Prosimetron
sábado, 17 de maio de 2008
"OS BUDDENBROOK" DE THOMAS MANN E A CIDADE DE LÜBECK
FANTASIAS IBERISTAS E REALIDADES ATLÂNTICAS
UMA QUESTÃO DE ESCALA
- John Searle, the philosopher's magazine , issue 40, 1st quarter 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
O TRABALHO DE SI
- Alexandre Jollien , Le métier d' homme , Seuil , 2002 , p. 39 .
DE NATÁLIA PARA FLORBELA
CEM ANOS DE FILOSOFIA - UMA VISÃO
" If the philosophy published between 1907 and 1967 were to vanish without trace, it would be an intellectual catastrophe. If the philosophy published between 1967 and 1997 were to vanish without trace , it would be a very serious loss. If the philosophy published between 1997 and 2007 were to vanish similarly, it would matter a little, but not that much. "
- Alasdair MacIntyre , The philosophers ' magazine , issue 40 , 1st quarter 2008 .
quinta-feira, 15 de maio de 2008
ANGELUS SILESIUS
Dá atenção a tudo o que está abaixo de ti .
[ Se foges do relâmpago do tempo,
Como queres contemplar um relâmpago da
[ eternidade ?
Volta dentr' os teus raios
Ah ! Se a minha alma recolhesse as suas chamas,
Com o relâmpago se tornaria relâmpago e um só .
- Angelus Silesius , A rosa é sem porquê , trad. port. José Augusto Mourão , Vega , 1991 .
DIETRICH BONHOEFFER - ÉTICA CRISTÃ
" Agir politicamente significa assumir responsabilidades - o que não é possível fazer sem poder. O poder põe-se ao serviço da responsabilidade " ( pág. 21o )
" Enquanto o ético estabelece apenas os limites, define só o formal, o negativo e é, portanto, possível como tema só e sempre no limite, de modo formal e negativo, o mandamento de Deus ocupa-se do conteúdo positivo e da liberdade do homem de aprovar este conteúdo positivo." ( pág.340 )
- Dietrich Bonhoeffer, ÉTICA , Assírio&Alvim .
quarta-feira, 14 de maio de 2008
DIOGO PIRES AURÉLIO - AGREGAÇÃO
ISRAEL
FERNANDO PESSOA
1643 - LUÍS XIII
Não é um julgamento duro, basta ponderar o destino de sua mãe, Maria de Médicis, que deixou morrer desterrada e na miséria; ou a trágica morte de Cinq-Mars.
Teve no entanto o bom-gosto de se fazer retratar por Philippe de Champaigne como se vê supra .
QUATRO RAINHAS, QUATRO IRMÃS - ADENDA
Moral da história : o que é bom depressa é traduzido, pelo menos quase sempre.
terça-feira, 13 de maio de 2008
( UMA ) TEORIA DO ROMANCE
" Le roman est un des grands pourvoyeurs de sens dans un monde désenchanté : il est né au XVI et surtout au XVIII siècles, au moment où les certitudes religieuses ont été ébranlées. Il ne replace pas la Bible ou le Coran, mais par sa multiplicité même, il permet à une autre éthique de naître, beaucoup mieux adaptée au monde moderne. Il préserve (...) l' « archétexte » de l'humanité, cette relation dichotomique à l'autre: nous sommes dans dans le bien, tandis qu' eux sont dans l' horreur et le mal et nous menacent. Le roman nous aide à comprendre les autres de l' intérieur, y compris ceux qui ne sont pas comme nous , ne parlent pas la même langue, ne vivent pas dans le même univers culturel. C'est une éthique de la nuance, contre le noir et le blanc - une éthique des couleurs. "
- Nancy Huston, Le Magazine Littéraire , Maio de 2008.
SHIP- CEM ANOS DE LOUÇA EM ALCOBAÇA
Os oradores são Jorge Pereira de Sampaio e Luís Peres Pereira, autores de um livro recentemente lançado sobre o tema.
LOCAL: Palácio da Independência, Largo de S. Domingos, 11 , Lisboa.
QUATRO RAINHAS, QUATRO IRMÃS
Não estamos, no entanto, perante um mero trabalho biográfico mas sim defronte de um verdadeiro fresco da história europeia do séc. XIII- as Cruzadas, as lutas entre o Papado e o Império, a cultura trovadoresca.
É de leitura compulsiva.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
HELMUT BERGER, ACTOR DE LENDA E PAIXÃO
Certamente sugestionado pelo post do Filipe Nicolau sobre Karlheinz Böhm, que foi na tela o Imperador Francisco José da Áustria, contracenando com Romy Schneider como a Imperatriz Elisabeth, Sissi, dei por mim a rever Ludwig, em que a actriz desempenha o mesmo papel, agora recordando a amizade por outra personagem histórica com quem partilhou afectos e afinidades de rebeldia e extravagância, interpretada brilhantemente por Helmut Berger. E depois a ver “Grupo de Famiglia in un interno” (“Violência e Paixão”) onde o actor é Konrad, um gigolô.
