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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Leituras na quarentena - 22

Lisboa: Estampa, 1996

Este livro saiu finalmente do monte.
«Engenheiros de almas» foi uma expressão utilizada por Estaline para se referir à função que ele achava que os escritores deviam ter na sociedade. (Um pouco nesta linha, José Gomes Ferreira intitulava-se de «operário das palavras».)
Como o Partido Comunista 'seduziu' os intelectuais ao mesmo tempo que 'desconfiava' deles, havendo sempre uma certa desconfiança da classe operária em relação as intelectuais.
E quem era considerado «intelectual»? Em 1952, o Congresso Internacional dos Trabalhadores Intelectuais define-o como aquele «cuja atividade exige um esforço do espírito, com tudo o que ele comporta de iniciativa e de personalidade, esforço esse habitualmente em predomínio sobre o esforço físico».
Este livro trata das relações entre os intelectuais entre os anos 30 e 60 do século passado, em que a maioria não questionava as ordens do partido, mas outros discordavam de algumas orientações e pensavam pela sua própria cabeça, o que lhes valeu serem marginalizados.

4 comentários:

Rui Luís Lima disse...

Um livro que deve ser bem interessante, cujo assunto me fez recordar um "escritor" que nunca li, chamado Brejnev (escrevo o nome à portuguesa), que conquistou o mais alto galardão literário do seu país.
No século passado li um livro do célebre Jdanov que definia o papel do intelectual e a sua actividade em prol da criação da "sociedade sem classes":-)
Muito boa tarde!

MR disse...

Há vários casos desses, como a Senhora Ceausescu que era apresentada como uma cientista na área da Química. :)
O realismo socialista teve a sua interpretação em Portugal no neorrealismo.
Boa tarde!

Rui Luís Lima disse...

Mas também tenho que confessar que gosto bastante de ler alguns autores neo-realistas.
Reconheço em alguns deles uma enorme qualidade literária.
Em criança ao mesmo tempo que lia as aventuras dos Sete, descobria a "Infância" de Maximo Gorki (aquele neto e a sua avó, ficaram para sempre na minha memória).
Desconhecia o caso dessa "cientista" romena:-)
Bom fim-de-semana!

MR disse...

A mãe de Máximo Gorki foi um dos livros que mais me marcou. Li muito Gorki e alguns outros russos da mesma escola. Portugueses também li, mas não fui grande leitora nem de Soeiro Pereira Gomes nem de Alves Redol. Li bastantes livros de Namora...
Bom sábado!