Prosimetron

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segunda-feira, 17 de junho de 2024

Uma viagem no 15


Nos últimos tempos costumo utilizar o elétrico 15 e viajar da Praça da Figueira até Pedrouços para ir almoçar com uns amigos. 
Aconselho-vos pois a terem esta experiência para ouvirem como as paragens são anunciadas pela voz de uma senhora. Dou-vos uns exemplos:
No ecrã, onde vão desfilando os nomes das paragens, aparece escrito Av 24 Julho e  a senhora diz: «AV 24 Julho». A-V (pronuncia as duas letras separadas) 24 Julho. Mais tarde: Pç Comércio. E a senhora: «PC cedilhado maiúscula Comércio». É tudo assim. Deve ser uma tradução feita por um programa de inteligência artificial no seu pior.
Custava muito à Carris rever estes disparates e por uma criatura a anunciar: Avenida 24 de Julho; Praça do Comércio; Praça da Figueira, etc?! Não há um responsável da Carris que tenha feito esta viagem e não tenha achado este palavreado ridículo?

19 comentários:

Mª Luisa disse...

Que elétrico tão moderno!
Digo eu De onde sae a " Inteligencia artificial? ...pois isso ...
Boas viagens!
Um abraço

Maria disse...

😉😂🤣
Os portugueses sempre a inovar, sempre a mostrar novos mundos ao mundo.
Condecore-se JÁ a criatura que inventou ISTO!!!
Boa semana!

MR disse...

Acho que aquela transliteração meio louca dos nomes das paragens só pode ter sido feita com um programa de 'inteligência' artificial, como o das traduções feitas pelo google.
Boa semana!
Um abraço.

hmj disse...

Para MR:
A última vez que fiz esta viagem, ainda antes da pandemia, foi um perfeito horror !
Para além do disparate de anunciar, péssimamente, as paragens, o eléctrico vinha cheio de turistas, mais um casal brasileiro com um bebé a berrar o tempo todo, sem nenhuma acção dos pais. Nem um comentário meu deu para silenciar um pouco o cagaçal que ia lá dentro. Resolvi sair em Belém, porque já não aguentava mais a desordem completa.

Maria disse...

Sim, mas alguma criatura programou aquilo.
Agora lembrei-me do computador do 2001 do Kubrik 🧑‍🚀

MR disse...

HMJ,
Por isso vou apanhar o elétrico na partida. A partir da «PC cedilhado maiúscula Comércio» é um amontoado de gente até Belém, estilo elétrico 28.
Quando volto às vezes venho a pé até Belém e tomo o comboio até ao Cais do Sodré. Senão apanho-o em Pedrouços que ainda traz pouca gente e saio normalmente no Cais do Sodré.

Boa semana para as duas.

Isabel disse...

As traduções do Google às vezes são hilariantes! Tanto disparate! Mas tenho que me socorrer delas porque senão não me chega o meu inglês. Mas sei o suficiente para ver os disparates completamente absurdos de algumas traduções (refiro-me a traduções de videos do youtub -trabalhos manuais e decoração- que é onde uso a tradução).

A falta de respeito em locais públicos é uma coisa que me deixa furiosa. As pessoas acham-se no direito de fazer e dizer tudo e os outros que se aguentem. Até na linguagem...ainda há dias passou por mim um grupo de rapazes adolescentes e nuns segundos, enquanto passaram por mim na rua disseram no mínimo alguns seis ou sete palavrões, dos grandes, alto e bom som!Só falavam com palavrões! Nem sei como se entendem a falar uns com os outros. Não é que, já alguma coisa, me choque, mas apeteceu-me dizer-lhes- Vocês têm todo o direito de dizer palavrões, mas eu tenho o direito de não ouvir linguagem obscena!Porque era mesmo do piorio!

Mas vá lá a gente dizer alguma coisa!!

Acho uma tristeza!

Bom dia:))

Miss Tolstoi disse...

Diria, não! Digo, mesmo, que é um palavreado demente. São estas coisas que nos irritam.
Comecei com o diria porque estou farta de ouvir toda a gente a dizer "diria". Mas diria o quê?! Não está a dizer?! Se quer dizer, não é diria, é digo.
Boas viagens no 15 com uns tampões nos ouvidos.

Pini disse...

