Os primeiros narcisos
Joanna Chrobak, Narciso
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O Narciso
O desenho impreciso
De cada rosto humano, reflectido!
Mas, o velho Narciso
Continua fiel e debruçado
Sobre o ribeiro…
Porque há-de ver-se inteiro
Quem todo se deseja revelado?
Devorador da vida lhe chamaram,
A ele, artista, sábio e pensador,
Que denodadamente se procura!
À movediça e trágica tortura
De velar dia e noite a líquida corrente
Que dilui a verdade,
Quiseram-lhe juntar a permanente
Ironia
Desse labéu de pérfida maldade
Que turva mais ainda a imagem fugidia…
Miguel Torga
2 comentários:
Também uma vizinha me ofereceu narcisos neste sábado passado. Fiquei admirada porque julgava que era uma flor de primavera...
Pois é, Margarida,
Fiquei admiradíssima! Alegro-me que haja porque são luminosos.
Boa noite! :)
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