André Rieu em "Plaisir d'amour"
Prosimetron
sábado, 27 de novembro de 2010
Lá fora - 91 : O Medievo eslovaco
- Pequeno Calvário de Bardejov.
Mestre de Okolicné, Sainte Parenté, depois de 1510, têmpera sobre madeira, 130x121cm, Museu Nacional da Eslovénia ( Liubliana ).
É o melhor da arte eslovaca do final da Idade Média que está exposta em Paris, no Museu de Cluny, com seis dezenas de peças ( escultura, pintura, ouriversaria e iluminura ) excepcionais, sendo que várias delas saem pela primeira vez do território da antiga província do reino da Hungria.
É o melhor da arte eslovaca do final da Idade Média que está exposta em Paris, no Museu de Cluny, com seis dezenas de peças ( escultura, pintura, ouriversaria e iluminura ) excepcionais, sendo que várias delas saem pela primeira vez do território da antiga província do reino da Hungria.
D' or et de feu, Musée de Cluny, até 10 de Janeiro de 2011.
A arte do retrato - 12
Franz Lenbach (1836-1904), Retrato de Theodor Mommsen, 1897, óleo sobre tela, Museu Nacional Schiller, Marbach, Alemanha.
Há poucos dias, procurava imagens de quadros de uma série chamada Bibliothèques en cendres de uma pintora francesa. Ao pensar nesse tema, pesadelo de bibliófilos e de leitores dedicados, lembrei-me do J.P. (João Pedro Ferro) por uma razão muito simples. Falou-se de tal pesadelo na última vez em que estive com ele, em casa de amigos comuns, e lembro-me de ele falar de Mommsen e da preciosa biblioteca deste.
Lembranças que me ocorreram sem ter presente a data lembrada hoje por outros prosimetronistas, e que "arquivei " novamente por não ter encontrado reproduções das ditas telas.
Fiquei, pois, atónito ao ler há pouco tais posts e pensar nos 16 anos passados desde então.
Assim surge este belo retrato de Theodor Mommsen (1817-1903), um dos maiores especialistas de todos os tempos da História de Roma e também um grande jushistoriador, que foi ainda Prémio Nobel da Literatura em 1902, distinção alcançada até hoje por restrito número de historiadores.
Há poucos dias, procurava imagens de quadros de uma série chamada Bibliothèques en cendres de uma pintora francesa. Ao pensar nesse tema, pesadelo de bibliófilos e de leitores dedicados, lembrei-me do J.P. (João Pedro Ferro) por uma razão muito simples. Falou-se de tal pesadelo na última vez em que estive com ele, em casa de amigos comuns, e lembro-me de ele falar de Mommsen e da preciosa biblioteca deste.
Lembranças que me ocorreram sem ter presente a data lembrada hoje por outros prosimetronistas, e que "arquivei " novamente por não ter encontrado reproduções das ditas telas.
Fiquei, pois, atónito ao ler há pouco tais posts e pensar nos 16 anos passados desde então.
Assim surge este belo retrato de Theodor Mommsen (1817-1903), um dos maiores especialistas de todos os tempos da História de Roma e também um grande jushistoriador, que foi ainda Prémio Nobel da Literatura em 1902, distinção alcançada até hoje por restrito número de historiadores.
Em português - 55
Cabo-Verde continua a ser uma bela caixa de surpresas musicais. Esta chama-se Márcia.
Jardins - 6
Leituras no Metro - 33
«Cada lugar em que se vive exerce sobre nós a sua influência, e não há que lhe fugir. É sempre reconhecível; viva e não morta. Só a monotonia e a permanência nos podem enganar, cegar, retirar-nos o poder da sensibilidade.»
Irene Lisboa
In: Folhas soltas da Seara Nova. Lisboa: Imp. Nac.-Casa da Moeda, 1988, p. 364
Irene Lisboa
In: Folhas soltas da Seara Nova. Lisboa: Imp. Nac.-Casa da Moeda, 1988, p. 364
Esquecendo o mundo em que vivi...
Libertando-se do mundo...
Uma pintura que já foi vista ao vivo
por todos, ou quase todos, os prosimetronistas.
