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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

João Cabral de Melo Neto



João Cabral de Melo Neto nasceu na cidade do Recife, a 9 de Janeiro de 1920, filho de Luís António Cabral de Melo - descendente de portugueses de São Miguel, Açores, pelo seu quarto avô, João de Melo Azevedo - e de D. Carmen Carneiro Leão Cabral de Melo. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de Agosto de 1968, tomou posse da sua cadeira em 6 de Maio de 1969.

No Rio inscreveu-se, em 1945, no concurso para a carreira de diplomata. Daí por diante, já enquadrado no Itamarati, inicia uma larga peregrinação por diversos países. Em 1984 é designado para o posto de Cônsul -Geral na cidade do Porto, em Portugal. Em 1987 volta a residir no Rio de Janeiro.

Recebeu, pela sua actividade literária, entre outros, os Prémio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prémio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prémio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prémio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prémio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prémio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988).

Em 1990 João Cabral de Melo Neto é aposentado no posto de Embaixador. A Editora Nova Aguilar, do Rio de Janeiro, publica, no ano de 1994, sua "Obra completa".

A um importante trabalho de pesquisa histórico - documental, editado pelo Ministério das Relações Exteriores, deu João Cabral o título de "O Brasil no arquivo das Índias de Sevilha". Com as comemorações programadas neste final do século, relacionadas com os feitos dos navegadores espanhóis e portugueses nos anos que antecederam ou se seguiram ao descobrimento da América, e, em particular ao do Brasil, a pesquisa de João Cabral assume valor inestimável para os historiadores dos feitos marítimos, praticados naquela época.

Em prosa, além do livro de pesquisa histórica já citado, João Cabral publicou "Juan Miró", 1952 e "Considerações sobre o poeta dormindo", 1941.

Morreu no dia 09 de Outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos.

Fonte: Biblioteca Virtual de Literatura


"...E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

(Morte e Vida Severina)

2 comentários:

Anónimo disse...

Adoro este poeta.
Vi a «Morte e Vida Severina» pelo Teatro Universitário de S. Paulo, com o Chico Buarque (ninguém sabia quem ele era na época, por cá), no Teatro Avenida. Imaginem há quantos anos foi. Eu era uma miúda e adorei!
M.

Anónimo disse...

Bonito!
A.R.