Cartaz de J. J. Stall.
Prosimetron
sábado, 31 de dezembro de 2011
Boa noite!
Com Zizi Jeanmaire, seu par na dança e na vida.
Só há poucos dias soube que tinha morrido o bailarino e coreógrafo Roland Petit, em Genebra, aos 87 anos. Conheceu Zizi Jeanmaire aos nove anos na Escola de Ballet da Ópera de Paris, com quem veio a casar em 1954. Zizi Jeanmaire, com quem formou par, dançou em vários dos seus bailados.
Fundou várias companhias - como o Ballet de Marseille - que há pouco se apresentou em Lisboa - e foi, com Maurice Béjart, um dos mais aplaudidos coreógrafos da segunda metade do século XX.
Escreveu as suas memórias, publicadas em 1993: J'ai dansé sur les flots (Eu dancei sobre as ondas).
Pas de deux, coreografia de Roland Petit, dançado por este e por Zizi Jeanmaire.
Carmen, coreografia de Roland Petit, com Alessandra Ferri e Laurent Hilaire.
Le Jeune Homme et la Mort, coreografia de Roland Petit, dançada por Marie-Agnès Gillot e Nicolas Le Riche, Ballet da Ópera de Paris, 2005.
Para acabarmos este ano em beleza e desejando-vos um Feliz Ano Novo.
Por este anoitecer...
Por este anoitecer, o ano acaba.
Cinzento e azul no céu por entre as árvores,
acaba o calendário. Muitos crimes dele
serão futuras efemérides nos outros
que, folha a folha, acabarão também.
Como anoitece igual este ano às noites
com que, dia por dia, o ano foi passando
gregorianamente. O mundo ocidental,
cesáreo, atlântico, ex-mediterrâneo,
conta do Cristo. Mas os outros mundos
também contarão dele, quando este ocidente
deixar de fingir dele - os deuses morrem -
para funções de calendário laico.
O tempo passa, os calendários mudam,
na vida e morte as horas se sepultam.
E, no entanto, o tempo vai conosco;
é desta Terra só, e só por haver outros
que de outros astros são por haver este
diverso tanto a cada movimento.
Por este anoitecer, o ano acaba.
31/12/1961
Jorge de Sena
Mini-livros - 1
Cá está o facsimilado da 1.ª ed. da Mensagem, feito pela Livraria Manuel Ferreira, em dezembro de 1994.Teve uma edição de 300 exemplares, todos numerados e assinados pelo editor, estando os primeiros 75 fora do mercado. O meu exemplar tem o n.º 89. Esta edição mede 9,5 cm de altura, enquanto que a edição original tem 18 cm.
Os exemplares fora do mercado, desta edição-mini, vinham dentro de uma caixa. Aguardemos que o Jad coloque o exemplar dele, com caixa. Coisa fina! :)
Para HMJ e APS, com votos de Bom Ano, extensíveis ao Arpose.
Penso que foi APS que deu início aos postes dos mini-livros.
Receita de Ano Novo
Para todos os prosimetristas, leitores e amigos
deixo esta receita. Bom Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Boas Festas
Malta amiga, desculpem o meu silêncio nos últimos tempos. Ainda não entrei para os Cartuxos, mas estive em grande retiro!
Para todos deixo Fraternidade, que é aquilo que posso e quero dar.
Bom Ano.
E vou aproveitar estes dias para tentar estar mais presente, antes de entrar em retiro, novamente.
Para todos deixo Fraternidade, que é aquilo que posso e quero dar.
Bom Ano.
E vou aproveitar estes dias para tentar estar mais presente, antes de entrar em retiro, novamente.
A Voz das Vítimas
O Parlatório
Ficheiros, oeganizados por temas e organizações: por exemplo, comunistas, maoistas, socialistas; PCP, FAP, etc.
Algumas das vítimas: Acácio Tomás de Aquino, Edmundo Pedro, general Sousa Dias, Fernanda Paiva Tomás, Álvaro Cunhal, Fernando Oneto, Agostinho Neto, Francisco Horta Catarino, ...
Outras vítimas Dias Lourenço, José de Sousa Coelho, Hermínio da Palma Inácio, general Marques Godinho, Horácio Faustino, José Luís Saldanha Sanches.
