Prosimetron

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quinta-feira, 11 de maio de 2023

Leituras no Metro - 1155

Porto: Sextante, 2016

Edmund de Waal, o oleiro britânico mais conceituado da atualidade, está na cidade chinesa de Jingdezhen, capital da porcelana. Foi durante a dinastia Ming que esta cidade começou a produzir porcelana de alta qualidade.
«São onze da noite. A cidade é uma Manhattan de néon e trânsito, cai uma fina chuva de verão, e eu não sei bem para que lado fica a minha pousada. Tinha anotado o endereço («Atrás da Fábrica de Porcelana 2») e julgava que era capaz de pronunciar isso em mandarim, mas nenhum dos apressados transeuntes me percebe, e um homem insiste em vender-me tartarugas com o bico amarrado por um cordel. Não consigo convencê-lo de que não quero tartarugas.» (p. 13)
«(Estou aqui por] uma espécie de peregrinação às origens, a oportunidade de subir à montanha donde vem a terra branca. Faltam-me poucos anos para fazer cinquenta. Faço vasos brancos há uns quarenta anos, e de porcelana há vinte e cinco. Tenho um plano para visitar três lugares onde a porcelana foi iventada ou reinventada, três colinas brancas, uma na China, outra na Alemanha e aterceira em Inglaterra. Cada um desses lugares é importante para mim. Conheço-os há décadas através de vasos, livros e histórias, mas nunca os visitei. Preciso de ir vê-los, preciso de ver como é a porcelana sob céus diferentes, como o branco muda com a latitude. Há mais coisas brancas no mundo, mas para mim a porcelana vem em primeiro lugar. // Esta viagem é o pagamento de uma dívida aos que já foram.» (p. 14-15)
Isto promete.

4 comentários:

Maria disse...

Pois promete!
E tenho a certeza que vai cumprir, tal como A Lebre de Olhos de Âmbar 🐇
Bom dia!/Boas leituras!

bea disse...

Um livro a que o título não deixa adivinhar o interesse. Deve ser uma maravilha procurar as origens do que foi nosso labor grande parte da vida. E, como podemos ler, a circunstância não é menos cativante.
Boa tarde

Margarida Elias disse...

Deve ser interessante. Bom dia!

MR disse...

Por ter gostado de A lebre de olhos de âmbar é que me abalancei a ler este. E estou a gostar.
Bom dia para as três.