Alfragide: Dom Quixote, 2024.
Gostei imenso de ler este livro, com textos escritos entre 2021 e 2024.
«[...] desde o estabelecimento do Estado de Israel, que a maioria dos israelitas aceita este "acordo" tortuoso, em que a religião se envolve e prende como uma hera venenosa à política, se alimenta dela e dita a todos os outros israelitas um modo de vida que lhes é estranho e os amarra.» (p. 41)
«É provável que os 64 membros da coligação governamental, bem como a maioria dos seus eleitores não concordem comigo, mas, caso a sua consciência não esteja hermeticamente fechada, também eles terão dificuldade em negar que o sentimento de força e de poder militar quase ilimitado de Israel já não está isento de dúvidas, de fissura e de receios. Parece-me que, pela primeira vez em muitos anos - talvez desde a guerra do Yom Kipur - sentimos dentro de nós o ligeiro tremor do temor existencial, o temor daquele cujo destino não está apenas nas suas mãos, e cujas decisões não são a+enas fruto dos seus interesses. O temor do fraco. E apesar de "o povo eterno não teme", é assustador constatar que o temor agora não é apenas uma reação natural face a uma ameaça externa, mas que os nossos inimigos, os que nos destroem, vêm de dentro.
«Curioso: aqueles que, segundo os próprios, representam o Israel forte, confiante e poderoso são justamente aqueles que despertam atualmente nos israelitas um sentimento "diaspórico" de medo, de fraqueza e de ameaça.» (p. 64-65)
2 comentários:
Sim, sim! Muito bom! Também comprei e li.
O autor é muito objectivo e crítico.
Bom dia!
É verdade! Bom sábado!
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