São horas de prima de sexta-feira, dia 10 de Abril de 2009. Estou a trabalhar, escrevendo a introdução ao Livro de Horas, em português, publicado em Paris, em Fevereiro de 1501. Encontro-me perante a imagem que antecede o excerto do Evangelho de São João - A Paixão.
Nela temos um resumo, figurado de toda a narração.
Transcrevemos o texto (Jo 18: 1-11) com a linguagem (modernizando apenas a grafia) do começo do humanismo:
"Saiu o senhor Jesus com seus discípulos alem do ribeiro dos Cedros donde estava o horto em o qual entrou e os seus discípulos. Sabia Judas, que o havia traído, aquele lugar que ele com seus discípulos muitas vezes aí vinha. E como já houvesse Judas recebido a gente e ministros para o prender dos juízes e maiores dos Fariseus veio em o sobredito lugar com tochas e com armas e com lanternas.
Jesus pois que sabia o que sobre ele havia de vir saiu a eles dizendo-lhes: a quem demandais? E responderam: a Jesus de Nazaré. E disse-lhes Jesus: Eu sou. [...]
São Pedro tinha um cutelo e sacou e feriu a um servidor do pontifico e cortou-lhe a orelha direita. O nome do servidor era Malco.
Disse pois Jesus a Simão Pedro: mete teu cutelo em tua bainha; não quereis que beba o cálice que me meu Padre deu? "
Jesus pois que sabia o que sobre ele havia de vir saiu a eles dizendo-lhes: a quem demandais? E responderam: a Jesus de Nazaré. E disse-lhes Jesus: Eu sou. [...]
São Pedro tinha um cutelo e sacou e feriu a um servidor do pontifico e cortou-lhe a orelha direita. O nome do servidor era Malco.
Disse pois Jesus a Simão Pedro: mete teu cutelo em tua bainha; não quereis que beba o cálice que me meu Padre deu? "
Embora a imagem esteja a ilustrar a narração do evangelho de João, a figuração faz antes recordar a narração de Marcos (Mc 14:43-47):
Transcrevemos da Bíblia Sagrada com imprimatur de "D. António, Cardeal-Patriarca", 20-VI-1976 (7.ª edição, Lisboa, Difusora Bíblica (Missionários Capuchinhos), 1976):
"Jesus estava ainda a falar quando apareceu Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, da parte dos príncipes dos sacerdotes, dos escribas, e dos anciãos. Ora o que O ia entregar tinha-lhes dado este sinal: Aquele que eu beijar, é esse mesmo; prendei-O e levai-O bem gauardado. Logo que chegou, aprximou-se d'Ele, dizendo: Rabbi e beijo-o. Os outros deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n'O. Então, um dos que estavam presentes, tirando a espada, feriu o criado do Sumo Sacerdote e corto-lhe uma orelha".
Vamos voltar a este assunto.
3 comentários:
Parabéns pelo post. É interessante.
A.R.
E a introdução vai ficar supimpa.
M.
Trabalho adequado à época. Boa escrita!
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