Prosimetron

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sexta-feira Santa

Agora completou-se o meu sofrimento e inominavelmente
dele estou repleta. Fico imóvel como o interior
da pedra fica imóvel.
Dura como estou, uma coisa apenas sei na minha dor:
Tu cresceste
e cresceste,
para te elevares
como dor desmedida
muito para lá da medida do meu coração.
Agora jazes atravessado no meu colo,
agora já não Te posso
dar à luz.

Rainer Maria Rilke, A vida de Maria (Pietà);
trad. de Maria Teresa Dias Furtado, Portugália Editora, 2008;
imagem: detalhe da Descida de Cristo da Cruz, Rogier van der Weyden, Museu do Prado

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!Linddo!
A.R.

Anónimo disse...

Voltei só para dizer que o poema é lindo e o post também como é hábito.
A.R.