Prosimetron

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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Romance de D. Pedro e Dona Inês, Natália Correia.

Emília Matos e Silva, Inês de Portugal, 1998

"Inês aguarda ansiosa a chegado do seu amado. Na mão direita uma rosa vermelha que simboliza não só o fogo da sua paixão e o eterno amor que os unia, mas também o seu sangue derramado". Emília Matos e Silva


ROMANCE DE D. PEDRO E DONA INÊS

Era seu colo de neve
tocado daquela graça
do contorno mais breve
onde o infinito se enlaça.

Morta, em sua fronte uma constelação
era presságio do ritual macabro
duma coroação.
O que bebera em sua carne a claridade
que dos deuses escorre para a mais pura taça
partiu com mãos de tempestade
apressando com ira
e com desgraça
a fatalidade que os ungira.

E só parou quando mudo no espanto
onde o enlevo da morte se adivinha
o fim do mundo ficou esperando
aos pés da mais fantástica rainha.

Natália Correia, “Poemas” in Antologia Poética, Lisboa, 2002, p. 55-56 (Organizada por Fernando Pinto do Amaral)

3 comentários:

Anónimo disse...

Bonito quadro da Emília Mattos e Silva e bonito poema da Natália. Ana, sabe que o João Mattos e Silva também tem um bonito poema inesiano? JPS

ana disse...

Caro JPS,
Será este?
- MEDITAÇÃO DO INFANTE D. PEDRO; já foi colocado pelo Luís.

Também, gosto muito desta Inês de Emília Matos e Silva e da leitura que a pintora faz da obra.
Um dia, se por acaso, se proporcionar conhecerei a pintora porque gosto do que escreve e pinta.
Ainda não vi o seu livro mas já andei a pesquisar sobre a fábrica de cerâmica Cavaquinho!
Obrigada pelo seu comentário.

Anónimo disse...

Não conhecia esta pintora, até a Ana a ter apresentado aqui no blogue.
M.