J.P. (1966-1994)
Recordando o mesmo querido amigo que hoje faria 44 anos de vida (e já partiu há 16 anos) aqui fica um dos livros da sua paixão: Noites Jozephinas de Mirtilo sobre a infausta morte do serenissimo senhor D. Joze Principe do Brazil dedicadas ao consternado povo luzitano / Luis Rafael Soyé. Lisboa: Regia Officina Typographia, 1790.
umas vão fiando o fio da nossa vida
e outra, com uma tesoura, corta-o,
num simples e indiferente momento:
... die Zeit meines Welkens ist nah
(Goethe, Die Laden des jungen Werthers)
Banquete medieval
Banquete medieval.
(Não consegui saber a origem desta iluminura.)
«A Idade Média é época de enormes banquetes. [...] Por ocasião da coroação de Filipe VI de Valois (1293-1350), que foi rei de França de 1328 a 1350, foram consumidos: 40 000 ovos, 18 000 frangos, 2000 gansos, 4000 lagostins de rio, 2000 carpas, 700 lúcios, 345 garças reais, 289 carneiros, 85 bezerros, 82 vacas et 300 barris de vinho. Não é propriamente o que se chama um "jantar íntimo"!» (Vera Lewijse - «À table: l'art de la la table dans la peinture et l'histoire». In: Mémoires, Out. 2006)
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Lembrando um amigo que hoje faria anos.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Boa noite!
Francisco Canaro, um dos maiores expoentes do tango, nasceu a 26 de Novembro de 1888, em San José de Mayo (Uruguai), tendo falecido a 14 de Dezembro de 1964, em Buenos Aires.
O Sanatório de Sant'Anna
«Nos fins do século XIX existiu na Europa um grande movimento de combate contra um dos grandes males que afligia a Humanidade – a tuberculose – pelo que em todos os países civilizados começaram a surgir “Sanatórios”.
«O Dr. Sousa Martins, então médico de reconhecida competência foi um dos iniciadores da luta contra esse mal. Encontrou no casal Biester e em sua tia D. Claudina Chamiço o apoio para que se construísse um Sanatório, numa região em que o clima, pelas suas características estava indicado para este tipo de doente.
«O Sanatório de Sant’Anna foi assim inaugurado no dia 31 de Julho de 1904, por D. Claudina Chamiço, sua instituidora, que o legou à Misericórdia “… por ser a Instituição que pela sua respeitabilidade, antiguidade e garantia de duração, mais própria lhe pareceu para receber este legado”. [...]» (http://www.scml.pt/default.asp?site=hosa&sub=&id=4&mnu=4&layout=)
A Câmara Municipal de Cascais organiza uma visita ao Hospital de Santana, da Parede, no próximo domingo, dia 28.«O Dr. Sousa Martins, então médico de reconhecida competência foi um dos iniciadores da luta contra esse mal. Encontrou no casal Biester e em sua tia D. Claudina Chamiço o apoio para que se construísse um Sanatório, numa região em que o clima, pelas suas características estava indicado para este tipo de doente.
«O Sanatório de Sant’Anna foi assim inaugurado no dia 31 de Julho de 1904, por D. Claudina Chamiço, sua instituidora, que o legou à Misericórdia “… por ser a Instituição que pela sua respeitabilidade, antiguidade e garantia de duração, mais própria lhe pareceu para receber este legado”. [...]» (http://www.scml.pt/default.asp?site=hosa&sub=&id=4&mnu=4&layout=)
Inscrições pelo tel. 214815323
Se eu não tivesse um programa 'semelhante', no domingo, teria tentado marcar esta visita.
Colégio da Bafureira: 100 anos
O Colégio da Bafureira abriu há 100 anos, no dia 2 de Novembro, na Parede. Para comemorar o centenário, a Câmara Municipal de Cascais organizou uma exposição fotográfica e iconográfica, patente na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, e publicou o livro Cem anos a ensinar.
http://agendaculturaldecascais.blogspot.com/2010/06/exposicao-celebra-os-100-anos-do.html
Goa II
Jardim junto à margem do rio Mandovi, Pangim, Goa (actualizado 27/11/2010)
Um quadro por dia - 113
Nathan Oliveira ( 1928-2010 ), Adolescent by the bed, 1959, óleo sobre tela, San Francisco Museum of Modern Art, EUA.
