Obrigada por partilhares esta lembrança. Li " Os contos..." e " Os novos contos..." Não lembrava ou não sabia que tinham sido censurados... Bom dia! Abraços para as duas
Obrigada por publicar e tb pelo marcador e escolha do poema. Cada vez gosto mais de reler Miguel Torga. Ontem às 19h a rtp-Memória passou um doc já antigo (2007) mas muito interessante. Bom dia para as duas!
Teve vários livros proibidos e foi preso. A leitura desses dois livros e dos Bichos é (ou era) obrigatória ou aconselhada na escola depois do 25 de Abril. E vi, com espanto, que os miúdos gostavam. Bom dia!
No dia em que, de forma (mais ou menos) simbólica, assinalamos a "efeméride" do nascimento de Miguel TORGA / Adolfo ROCHA [S. Martinho de Anta (Sabrosa), 12 de Agosto de 1907 - Coimbra (Instituto de Oncologia), 17 de Janeiro de 1995], importa, uma vez mais, estimular a leitura atenta das Obras do notável Poeta, romancista, diarista, médico e cidadão.
Neste oportuno contexto, vale a pena recordar uma breve e (sobretudo) significativa passagem, que JOSÉ DE MELO nos oferece, na sua muito curiosa "FOTOBIOBIBLIOGRAFIA de MIGUEL TORGA" [Aveiro, Estante Editora, 1995, pp. 22-23]:
"Numa das poucas entrevista que concedeu, entre a Imprensa escrita, a Rádio e a TV, exactamente na que apareceu a propósito do Prémio [Internacional de Poesia da XII Bienal de Knokke-Heist, na Bélgica, com o qual M. TORGA foi galardoado, em 1976], no jornal belga LE SOIR de 14 de Junho de 1977, confessou:
'Sou bastante tenaz; e, como sempre me recusei a submeter os meus livros à Censura, fiz a publicação deles em edições pagas por mim. Foi assim que editei mais de quarenta livros [...]. Para conseguir realizar as minhas edições, sacrifiquei muitos divertimentos, prazeres, comodidades que outros podiam oferecer-se. Sou um homem bastante frugal e obstinado.
Contudo, a experiência foi dura, principalmente ao princípio, já que os meus primeiros livros se vendiam pouco. Depois, tudo se modificou [...].
Um político português, depois da leitura de um dos meus livros, dizia que eu utilizava, relativamente ao regime de Salazar, o método de Besredka, um método clínico que consiste em ministrar, ao princípio, uma dose mínima de um medicamento, depois uma dose um pouco mais forte e, finalmente, a dose completa. Tanto para o meu DIÁRIO [...] que é o espelho destes quarenta anos, como para os meus outros livros, fiz o mesmo.
Assim, publicava uma obra. Se ma aprendiam, publicava outra. Se esta era, também, apreendida, editava uma terceira, que circulava já normalmente. Arriscava aquilo que os editores não podiam arriscar.' "
O legado do admirável Autor permanece bem vivo!...
12 comentários:
Obrigada por partilhares esta lembrança. Li " Os contos..." e " Os novos contos..." Não lembrava ou não sabia que tinham sido censurados...
Bom dia!
Abraços para as duas
Obrigada por publicar e tb pelo marcador e escolha do poema.
Cada vez gosto mais de reler Miguel Torga.
Ontem às 19h a rtp-Memória passou um doc já antigo (2007) mas muito interessante.
Bom dia para as duas!
Uma data muito bem lembrada!
Também tenho esta fotobiografia.
Bom dia.
Eu sei😉
Uma excelente fotobiografia, feita com muito carinho filial e extrema competência.
Abraço literário🤗
Acho que não conheço. Hei-de procurar.
Bom dia😊😊😊
Teve vários livros proibidos e foi preso.
A leitura desses dois livros e dos Bichos é (ou era) obrigatória ou aconselhada na escola depois do 25 de Abril. E vi, com espanto, que os miúdos gostavam.
Bom dia!
Esta fotobiografia tb mora cá em casa. De vez em quando leio umas páginas dos diários de Torga, sempre com grande prazer.
Bom dia para as três.
Isabel,
Penso que vale muito a pena. Talvez a nossa livreira favorita a encontre...😉
MR,
São os Diários que mais gosto de reler. Tenho sempre um volume à cabeceira.
Boa tarde para ambas!
No dia em que, de forma (mais ou menos) simbólica, assinalamos a "efeméride" do nascimento de Miguel TORGA / Adolfo ROCHA [S. Martinho de Anta (Sabrosa), 12 de Agosto de 1907 - Coimbra (Instituto de Oncologia), 17 de Janeiro de 1995], importa, uma vez mais, estimular a leitura atenta das Obras do notável Poeta, romancista, diarista, médico e cidadão.
Neste oportuno contexto, vale a pena recordar uma breve e (sobretudo) significativa passagem, que JOSÉ DE MELO nos oferece, na sua muito curiosa "FOTOBIOBIBLIOGRAFIA de MIGUEL TORGA" [Aveiro, Estante Editora, 1995, pp. 22-23]:
"Numa das poucas entrevista que concedeu, entre a Imprensa escrita, a Rádio e a TV, exactamente na que apareceu a propósito do Prémio [Internacional de Poesia da XII Bienal de Knokke-Heist, na Bélgica, com o qual M. TORGA foi galardoado, em 1976], no jornal belga LE SOIR de 14 de Junho de 1977, confessou:
'Sou bastante tenaz; e, como sempre me recusei a submeter os meus livros à Censura, fiz a publicação deles em edições pagas por mim. Foi assim que editei mais de quarenta livros [...]. Para conseguir realizar as minhas edições, sacrifiquei muitos divertimentos, prazeres, comodidades que outros podiam oferecer-se. Sou um homem bastante frugal e obstinado.
Contudo, a experiência foi dura, principalmente ao princípio, já que os meus primeiros livros se vendiam pouco. Depois, tudo se modificou [...].
Um político português, depois da leitura de um dos meus livros, dizia que eu utilizava, relativamente ao regime de Salazar, o método de Besredka, um método clínico que consiste em ministrar, ao princípio, uma dose mínima de um medicamento, depois uma dose um pouco mais forte e, finalmente, a dose completa. Tanto para o meu DIÁRIO [...] que é o espelho destes quarenta anos, como para os meus outros livros, fiz o mesmo.
Assim, publicava uma obra. Se ma aprendiam, publicava outra. Se esta era, também, apreendida, editava uma terceira, que circulava já normalmente. Arriscava aquilo que os editores não podiam arriscar.' "
O legado do admirável Autor permanece bem vivo!...
Boa contribuição. Não conheço esta entrevista, mas vou tentar lê-la na íntegra.
Boa noite!
Verdade!
O legado de Miguel Torga permanece bem vivo e actual.
Tenha um bom dia!
Vou perguntar à nossa livreira favorita, Maria.
Bom feriado:))
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