Comemoraram-se ontem os 80 anos da execução de Dietrich Bonhoeffer.
Nascido em Breslau (hoje Polónia) em 1906 e proveniente de uma família burguesa abastecida, decide estudar Teologia o que o leva a várias visitas a Roma, Barcelona e Nova Iorque. Enquanto jovem sacerdote protestante em Berlim, assiste à subida ao poder do nacional socialismo e contesta o boicote às lojas pertencentes a judeus. Condena a política racial. Torna-se membro da chamada “igreja confessante”, uma igreja anti regime, que se distancia claramente dos cristãos alemães simpatizantes de Hitler.
Rapidamente é apanhado pelo radar da
Gestapo e é confrontado com represálias: perde a licença de leccionar na
universidade, e em 1938, é proibido de viver em Berlim. Emigra para os Estados
Unidos para assumir o cargo de pároco numa paróquia de Nova Iorque, mas volta
para a Alemanha com o intuito e a convicção de activamente lutar contra o
regime.
Graças a contactos pessoais, passa a trabalhar
para os serviços secretos militares no comando da Wehrmacht sob a direcção de
Wilhelm Canaris. Durante essa função, já em plena Segunda Guerra Mundial,
estabelece contactos com membros da resistência e junta-se a círculos
conspirativos. É preso em 1943. O seu nome é encontrado em documentos ligados ao atentado
falhado contra Hitler em 1944.
A 9 de abril de 1945, apenas duas semanas antes do fim da Segunda Guerra na Europa, Bonhoeffer é executado juntamente com outros membros da resistência, entre eles, Wilhelm Canaris, Hans Oster, Karl Sack e Ludwig Gehre, no campo de concentração de Flossenbürg.
Os Historiadores
consideram esta execução um acto vil de pura retaliação, já que a Alemanha viria a
capitular poucos dias depois.
A Dietrich Bonhoeffer que viveu um
testemunho de fé cristã inabalável e que é uma das figuras mais notáveis da resistência
contra o nazismo, dedicamos a nossa nova vinheta.
3 comentários:
Julgo serem estes homens exemplares que nos inspiram a prosseguir caminho. Uma igreja que se põe ao lado Hitler não merece o nome de ser igreja. Mas as igrejas são os homens que a formam. Assim sendo, Dietrich Bonhoeffer elevou-se da cinzenta mediania e guindou às alturas a sua igreja. O seu percurso lembrou-me a descida à caverna do ex-prisioneiro na tentativa de salvar os que ficaram. Só que num contexto ético muito mais pungente e que lhe exigiu o que nos é mais caro.
Bom dia:)
Obrigado pelo seu comentário, Bea. Concordo plenamente!
Mais uma vinheta bem escolhida: para que não esqueçamos...
Bom dia!
Enviar um comentário