Soube hoje da morte recente de Nathan Oliveira, grande pintor, escultor e professor ( Stanford ) norte-americano, filho de emigrantes portugueses. Foi um dos pais do neo-figurativismo norte-americano e uma influente personalidade artística na sua Califórnia natal. Os seus méritos e o seu interesse pela terra dos seus pais levaram a que Jorge Sampaio o condecorasse há precisamente 10 anos com a Ordem do Infante D. Henrique- curiosamente, nos obituários que li na imprensa norte-americana esta sua condecoração era mencionada como Knight of Portugal o que até é bonito.
É possível saber mais sobre a sua vida e a extensa obra na Wikipedia e daí até a uma série de links que mostram muitas obras suas dispersas por uma série de museus.
Soube hoje da morte recente de Nathan Oliveira, grande pintor, escultor e professor ( Stanford ) norte-americano, filho de emigrantes portugueses. Foi um dos pais do neo-figurativismo norte-americano e uma influente personalidade artística na sua Califórnia natal. Os seus méritos e o seu interesse pela terra dos seus pais levaram a que Jorge Sampaio o condecorasse há precisamente 10 anos com a Ordem do Infante D. Henrique- curiosamente, nos obituários que li na imprensa norte-americana esta sua condecoração era mencionada como Knight of Portugal o que até é bonito.
É possível saber mais sobre a sua vida e a extensa obra na Wikipedia e daí até a uma série de links que mostram muitas obras suas dispersas por uma série de museus.
Números - 32
- Tribunal Federal de Nova Iorque.
42.000.000
42.000.000
Li na Time que foi este o montante em dólares americanos desviado durante os últimos 16 anos de um fundo nova-iorquino criado para apoiar as vítimas do Holocausto. O caso já está na justiça federal, cujas penas e sua respectiva execução não são como cá... E ainda bem.
1988 : Pink Floyd
O meu almoço
Lembrando Goa!
Recordar Vasco da Gama fez-me viajar até Goa, Pangim onde pude observar os costumes e tradições goesas. Ainda se vêem muitos indícios da passagem dos portugueses.
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Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Pangim
Junto à marginal uma casa portuguesa, Pangim
Cidade Maravilhosa...
Rio de Janeiro, com a Igreja da Penha e atrás dela o conjunto de favelas conhecido como o Complexo do Alemão ou a Faixa de Gaza do Rio ( Foto de Custódio Coimbra ).
Com epicentro no Complexo do Alemão, continua a espiral de violência urbana no Rio de Janeiro que conta já com 34 mortos, arrastões em túneis e viadutos, muitos moradores inocentes refugiados em suas casas e agora os blindados da Marinha a ajudarem a combater os bandos armados a soldo dos narcotraficantes.
Com epicentro no Complexo do Alemão, continua a espiral de violência urbana no Rio de Janeiro que conta já com 34 mortos, arrastões em túneis e viadutos, muitos moradores inocentes refugiados em suas casas e agora os blindados da Marinha a ajudarem a combater os bandos armados a soldo dos narcotraficantes.
Os terríveis contrastes de uma das mais belas cidades do planeta.
Livros de cozinha - 36
Pref. Orlando da Costa.
Lisboa: Assírio & Alvim, 1999
€21,00
Pref. Luís Filipe F. R. Thomaz.
Lisboa: Assírio & Alvim, 2004
€35,00
Uma das melhores coisas que nos veio de Goa foi, quanto a mim, a culinária: «Aquilo a que se convencionou chamar cozinha Indo-Portuguesa é um conjunto de cozinhados que se pode considerar abundante e muito variado, representando uma experiência acumulada, que teve e tem o seu verdadeiro espaço sociológico nos domínios da população cristã, isto é, um segmento da sociedade composto por famílias e comunidades cristianizadas.» (Orlando da Costa, p. 23)
E de entre ela, o caril é o prato mais conhecido e consumido: «O arroz de caril é o prato de resistencia de Goa. Uns com mais acepipes, outros com menos, todo o goês, rico ou pobre, o come. [...] Um dietista inglês comentou que o arroz e caril com todos os matadores era um alimento ideal e completo, pois continha vitaminas, minerais, proteínas, hidratos de carbono e fibra - elemento importante na dieta de hoje.» (Maria Fernanda Noronha da Costa e Sousa - Cozinha indo-portuguesa, p. 173)
E de entre ela, o caril é o prato mais conhecido e consumido: «O arroz de caril é o prato de resistencia de Goa. Uns com mais acepipes, outros com menos, todo o goês, rico ou pobre, o come. [...] Um dietista inglês comentou que o arroz e caril com todos os matadores era um alimento ideal e completo, pois continha vitaminas, minerais, proteínas, hidratos de carbono e fibra - elemento importante na dieta de hoje.» (Maria Fernanda Noronha da Costa e Sousa - Cozinha indo-portuguesa, p. 173)
Bom almoço!, de preferência num restaurante goês: para principiar, uns bojas ou chamuças, seguido de um caril, um xacuti ou um vindalho (também gosto de sarapatel, mas normalmente é de ficar com a boca em chamas). Como sobremesa, um gelado de manga (cuja receita não vem neste livro) ou um doce de grão. A bebinca costuma ser demasiado doce.
