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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Leituras no Metro - 2936

Trad. Augusto Abelaira.
Porto: Livros do Brasil, 2019

Estou a reler estas memórias de Romain Gary, que tinha lido há muitos anos. O futuro escritor nasceu em Vilnius. Depois de muitas andanças, chegou a Nice em 1928 com a mãe, uma mulher exótica.

«[...] devorava todos os livros que me vinham ter à mão, ou mais ainda, todos aqueles sobre os quais punha discretamente a mão nos livreiros do bairro. Transportava a minha riqueza para o celeiro e ali, sentado por terra, mergulhava no universo fabuloso de Walter Scott, de Karl May, de Mayne Reid e de Arsène Lupin. [...] Walter Scott agradava-me muito e ainda hoje me acontece estender-me na cama e lançar-me em busca de qualquer nobre ideal, proteger as viúvas e salvar os órfãos - as viúvas são sempre notavelmente belas e dadas a testemunhar-me o seu reconhecimento, depois de terem encerrado os órfãos numa sala separada. Outra obra favorita era A Ilha do Tesouro, de R. L. Stevenson, uma leitura, também, de cuja influência nunca mais me libertei. A imagem de um cofre de madeira cheio de dobrões, de rubis, de esmeraldas e de turquesas não sei porquê os diamantes nunca me atraíram - é para mim um tormento contínuo.» (p. 96)
Ainda há dias, num almoço de amigos, falávamos como Walter Scott nos encantava. Não referimos A Ilha do Tesouro, mas obviamente que também nos fascinou a todos. A primeira vez que li esta obra foi numa adaptação da Biblioteca dos Rapazes. Só mutos anos mais tarde, li a obra original.
No dia em que almocei com os meus amigos, fui à Bertrand e atrás de mim estava um rapaz de vinte e tal anos a pedir O Conde de Monte Cristo. Pensei comigo: «Vais passar umas belas horas com esse livro. E aprender muito.» Um dia destes, acho que o vou reler.
Há dias vi a Ilha de If na televisão, aquando das regatas dos Jogos Olímpicos. A Ilha de If, em cujo castelo Edmond Dantès esteve preso e encontrou o Abade Faria.
Quando fui a Marselha não consegui ir a If porque o mar estava muito agitado e não havia viagens. Durante os Jogos Olímpicos, algumas das provas de vela foram anuladas porque havia pouco vento.

2 comentários:

Maria disse...

Gosto de Romain Gary, mas nunca li este livro, que me parece bem interessante.

Bom dia/ Boa semana!

MR disse...

Gostei bastante de o reler. Acho que o tinha lido no final dos anos 60, de modo que, como a Maria pode imaginar, já me lembrava de pouco.
Boa semana! 📖