Prosimetron

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terça-feira, 13 de abril de 2010

Rasgos da vida de Brel... em sua memória!

Jacques Brel a partir de uma imagem retirada da net.


"Ele, o blasfemo, o excomungado, foi amigo toda a vida de um padre a sério, que ele visitava a cada regresso.
Disseram-me que ele era feio, desajeitado de corpo e, no entanto, mulheres muito belas o quiseram, o perseguiram, o conquistaram.
Quando partiu para viver longe de todos, a trinta e cinco horas de viagem da Europa, a oito dias de viagem de Paris (contando as esperas). Brel escrevia num postal endereçado ao seu amigo de infância Frantz: «Até já».
(...)
E, um dia antes da minha partida, um amigo dele mostrou-me um filme com uma antiga entrevista de Brel. Três horas de entrevista, em que ele fala da sua vida, das pessoas e das coisas que ama. E, a um dado momento, em resposta a uma pergunta relativa à sua profissão, Brel diz muito depressa uma frase, e foi essa a única que me ficou na memória, talvez por causa da veemência com que ele a disse:«É preciso enganarmo-nos, é preciso ser imprudente, é preciso ser louco. De outro modo não passamos de dimínuidos.»"

Joanne Ester, in Jacques Brel, Antologia Poética, Lisboa: Assírio & Alvim, 1997, p. 34-35

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