Em português - 54
Hoje, pelas 22h, basta ter um cartão FNAC para ouvi-lo ao vivo interpretar temas do fantástico novo disco. É na FNAC Chiado.
Aeroporto de Beja
Já temos estádios-fantasma, sem público e com elevados custos de manutenção que arrasam com as finanças municipais, e agora parece que vamos ter um aeroporto-fantasma, o de Beja que já está "aberto" mas sem os acessos concluídos, sem companhias interessadas e com uma perspectiva de tráfego de passageiros para 2014... Por ora, funciona como "parque de estacionamento de aeronaves". Nem vou falar dos custos e respectivas derrapagens porque nesta altura do campeonato já todos estamos anestesiados perante os números.
Leituras no Metro - 32
Monet - Gare St. Lazare, 1877
Chicago, The Art Institute of Chicago
Monet - Gare St. Lazare: Chegada de um comboio, 1877
Col. particular
Monet - Gare St.-Lazare, 1877
Londres, The National Gallery
«Felizmente que havia Monet, que reagiu de maneira desconcertante. A sua recusa do fracasso e dos outros fracassos que impiedosamente se seguiram concretizou-se sob a forma de uma acção tão inesperada que, quarenta anos depois, o meu pai ainda se ria. A sua paisagem Impressão [que deu origem à palavra impressionista, para designar esta corrente pictórica] tinha sido zurzida principalmente porque "não se via nada". Monet, sobranceiro, encolhia os ombros: "Pobres cegos que querem descortinar tudo através da bruma!" Um crítico tinha-lhe declarado que a bruma não era tema de pintura. "Porque não um combate de negros dentro de um túnel?" Toda esta incompreensão tinha reforçado em Monet a determinação irresistível de pintar algo ainda mais brumoso. Uma bela manhã acordou Renoir com um grito triunfal: "Já descobri... a Gare Saint-Lazare! No momento da partida, as locomotivas lançam um fumo tão espesso que não se distingue praticamente nada. É um encanto, uma coisa feérica." Não era sua ideia pintar a Gare Saint-Lazare de memória, mas ir ao local para captar o jogo dos raios ed sol nas baforadas de vapor saídas das chaminés. "Vai ser preciso atrasar a partida do comboio para Ruão. A luz é melhor meia hora depois da partida." "Estás maluco."
«Os "impressionistas" não tinham nada para comer, no verdadeiro sentido da expressão. Viviam de alguns convites para jantar. O meu pai já nem sequer ia à leitaria habitual, cuja gentil proprietária, a Sr.ª Camille, lhe teria vendido fiado. Tinha medo de nunca mais poder pagar. [...] Cézanne tinha voltado para Aix. Degas fechava-se no seu confortável apartamento da Rue Victor-Massé. Monet estava acima de tais contingências. Vestiu o seu melhor fato, esticou os punhos de renda e, balouçando negligentemente uma bengala com castão de ouro, mandou entregar o seu cartão de visita ao director dos Caminhos-de-Ferro do Oeste, na Gare Saint-Lazare. O porteiro, estupefacto, mandou-o entrar imediatamente. A alta personalidade indicou uma cadeira ao visitante, que se apresentou com a maior simplicidade. "Sou o pintor Monet." O director em questão não sabia nada de pintura, mas não ousava confessá-lo. Monet deixou-o em suspenso durante alguns instantes, até que se dignou anunciar-lhe a grande novidade. "Resolvi pintar a sua estação. Hesitei muito entre a Gare du Nord e a sua, mas acabei por concluir que a sua tem mais carácter." Conseguiu tudo o que queria. Atrasaram os comboios, evacuaram as plataformas, atafulharam as locomotivas de carvão para que elas cuspissem a quantidade de fumo que Monet queria. Este instalou-se na estação como um tirano, ai pintou durante dias inteiros no meio do recolhimento geral, respeitosamente cumprimentado por todo o pessoal, a começar pelo director. Renoir concluía: "E eu que não teria sequer coragem para ir instalar-me na montra da mercearia da esquina!"