Helmut Berger, nascido em 29 de Maio de 1944, há sessenta e quatro anos, foi um descoberta aos vinte anos – como actor e como, mais tarde, seu amante - de Luchino Visconti e intérprete nos seus filmes “The Witches”(1967), “The Damned” (1969), “Ludwig” (1972) e “Conversation Piece”(1974), tendo ainda trabalhado com outros realizadores como Vittorio de Sica e Sérgio Gobbi. Abalado psicologicamente pela morte do realizador, em 1976, Berger tentou suicidar-se no primeiro aniversário da sua morte, já a enfrentar problemas de álcool e drogas, de que conseguiu libertar-se anos mais tarde.
O actor considerava que a sua vida estava dividida entre os 12 anos que durou a sua relação com Visconti, (tinha apenas 32 anos quando o realizador morreu e passou a considerar-se seu “viúvo”) com o qual o “ rapaz trémulo perante as câmaras” tudo aprendeu e os anos seguintes onde participou em inúmeras películas, entre outras no “Padrinho”, parte III, de Coppola, em 1990 e num episódio da série televisiva “Dinastia”. Dos primeiros anos é de referir ainda “Retrato de Dorian Grey”, de Máximo Dallamano, de 1970.
De uma beleza ao mesmo tempo enigmática, ambígua e provocadora, de olhar penetrante, Berger foi um ícone para homens e mulheres, amante de Visconti, Bianca e Mick Jagger e Marisa Berenson,com quem teve uma relação profunda e séria.
Em 1973 recebeu o Óscar europeu “David de Donatello” por “Ludwig” e em 2007 o Urso Especial do Festival de Cinema de Berlim pela sua carreira.
OS PRIMEIROS HOMENS
MANIFESTO
O IMPERATIVO CATEGÓRICO
- Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes , 1785 .
Portugal: O PAÍS QUE NÃO MERECE SER DESENVOLVIDO
O PAÍS QUE NÃO MERECE SER DESENVOLVIDO
João César das Neves Economista
PORTUGAL FEZ TUDO ERRADO, MAS CORREU TUDO BEM.
Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento português.
Havia até agora no mundo, países desenvolvido, subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiam para estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam.
Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano. Segundo a fundação europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno. Alias, tem mesmo um só elemento: Portugal.
A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), iniciou há uns meses um grande trabalho sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de aselhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinha também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso.
Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: 'O País Que Não Devia Ser Desenvolvido'
O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses.
Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase
nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas.
Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável.
Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento.
Actualmente a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no mesmo período. O relatório refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidez institucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de desenvolvimento mais bem sucedidos no mundo actual.
Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos mais importantes é, sem dúvida, a educação.
Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis de conhecimentos semelhantes às de países miseráveis. Há falta gritante de quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ. Desde o 'condicionamento industrial' salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e bloqueante.
É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início. O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e incapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma: Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento.
Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade.
Citando as próprias palavras do texto: 'Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento?'
A resposta, simples: é que ninguém sabe.
Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho.
A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e 'desenrascanço' do povo português.
No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável.
O texto termina dizendo: 'O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa? '.
domingo, 11 de maio de 2008
"O LEITOR" DE BERNHARD SCHLINK
O protagonista Michael Berg tem quinze anos quando conhece Hanna Schmitz, uma mulher de 36 anos, bela, sensual e misteriosa. Estamos na Alemanha, na década de 50. Michael vive as primeiras experiências amorosas com Hanna até que esta, subitamente, desaparece da sua vida. Passados alguns anos, Michael, estudante de Direito, reencontra Hanna num processo de acusação a ex-guardas de campos de concentração. "Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha" (ASA Editores, primeira edição de Dezembro de 1998). Pode e deve a geração dos anos 60 julgar a geração dos seus pais pelos crimes ocorridos entre 1933 - 45? O confronto político e social com os acontecimentos deste período começa na segunda metade dos anos 60 e é um dos motivos principais para as revoltas estudantis do Maio de '68 na Alemanha de que tanto se fala nestes dias.
O livro, por sua vez, segue esta reflexão de forma clara, acompanhada de uma sensibilidade extraordinária do autor, sem nunca correr risco de mistificar ou aligeirar os horrores cometidos.
Quanto ao filme: está a ser realizado por Stephen Daldry. Anthony Minghella participava neste projecto até ao seu falecimento recente. Os papéis principais estão a cargo de Ralph Fiennes e Kate Winslet que substitui Nicole Kidman (renunciou ao papel dada a sua gravidez). O jovem Michael será interpretado pelo promissor actor alemão David Kross.
SILÊNCIOS
o amor que silencio e que tu calas.
- João Mattos e Silva, Memória(s) , Átrio, 1987.
CASCATA
1904 - SALVADOR DALÍ
Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí y Domènech , mais conhecido como Salvador Dalí, nasceu em Figueres no dia 11 de Maio de 1904 e faleceu na mesma localidade a 23 de Janeiro de 1989.