O ex-chanceler da Alemanha, Helmut Schmidt, continua a editar o semanário Die Zeit. Na semana passada, publicou um artigo interessante sobre a relação (por vezes, difícil) entre as religiões e a paz no mundo – um tema sempre actual que se enquadra bem no período pascal. Ao longo dos próximos dias, seguem excertos deste artigo, numa tradução não literal, que espelham a visão de um político de 92 anos, atento ao estado em que o mundo e a Humanidade se encontram.
Hoje em dia, vivemos num mundo multipolar, cujo centro se desloca do ocidente europeu e americano em direcção a China, para o Leste e Sul asiáticos. A consciência de vivermos num mundo multi-religioso e multicultural transmite-se cada vez mais às populações em todos os continentes. Contudo, a Humanidade equipou-se de armas mortíferas de todas as espécies – incluindo as nucleares. A globalização tecnologia e económica, bem como o sobre-armamento global deveriam forçar os líderes políticos e religiosos a cooperar. Todavia, encontramo-nos ainda nos primórdios da cooperação global. Onde o mal-estar económico, social e político gera descontentamento em massa, abrem-se possibilidades para um fundamentalismo religioso de tal envergadura que não existiu nos séculos XIX e XX.
Nasce assim a probabilidade de guerras e revoltas. Sem dúvida, há uma consciência alargada da existência de um Direito Internacional, mas, em simultâneo, aumenta a intensidade das guerras de forma violenta. Criámos, sem dúvida, mecanismos de intervenção sensatos através das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da OCDE, mas, ao mesmo tempo, aumenta a violação de regras internacionais.
Hoje em dia, vivemos num mundo multipolar, cujo centro se desloca do ocidente europeu e americano em direcção a China, para o Leste e Sul asiáticos. A consciência de vivermos num mundo multi-religioso e multicultural transmite-se cada vez mais às populações em todos os continentes. Contudo, a Humanidade equipou-se de armas mortíferas de todas as espécies – incluindo as nucleares. A globalização tecnologia e económica, bem como o sobre-armamento global deveriam forçar os líderes políticos e religiosos a cooperar. Todavia, encontramo-nos ainda nos primórdios da cooperação global. Onde o mal-estar económico, social e político gera descontentamento em massa, abrem-se possibilidades para um fundamentalismo religioso de tal envergadura que não existiu nos séculos XIX e XX.
Nasce assim a probabilidade de guerras e revoltas. Sem dúvida, há uma consciência alargada da existência de um Direito Internacional, mas, em simultâneo, aumenta a intensidade das guerras de forma violenta. Criámos, sem dúvida, mecanismos de intervenção sensatos através das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da OCDE, mas, ao mesmo tempo, aumenta a violação de regras internacionais.
2 comentários:
Filipe,
Uma rubrica interessante e oportuna. Aguardarei as próximas postagens com agrado.
Boa Páscoa! :)
Que falta fazem estadistas europeus do calibre deste, de Brandt, Delors e outros.
Triste Europa governada por Berlusconi, Sarkozy, sem esquecer José Sócrates-obcecados com a imagem, com o curto prazo, desprezando o passado.
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