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domingo, 28 de junho de 2020

Leituras na pandemia - 36

Lisboa: Documenta, 2018

Há muito tempo que queria ler as memórias desta pintora que muito aprecio. Comecei agora pelo vol. 1 que se encontra traduzido em português. Esperemos que os vol. 2 e 3 também o venham a ser, senão terei de os ler em francês.
Por ser muito próxima de Maria Antonieta, de que pintou vários retratos, Élisabeth Vigée Le Brun fugiu de França após a prisão da família real, com a sua filha Julie. Entre 1789 e 1792, viveu em Itália, os anos tratados neste volume, que visitou de norte a sul. Em Roma, foi eleita para a Accademia di San Luca.

Élisabeth Vigée Le Brun - Julie Le Brun olhando-se ao espelho, 1787
Metropolitan Museum of Art

Este volume de memórias é escrito em forma de doze cartas à princesa Kurakin.
Maria Etelvina Santos, a tradutora e prefaciadora desta edição, afirma que «as páginas de Vigée Le Brun refletem um ponto de vista idêntico ao que encontramos nos textos de Rousseau, sobretudo nas Confessions ou Rêveries: o da sensibilidade que vive no olhar, o da subtileza e cadência da poesia, o da verdade de um ritmo musical ou dos múltiplos matizes da cor, o da convicção que se forma na audácia de quem se confessa sugestionável ou na intimidade visionária de quem cria. É sob esta luz que se desdobram os acontecimentos relatados pela autora. […] Memórias ou autobiografia, estamos perante um texto que se divide em dois grandes momentos (dos quais o primeiro se publica agora em tradução). Esta primeira parte, ou volume, consta das doze cartas à princesa Kurakin (relato da vida da autora, incluindo uma viagem à Flandres, as sessões de pintura com a rainha Maria Antonieta, os anos que antecederam a Revolução, até 1789, e a sua saída de Paris) e dos dez capítulos (correspondentes a cerca de dois anos e meio, entre 1789 e 1792) que relatam a fuga e o percurso através dos Alpes e a sua estada em Itália, até à partida para a Áustria, continuando o exílio que durou cerca de doze anos.»
Aguardemos pelos volumes seguintes.

Élisabeth Vigée Le Brun - Retrato de Natalia Kourakina, 1797
Utah Museum of Fine Arts

4 comentários:

Margarida Elias disse...

Deve ser bem interessante, porque também gosto desta pintora. Bom dia!

MR disse...

Gostei muito. Acho que a Margarida também gostará.
Bom dia!

Miss Tolstoi disse...

Uma belíssima retratista. Li Souvenirs, um volume muito grosso.

MR disse...

Se não traduzirem os outros dois volumes, tenho de os comprar em francês.
Boa noite!