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quinta-feira, 10 de abril de 2025

Dietrich Bonhoeffer (1906 - 1945)

Comemoraram-se ontem os 80 anos da execução de Dietrich Bonhoeffer.

Nascido em Breslau (hoje Polónia) em 1906 e proveniente de uma família burguesa abastecida, decide estudar Teologia o que o leva a várias visitas a Roma, Barcelona e Nova Iorque. Enquanto jovem sacerdote protestante em Berlim, assiste à subida ao poder do nacional socialismo e contesta o boicote às lojas pertencentes a judeus. Condena a política racial. Torna-se membro da chamada “igreja confessante”, uma igreja anti regime, que se distancia claramente dos cristãos alemães simpatizantes de Hitler.   

Rapidamente é apanhado pelo radar da Gestapo e é confrontado com represálias: perde a licença de leccionar na universidade, e em 1938, é proibido de viver em Berlim. Emigra para os Estados Unidos para assumir o cargo de pároco numa paróquia de Nova Iorque, mas volta para a Alemanha com o intuito e a convicção de activamente lutar contra o regime.

Graças a contactos pessoais, passa a trabalhar para os serviços secretos militares no comando da Wehrmacht sob a direcção de Wilhelm Canaris. Durante essa função, já em plena Segunda Guerra Mundial, estabelece contactos com membros da resistência e junta-se a círculos conspirativos. É preso em 1943. O seu nome é encontrado em documentos ligados ao atentado falhado contra Hitler em 1944.

A 9 de abril de 1945, apenas duas semanas antes do fim da Segunda Guerra na Europa, Bonhoeffer é executado juntamente com outros membros da resistência, entre eles, Wilhelm Canaris, Hans Oster, Karl Sack e Ludwig Gehre, no campo de concentração de Flossenbürg

Os Historiadores consideram esta execução um acto vil de pura retaliação, já que a Alemanha viria a capitular poucos dias depois.

A Dietrich Bonhoeffer que viveu um testemunho de fé cristã inabalável e que é uma das figuras mais notáveis da resistência contra o nazismo, dedicamos a nossa nova vinheta.

3 comentários:

bea disse...

Julgo serem estes homens exemplares que nos inspiram a prosseguir caminho. Uma igreja que se põe ao lado Hitler não merece o nome de ser igreja. Mas as igrejas são os homens que a formam. Assim sendo, Dietrich Bonhoeffer elevou-se da cinzenta mediania e guindou às alturas a sua igreja. O seu percurso lembrou-me a descida à caverna do ex-prisioneiro na tentativa de salvar os que ficaram. Só que num contexto ético muito mais pungente e que lhe exigiu o que nos é mais caro.
Bom dia:)

Filipe Vieira Nicolau disse...

Obrigado pelo seu comentário, Bea. Concordo plenamente!

MR disse...

Mais uma vinheta bem escolhida: para que não esqueçamos...
Bom dia!