Bueno, esto del lenguaje es según vengan los tiempos o modas en el habalr. Aquí en España a toda la gente le ha dado por empezar diciendo, cuendo se le pregunta algo " la verdad es que "...... ¿ Quién les dice que sea mentira ?.
Habrá que resignarse, porque esto va a peor cada día. Y no digamos de la falta de respeto; cualquier mequetrefe se toma el derecho de tratarte como fueras un colega de toda la vida y , quizás, no o conozcas de nada.
¡ En fin !, cosas de las redes sociales, supongo.
Boa tarde

ptcorvo disse...

Este disparate fonético fez-me lembrar a história (verdadeira) de Pedro Carolino. Para quem não saiba: Pedro Carolino foi um português empreendedor que, em 1855, decidiu publicar "O novo guia da conversação em portuguez e inglez, ou escolha de dialogos familiares sôbre varios assumptos" (que viria a ficar conhecido como "English as She is Spoke"!). Carolino tinha uma dificuldade para a realização do seu projeto: não sabia inglês... Como tal, muniu-se de um dicionário de francês-inglês, fazendo com ele a ponte entre as línguas portuguesa e inglesa. Claro que, dado o seu desconhecimento total da língua de chegada, procedeu por traduções literais. O seu guia de conversação ficou pejado de jóias como "Chover a cântaros = raining in jars", "As paredes têm ouvidos = The walls have hearsay", "A estrada é segura? = Is sure the road?", "Quem cala consente = That not says a word, consent", "Que faz ele? = What do him?", ou provérbios inéditos como "Few, few the bird make her nest", "Cat scalded fear the cold water" ou o maravilhoso "With a tongue one go to Roma". O livro tornou-se, inadvertidamente, um clássico do absurdo e do humorismo em língua inglesa, louvado por Mark Twain e republicado vezes sem conta até hoje.

Cláudia Ribeiro disse...

Hoje em dia, as pessoas estão convencidas de que tudo lhes é permitido!
Não respeitam ninguém! E, igualmente grave, é que não têm noção do seu comportamento; da sua falta de respeito! Desde o falar alto, quer seja ao telemóvel ou com quem está por perto. Colocar vídeos no telemóvel, alto e a bom som.
São só alguns exemplos com os quais me deparo diariamente.
Boa tarde!

MR disse...

ptcovo,
Não conhecia o Pedro Carolino, mas numa próxima ida a uma biblioteca não deixarei de requisitar esse livro que deve ser hilariante.

Boa tarde para todos.

Justa disse...

Para rir. É o que ten deixar as cousas en mans das máquinas e ademais que non haxa un "humano" para revisar. Isto é o inicio de a donde imos.

Apertas con desexos de boa semana.

ptcorvo disse...

MR,

Tenho uma edição "preparada" já pelos ingleses, chamada "English as she is spoke: or a jest in sober earnest", onde expurgaram a parte portuguesa e mantiveram apenas o absurdo em inglês. Estará à sua disposição.

Há um facsimile da edição original acessível aqui: https://archive.org/details/onovoguiadaconve00fons/page/n7/mode/2up

O livro foi reeditado em Portugal há pouco tempo, cf. aqui: https://www.wook.pt/livro/o-novo-guia-da-conversacao-em-portuguez-e-inglez-jose-da-fonseca/17989361

Um artigo do Bobone sobre o livro, aqui: https://observador.pt/especiais/para-mark-twain-ninguem-ensinou-ingles-como-pedro-carolino/?cache_bust=1718664934251

Boa noite!

MR disse...

Claro, Justa.

ptcorvo,
Obrigada. Vou ver os links.

Bom dia para os dois.

Margarida Elias disse...

Eles não querem saber, acredite. Bom dia!

Margarida Elias disse...

ptcorvo - Que história fantástica! Tenho de procurar, logo que puder. Adorei sobretudo o "Cat scalded fear the cold water" :-D Bom dia!

ptcorvo disse...

Margarida, aquilo é um fartote:

Vamos tomar ar ou espairecer = Let us go to respire the air
A que horas se levantou? = At what o'clock is to get up?
A que horas se janta? = At what o'clock dine him?
É sinal de bom tempo = That is sign from good time
É homem de confiança = It is a certain man
Não chove = It not rains
Aposto que não = I give one wage not
Piquei-me com um alfinete = I am pinking me with a pin
Não caio nessa = I come not in there
Passou o verão = The summer is go out

MR disse...

Parecem trad. feitas pelo Google, avant Google.
Bom dia para os dois.