Prosimetron

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sábado, 9 de agosto de 2025

Leituras no Metro - 2966


«Não surpreende que ao geógrafo Al-Idrisi, chegando a Cancela por princípios do século XII, logo lhe chamassem a atenção as suas muitas hortas e campos de figueiras, o figo seria já então, e durante muito tempo o haveria de ser, a principal produção do Algarve. Isso se sabe, tão abundantes e apetecidos frutos, ou flores invertidas, que dão para fartar e deliciar um mundo. 
«Mas os figos tinham também o poder de parar uma guerra...
«Corre o ano de 1242, as conquistas vêm do baixo Alentejo, de Beja a Aljustrel, de Almodôvar e Mértola até ao litoral do Algarve, Cacela está em poder de D. paio Peres Correia, Tavira é ainda um reduto muçulmano. Mas aproxima-se a época das colheitas, o calor do Verão a amadurecer os preciosos figos vindimos, e os Mouros propõem ao Mestre que se façam tréguas "até S. Miguel de Setembro que vem", de modo a que, em paz, se possam colher as novidades. E assim seá: acerta-se uma pausa nos recontros, a guerra não recomeçará senão depois de findo o alacil, concluída a colheita...» 
José Carlos Barros - Os filhos de Monte Gordo. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2025, p. 49-50.

6 comentários:

Mª Luisa disse...

Interessante trecho de historia... e que ricos os figos !
Bom dia!

Maria disse...

Nos tempos em que os figos tinham o poder de parar guerras...
Boas leituras📚

MR disse...

Incrível!...
Bom dia para as duas.

Margarida Elias disse...

Maravilhoso! (Gosto muito de figos) Bom Sábado!

Pini disse...

Muy curiosa ese trozo de historia del Algarve. Bonita foto. Me encantan los higos
Bom fim de semana

MR disse...

Espantoso como a apanha dos figos para uma guerra. Agora nem a fome...
Bom domingo para os dois.