«Paul Durand-Ruel não só ficou com as gares Saint-Lazare como ainda adiantou algum dinheiro aos seus protegidos. Esta prova de vitalidade da nova escola foi proveitosa para todos.»
«Os "impressionistas" não tinham nada para comer, no verdadeiro sentido da expressão. Viviam de alguns convites para jantar. O meu pai já nem sequer ia à leitaria habitual, cuja gentil proprietária, a Sr.ª Camille, lhe teria vendido fiado. Tinha medo de nunca mais poder pagar. [...] Cézanne tinha voltado para Aix. Degas fechava-se no seu confortável apartamento da Rue Victor-Massé. Monet estava acima de tais contingências. Vestiu o seu melhor fato, esticou os punhos de renda e, balouçando negligentemente uma bengala com castão de ouro, mandou entregar o seu cartão de visita ao director dos Caminhos-de-Ferro do Oeste, na Gare Saint-Lazare. O porteiro, estupefacto, mandou-o entrar imediatamente. A alta personalidade indicou uma cadeira ao visitante, que se apresentou com a maior simplicidade. "Sou o pintor Monet." O director em questão não sabia nada de pintura, mas não ousava confessá-lo. Monet deixou-o em suspenso durante alguns instantes, até que se dignou anunciar-lhe a grande novidade. "Resolvi pintar a sua estação. Hesitei muito entre a Gare du Nord e a sua, mas acabei por concluir que a sua tem mais carácter." Conseguiu tudo o que queria. Atrasaram os comboios, evacuaram as plataformas, atafulharam as locomotivas de carvão para que elas cuspissem a quantidade de fumo que Monet queria. Este instalou-se na estação como um tirano, ai pintou durante dias inteiros no meio do recolhimento geral, respeitosamente cumprimentado por todo o pessoal, a começar pelo director. Renoir concluía: "E eu que não teria sequer coragem para ir instalar-me na montra da mercearia da esquina!"
«Paul Durand-Ruel não só ficou com as gares Saint-Lazare como ainda adiantou algum dinheiro aos seus protegidos. Esta prova de vitalidade da nova escola foi proveitosa para todos.»
Jean Renoir - Pierre-Auguste Renoir, meu pai. Lisboa: Bizâncio, 2005, p. 147
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Anos numa Quinta-feira? Parabéns MLV
2009; Dimensões: 35x27; Tempera
Com grande falta de imaginação, mas porque é Quinta-feira, e só por isso!
Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
...................................anos!
Que tolo!Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!
Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!
Não faça tal; porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.
Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los, queira ou não queira!
João de Deus
Depois de uns comentários no ARPOSE, e para o Luís
O Século, Lisboa, 25 Out. 1909
Ilustração Portuguesa, Lisboa, 10 Maio 1915
Não sei quando abriu esta loja em Lisboa, mas encerrou talvez nos anos 80 do século passado.
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Muito obrigado!
Tirei uns segundos para vir agradecer os presentes que vão chegando. Obrigado MR e Luís Barata. Não Luís, não fumei três cigarros seguidos :) será apenas um, com o café daqui a bocado. Mas gostei da canção e o vídeo é divertido. Quanto a MR, teve uma excelente ideia, a de reservar mesa no Le Bernardin. Parece que é considerado um dos melhores restaurantes de NY e tem o máximo de estrelas atribuídas pelo guia Michelin.E como estas estrelas são para a gastronomia como os Óscares para o cinema, está tudo dito. Estão todos convidados, porque hoje o restaurante fica por minha conta.
Constituição de 1911
Está a decorrer na Lusíada um colóquio dedicado à Primeira República e à Constituição de 1911, sendo hoje, segundo dia, ocasião para discutir Arquitectura e Património na 1ªRepública. Amanhã, abordar-se-á a Constituição de 1911: aspectos históricos e jurídico-políticos com um painel de luxo: Duarte Nogueira, António de Araújo, Rui Ramos, Carlos Blanco de Morais, Luís Bigotte Chorão, Luís Barbosa Rodrigues e João Carlos Simões Loureiro.
