Gustave Caillebotte - Barcos à vela em Argenteuil, 1888
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
Olavo Bilac
4 comentários:
Maravilloso "dúo": poesía y pintura. Los dos muy oportunos para este reciente iniciado otoño.
Un abrazo.
Justa
Lindíssimo poema. Conheço mal Olavo Bilac, mas ainda vou a tempo...
Não está mal o poema. Mas, flancos por flancos, prefiro os que cantou Eugénio de Andrade. Não a eles, mas à poesia que deles veio.
JMS,
Acho que só li dois livros de O.B., um por causa de ilustrações da Maria Keil. :)
Bom dia aos dois.
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