o grande grito. Aqui, onde o mar se acabou e a terra espera.
Assim acaba Saramago o Ano da Morte de Ricardo Reis.
E esse livro para que é, Apesar do tempo que tive não cheguei a acabar de lê-lo, Não irá ter tempo, Terei o tempo todo, Engana-se, a leitura é a primeira virtude que se perde, lembra-se. Ricardo Reis abriu o livro, viu uns sinais incompreensíveis, uns riscos pretos, uma página suja, Já me custa ler, disse, mas mesmo assim vou levá-lo, Para quê, Deixo o mundo aliviado de um enigma. Saíram de casa (...) Então vamos, disse Fernando Pessoa, Vamos, disse Ricardo Reis. O Adamastor não se voltou para ver, parecia-lhe que desta vez ia ser capaz de dar o grande grito. Aqui, onde o mar se acabou e a terra espera.
Assim acaba Saramago o Ano da Morte de Ricardo Reis.
A minha Noite Mozart
Foi passada não no Largo de São Carlos como havia previsto, mas sim junto ao poeta supra e ao mais vetusto António Ribeiro Chiado.
É que às 21h15 quando me dirigi para o Largo de São Carlos para assistir à Noite Mozart do Festival AO LARGO, já todos os lugares estavam tomados e havia muita gente em pé tanto atrás da última fila de cadeiras como cá em cima junto ao gradeamento.
Aliás, quando algum tempo antes vi a nossa M.R. sair do metro em passo acelerado em direcção a São Carlos logo pensei que ia ser complicado arranjar um bom lugar...
Afinal, nem bom nem mau... Completamente cheio, para surpresa minha, todo o largo onde viveu Pessoa e ainda vive Maria Germana Tânger, esta motivo de conversa nas horas seguintes onde em esplanada vizinha fui ouvindo Mozart e vendo passar, sem exagero, milhares de pessoas.
E devo dizer que o espectáculo só começava às 22h...
Foi uma noite tropical e babélica, com várias excursões e turistas individuais Chiado acima e Chiado abaixo falando os respectivos idiomas, ao mesmo tempo que muitos e muitos jovens se dirigiam para o Bairro Alto como se fosse Sexta ou Sábado.
Uma noite al fresco e em boa companhia, com Mozart ao fundo. À meia-noite, quando me retirei , a temperatura rondava seguramente vinte e tal graus.
É que às 21h15 quando me dirigi para o Largo de São Carlos para assistir à Noite Mozart do Festival AO LARGO, já todos os lugares estavam tomados e havia muita gente em pé tanto atrás da última fila de cadeiras como cá em cima junto ao gradeamento.
Aliás, quando algum tempo antes vi a nossa M.R. sair do metro em passo acelerado em direcção a São Carlos logo pensei que ia ser complicado arranjar um bom lugar...
Afinal, nem bom nem mau... Completamente cheio, para surpresa minha, todo o largo onde viveu Pessoa e ainda vive Maria Germana Tânger, esta motivo de conversa nas horas seguintes onde em esplanada vizinha fui ouvindo Mozart e vendo passar, sem exagero, milhares de pessoas.
E devo dizer que o espectáculo só começava às 22h...
Foi uma noite tropical e babélica, com várias excursões e turistas individuais Chiado acima e Chiado abaixo falando os respectivos idiomas, ao mesmo tempo que muitos e muitos jovens se dirigiam para o Bairro Alto como se fosse Sexta ou Sábado.
Uma noite al fresco e em boa companhia, com Mozart ao fundo. À meia-noite, quando me retirei , a temperatura rondava seguramente vinte e tal graus.
Gravado no tempo - 2
Em 7 de Julho de 1865 foi enforcada a primeira mulher nos E.U.A.. Foi acusada de ter participado na conspiração que levou ao assassinato do presidente Abraham Lincoln, chefiado por John Wilkes Booth. Chamava-se Mary Surratt e nascera e Waterloo, em 1823 e era dona de uma taberna e pensão americanas.
Foi executada com três dos implicados, no Forte McNair, em Washington. Mais tarde foi revelado que não soubera nada acerca da conspiração
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