Prosimetron

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domingo, 11 de fevereiro de 2024

Leituras no Metro - 2919

Porto: Livr. Chardron, 1910

«Domingo gordo: um ar frio de inverno dá uma certa lógica aos dominós, transformando-os em agasalhos menos monótonos; e as máscaras de seda ou de papelão, aderentes ao rosto como uma afronta, evitam os cortantes golpes de vento gelado. O primeiro ser anormal que apareceu nesse domingo, na madrugada da festa que no Brasil é de Momo, e na Espanha de Quasimodo, foi um "diabinho". [...]
«Das árvores a que o outono arrancou as folhas e que a primavera não reverdeceu, caía uma chuva constante de pedaços miúdos de papel, […]. As serpentinas se desenrolavam como foguetes que sobem, longas, finas e coleantes. E das quatro filas de carros abertos, das tribunas, de toda parte baixavam nuvens perfumadas de rosas, cravos, violetas. O longo préstito subia e descia, harmonioso e em fila, entre as guitarras das estudantinas e os pregões dos vendedores ambulantes que ofereciam as suas serpentinas de quarenta metros, - porque as autoridades só permitiam as de vinte. […]
«De repente houve um alvoroço alegre, uma espera atenta; preparavam-se os dacos de confetti, empunharam-se as serpentinas, escolheram-se os mais frescos e perfumados ramalhetes. Um automóvel apareceu ao longe […] o rei de Espanha passava na Castelhana […].» 
Tomás Lopes - Paisagens de Hespanhap. 70-77

4 comentários:

Margarida Elias disse...

Este Domingo Gordo também anda chuvoso. Bom dia!

MR disse...

Parece que sim. E eu, também, não gosto nada de andar à chuva.
Bom domingo! ☂️

Maria disse...

Nunca gostei do Carnaval, nem em miúda.
O desinteresse mantém-se, geralmente fico em casa, mas lamento o mau tempo que estraga o trabalho e divertimento de tantos...
Bom carnaval para quem o aprecie! 🎭




MR disse...

Em miúda, gostava. Agora, dispenso.
Bom domingo!, apesar da chuva.