Robbie
E cumprem-se hoje 9 anos sobre o primeiro dia, de 8 semanas, que o fantástico álbum de Robbie Williams, Swing When You're Winning, ocupou o primeiro lugar do top britânico de vendas, tendo também vendido milhões de exemplares pelo mundo fora. A bela voz de Williams a cantar alguns dos clássicos do séc.XX. Este vídeo é de uma actuação no Royal Albert Hall de Londres.
Citações - 137
( Sede do FMI, em Washington, DC. )
(...) Acontece que o inimigo potencial, aqui, são os mercados, o FMI, e outras entidades de que precisamos, precisamente para nos "salvar". Terrível impasse: os nossos inimigos são nossos "amigos". Haveria um outro inimigo interno que, na verdade, nos mina: nós próprios. Nós e a nossa complacência com a rede de clientelismo, cumplicidades, facilitismo. co-esperteza individual e de grupo, negligências e desperdícios imensos por incúria impune. Fazer de nós o inimigo a sacrificar, o bode expiatório? Não é isso, afinal, o que se pede ao Governo que sofre dos mesmos males? Não é daí que vem o seu "despesismo" incurável que contribui largamente para a crise e a sua irresolução? Desfazer aquelas redes seria desfechar o verdadeiro golpe que mudaria o País e as suas mentalidades. Será isso possível num povo cujo primeiro laço de união e prática desrealizante de cidadania consistem em queixar-se do "País"? Contra quem nos ergueríamos se nos escolhêssemos como vítimas-arriscar-nos-íamos a tornar-nos reais: segundo impasse. (...)
(...) Acontece que o inimigo potencial, aqui, são os mercados, o FMI, e outras entidades de que precisamos, precisamente para nos "salvar". Terrível impasse: os nossos inimigos são nossos "amigos". Haveria um outro inimigo interno que, na verdade, nos mina: nós próprios. Nós e a nossa complacência com a rede de clientelismo, cumplicidades, facilitismo. co-esperteza individual e de grupo, negligências e desperdícios imensos por incúria impune. Fazer de nós o inimigo a sacrificar, o bode expiatório? Não é isso, afinal, o que se pede ao Governo que sofre dos mesmos males? Não é daí que vem o seu "despesismo" incurável que contribui largamente para a crise e a sua irresolução? Desfazer aquelas redes seria desfechar o verdadeiro golpe que mudaria o País e as suas mentalidades. Será isso possível num povo cujo primeiro laço de união e prática desrealizante de cidadania consistem em queixar-se do "País"? Contra quem nos ergueríamos se nos escolhêssemos como vítimas-arriscar-nos-íamos a tornar-nos reais: segundo impasse. (...)
- Excerto do artigo A grande espera de José Gil, na Visão, que vale a muito a pena ler na íntegra.
Leituras no Metro - 31
Renoir - Retrato de Paul Durand-Ruel, 1910
«[Durand-Ruel] Organizou várias exposições das obras da nova escola na galeria que tinha na Rue Le Peletier. O meu pai explicava-me que, depois de uma dessas tentativas sem resultados ("Nem sombra de cliente"), Monet, Sisley, Berthe Morisot e ele tinham resolvido tentar uma venda em leilão público na sala Drouot. O público insurgiu-se. Um senhor chamou galdéria a Berthe Morisot e Pissarro deu um murro no insolente. Gerou-se uma zaragata. Veio a polícia. Não se vendeu um único quadro.»
Jean Renoir - Pierre-Auguste Renoir, meu pai. Lisboa: Bizâncio, 2005, p. 132
Hoje vamos jantar...
... ao Le Bernardin - *** Michelin -, em Nova Iorque. Marquei esta mesa para comemorarmos o aniversário do MLV. Quem lá chegar, pode começar a degustar as entradas do chefe Eric Ripert, especializado em pratos de marisco.
Para os que não puderem aparecer, aqui ficam alguns livros do chefe. Podem mandar vi-los, fazer e saborear.
New York: Clarkson N. Potter Publ., 1998
New York: Artisan Division of Workman Publ. , 2008
New York: Clarkson N. Potter Publ., 2009
Hoboken (NJ): John Wiley & Sons, 2010
MLV, entretanto, desejo-lhe um bom dia.
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