João Villaret, no ano em que passam 50 anos sobre a sua morte
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Janeiro de 1931
Fernando Pessoa
4 comentários:
Duas vozes uma audível outra escrita que são tudo.
Não é que eu aprecie muito o estilo João Villaret... mas fez escola.
Por acaso também li ontem (onde?) que passaram em Janeiro os 50 anos da sua morte.
O Pessoa é outra loiça, mas noutro registo.
Gostei do final: "Conheço-me e não sou eu." Nem mais!
Enviar um comentário