Claude Monet, O Retrato de Madame Monet com lenço vermelho,1868-78, daqui
CHEGUEI À JANELACheguei à janela,
Porque ouvi cantar.
É um cego e a guitarra
Que estão a chorar.
Ambos fazem pena,
São uma coisa só
Que anda pelo mundo
A fazer ter dó.
Eu também sou um cego
Cantando na estrada,
A estrada é maior
E ninguém dá nada.
26 - 2 - 1931
Fernando Pessoa, In Poesia 1931-1935 e não datada , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006, (Casa Fernando Pessoa)
5 comentários:
Cega é a gente que passa!!... Dela é que é de ter dó...
Não concorda?
Beijinhos
Cláudia,
Tem razão...Passar sem ver e sem dar.
Dar é uma dádiva.
Beijinho e boa noite!:)
Por acaso não era bem isso a que me referia...
Depois explico-lhe.
Beijinhos
Não me lembro deste quadro de Monet que é muito giro.
:)
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