
Frederico I, pai de Christian, sobe ao trono dinamarquês poucos anos depois, em 1523. Promete ao Reichsrat (Conselho) combater as ideias luteranas, todavia, a reforma “propaga-se” rapidamente na Dinamarca via comerciantes e pastores protestantes. A receptividade da população assenta num descontentamento generalizado em relação ao poder católico instituído. A fragilização da igreja e seus bispos, membros do Reichsrat, não é de todo inoportuna ao soberano que vê a possibilidade de controlar as ambições do clero. Christian empenha-se pessoalmente a favor da nova causa no distrito de Hadersleben (Schleswig), ao impor a todos os sacerdotes a conversão.

O Rat (Conselho), ainda maioritariamente católico, opõe-se assim à eleição de Christian ao trono em 1533 e suspende por um ano a escolha do sucessor de Friedrich, falecido a 1 de Abril desse ano, na expectativa de poder entretanto nomear outro candidato, favorável ao catolicismo. No entanto, o protestantismo enraíza-se no povo dinamarquês. Copenhaga e Malmö (pertença da Dinamarca na época) revoltam-se conra o Conselho juntamente com a cidade luterana de Lübeck, e os lavradores enfrentam a aristocracia, acusada de exigir impostos insuportáveis.
Christian aproveita a vaga de protesto e combate os rebeldes nas cidades e províncias. Em troca, exige do Reichsrat a sua eleição como rei. A nobreza e o clero, salvos da rebeldia, deparam-se com um novo inimigo: o próprio Christian. Em Abril de 1536, os bispos católicos são encarcerados, os bens da igreja confiscados o que triplica o património da coroa.

Nasce assim a primeira monarquia protestante.
Imagens: Frederiksborg (Copenhaga); Christian III (retrato da autoria de Jost Verheiden); Johannes Bugenhagen
2 comentários:
Interessante como é hábito.
Ana
E Margarida, a actual monarca da Dinamarca, é a chefe da Igreja Nacional Luterana da Dinamarca.
Muito bem lembrada a presença do herdeiro da Dinamarca em Worms.
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