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«Como o número das pessoas do Minho predomina na concorrência a esta praia, a Póvoa mantém inalteravelmente a feição provinciana. Todos os banhistas jantam às três horas e fazem os seus passeios à tarde. Ao toque das Ave-Marias toda a gente que passeia na praia e no apredão, que é o ponto da reunião geral, rira os seus chapéus, pára, persigna-se e faz oração.
«A mais interessante e a mais importante curiosidade da Póvoa é o pescador poveiro.»
«A Rua da Junqueira - principal artéria da povoação que liga a praça em que se acha a casa da Câmara, a administração e o mercado, com a praia - está desde pela manhã cedo até alta noite coalhada de moscas e de gente. [...]
«A Rua da Junqueira com a sua gente e as suas moscas apresenta o aspecto de um arruamento de feira.»
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«Dois grandes e belos cafés, com óptimos bilhares, grandes espelhos, muita luz, abrem as suas portas sobre a Rua da Junqueira.»
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«Dois grandes e belos cafés, com óptimos bilhares, grandes espelhos, muita luz, abrem as suas portas sobre a Rua da Junqueira.»
Ramalho Ortigão
In: As praias de Portugal. Lisboa: Frenesi, 2001, p. 65-71
4 comentários:
Que mar de recordações!,MR.
Muito grato.
Giríssimo o salão de jogos do Café Chinês. Será que ainda existe este café?
Há quantos anos não vou à Póvoa? Nem sei! Mas quando lá estive, a Rua da Junqueira não estava muito diferente. Parece-me.
Em relação ao café - eu que sou uma amante de cafés -, também fiquei com curiosidade de saber se ele ainda existiria no tempo em que a Póvoa era a sua praia, APS. Imagino que, em caso afirmativo, estaria um pouco modificado em relação a este postal.
Já estava diferente, MR, do postal, mantendo, no entanto, algum exotismo. Mas, familiares meus, contaram-me como tinha sido. Um tio meu sobretudo, que lá tinha nascido. E há fotografias de outros sítios da Póvoa que hão-de ir aparecendo, no sítio do costume...
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