Prosimetron

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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Serapicos

Serapicos, set. 2025.

Rua com o nome de Maria do Carmo Ferreira da Silva Carmona (1878-1956) que foi mulher de Óscar Carmona. Enquanto «primeira dama» era conhecida por Madame Carmona.
A Junta de Freguesia de Serapicos (localidade de onde era natural a mãe) bem podia mandar emendar a palavra Madamme (mal grafada) e arranjar esta ruína.
Em Valpaços (concelho desta freguesia) vi uma rua Maria do Carmo Carmona.

8 comentários:

Pini disse...

El tiempo pasa para todos. La dejadez del patrimonio artistico, en todos los países deja mucho que desear.
Bom dia

bea disse...

Pois, não sei se a madame merecia uma rua, mas decerto merecia que o grau de madame aparecesse escrito a preceito (ou seria pejorativo?).
Bom Dia

MR disse...

Acho que é a terra do pai dela que tinha uma taberna em Chaves. Serapicos não deve ter tido outra madame ou monsieur tão conhecido. 😂 Hoje quase ninguém sabe quem ela foi. 😉
Bom dia para os dois.

Maria disse...

Portugal no seu melhor.
Bom dia!

Fernando FIRMINO disse...

Leio, com um natural sorriso, a irónica referência à curiosa placa toponímica, alusiva à "madame" que foi casada com o sinistro Presidente Carmona...

E, de imediato, lembro-me da última e emocionada Romagem (12 de Outubro) ao Cemitério da Ajuda, onde repousam os heróicos Mártires revolucionários Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa (assassinados, respectivamente, em 12.10.72 e 09.10.75), quando, um pouco "por acaso", passei pelo "Jazigo da Família" do "Almirante AMÉRICO THOMAZ" (bem entendido, Thomaz com os caracteres "th" e "z", grafados com óbvias intenções aristocráticas e/ou nobiliárquicas).

Mais um "caso", entre tantos outros exemplos, que reflecte a tendência enraizada e dominante de pretensiosas mentalidades tumulares que, de resto, nos remetem para certos episódios, mais ou menos anedóticos, em que esteve envolvida a própria figura do último Chefe do Est(r)ado fascista!...

MR disse...

Frequento pouco cemitério e há anos que não vou ao da Ajuda. Ontem ouvi alguém dizer uma tomazice acerca de um presidente de Câmara em final de mandatos: está à beira de cumprir o terceiro mandato que pode por lei fazer, depois de ter cumprido os outros dois. Claro que tive de me lembrar desse homem que alguns de nós ainda nos lembramos como era dotado para a discursata. Era tão dotado que a Censura até lhe cortava partes dos discursos.
Bom dia para os dois.

Fernando FIRMINO disse...

Regresso, por uns instantes, ao "PROSIMETRON" para, ainda a propósito da imagem caricatural do "Venerando" (!!!) Presidente (sobre o seu perfil, vale a pena olhar, mesmo de relance, as páginas do curioso livrinho de Orlando Raimundo, "O Último Salazarista: A Outra Face de Américo Thomaz"), corroborar a perspectiva de MR e, ao mesmo tempo, recordar, apenas de passagem, um pequeno exemplo do anedotário em torno do famigerado "estadista".

Em 1972, um ano particularmente "exemplar" das ditaduras de Portugal e do Brasil (recorde-se, a este respeito, o terror imposto pelo regime do General Emílio Médici, com implacáveis prisões, torturas e execuções), o governo de Lisboa aproveitou o "ambiente" propício das comemorações nacionalistas do 150.º aniversário da independência do "País Irmão" e, neste sentido, assumiu o programa mediático da trasladação dos "restos mortais" de D. Pedro IV, tendo Américo TOMÁS acompanhado as "ossadas" do ex-Imperador do Brasil, através do Atlântico, em direcção ao Rio de Janeiro...

[Como sabemos, à data o Monarca repousava no histórico Panteão da Dinastia de Bragança, na Igreja Lisboeta de S. Vicente de Fora; mas, por decisão testamentária, o seu coração foi doado à influente Irmandade Portuense da Igreja da Lapa, onde, ainda hoje, está conservado (num pequeno mausoléu, na Capela-Mor, do lado esquerdo), como simbólica "relíquia"...]

Foi, pois, nas referidas circunstâncias - que, no fundo, ultrapassavam o âmbito diplomático de uma "viagem oficial" (ou "de Estado") à antiga Colónia - que a acidez crítica e satírica de alguns sectores do nosso Povo atribuiu a TOMÁS uma quadra (imaginária), tida como um espontâneo e incontido "desabafo" pessoal: "De novo fui marinheiro/ e Ministro da Marinha./ Agora sou cangalheiro./ Que p*** de vida a minha!!!..."

Votos de Boa Noite para todo(a)s!



MR disse...

Não li esse livro de Orlando Raimundo. Mas em relação aos discursos de Américo Tomás, lembro-me de : «Esta é primeira vez que aqui estou desde a última em que aqui estive» e «Portugal será eterno, como eterno é o sono da morte». Aliás, Mário Mesquita tinha uma secção no República, penso que ao sábado, onde transcrevia estas pérolas, qual secção humorística. A dada altura a secção acabou, cortada pela Censura.
Ferreira Fernandes coligiu muitas destas maravilhas em Frases que fizeram a História de Portugal.
Bom dia!