Os curros ou gavetas
«"Feitos à medida de um homem estendido ao comprido" e parecendo "sarcógafos", segundo o preso Lino Lima, os "curros" ou "gavetas" eram 13 pequenas celas de "solitária", situadas no 2.º andar do Aljube, pomposamente apelidado de "Sala 2" pelos carcereiros. Cada uma tinha cerca de um metro de largura, com catres basculantes que, quando estavam baixados, girando numas dobradiças, não possibilitavam ao preso passear.
«No final dos anos quarenta, ao chegar ao Aljube, o advogado Lino Lima foi informado pelo guarda prisional "Matateu", que poderia ficar nos "quartos", onde tinha "direito a lençóis e a ver o Tejo, pagando só dez escudos por dia". O preso recem-chegado disse-lhe que não ia pagar para estar preso e foi então levado para a Sala 2A, de pouca luz, com uma janela, gradeada e coberta por uma rede fina, que dava para o "Beco do Aljube". As camas ou "bailiques estavam presos à parede por dobradiças colocadas nas cabeceiras que, quando à noite se desciam e assentavam no chão, deixavam ver uma enxerga e duas mantas". Era para essa cela e outras colectivas - por exemplo a "Sala 3" -, com diversas camas que, após a fase de interrogatório, os presos eram habitualmente removidos, após o período de interrogatórios e de isolamento, sem aquecimento, nem assistência médica e com péssima alimentação: ao pequeno-almoço, café e pão; ao almoço, sopa e carne ou peixe, muitas vezes deteriorados.» (p. 211 do catálogo)
«1960: Sob prisão, fui conduzido para a esquadra de Arroios, onde apareceu daí a pouco Acácio Gouveia, acompanhado de vários amigos, gritando que tambem se considerava preso, porque tinha feito o mesmo que eu. [...] Passadas algumas horas, fui transferido, evidentemente, para a PIDE e daí, depois de um pequeno interogatório simbólico, para o Aljube, onde pela primeira vez conheci os célebres curros de má memória. [...] Foi uma simples advertência amável, no começo dos anos sessenta, que para mim seriam particularmente movimentados, com o objectivo de não me deixar esquecer mais o cinquentenário da República.» (Mário Soares, p. 212)
PENSAMENTO(S) - 216
Gosto de graffitis, mas dos verdadeiros e não daqueles que são mero vandalismo. E tenho-os fotografado em várias partes do mundo, mas esta "captura" não foi minha.
Bom dia !
Bom dia, que é também o último de 2011. Um Feliz 2012 para todos os colegas de blogue, de outros blogues, e para todos os que nos visitam ao longo de cada ano.
Feliz Ano Novo!
Despedindo-me deste ano velho venho desejar a todos um
FELIZ ANO NOVO
repleto de projetos!
E como o Ano de 2012 ainda é um mistério ensombrado aqui fica um detalhe da ilustração de Lisbeth Zwerger
para a história
"Uma Criança Misteriosa"
de E.T.A. Hoffmann
Adaptação de Maria Alberta Menéres e tradução de Ana Paula Pinto.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
No meu sapatinho... - 1
... entre, outras coisas, tive estes dois catálogos da Gulbenkian, por que ansiava há tempos:
Ontem estive a ver este. E aprendi umas "coisas". :)
Hoje vai ser a vez deste. E para a semana espero ir ver a parte segunda desta exposição.
Obrigada a quem mos ofereceu. :)
A toupeira...
«Certo belo dia, quando a toupeira pôs a cabeça de fora por entre um montão de terra, para ver se já nascera o Sol, aquilo aconteceu! (Era redondo e castanho, um pouco semelhante a um chouriço e, pior do que tudo, acertara-lhe em cheio na cabeça).»
A editora Kalandraka é especial: bons textos, boas ilustrações e edições cuidadas. Não conhecia esta toupeira que comprei há dias para oferecer e que li ontem a duas crianças. É muito divertido. Um deles já conhecia: já lho tinham lido na escola.
Fiquei a saber pelo site da kalandraka (http://www.kalandraka.pt) que há uma versão pop-up deste livro.
Natal de livro
Também este ano fiquei entre muitos, aqui. Por óbvia razão somos alinhados de pé, por estantes e prateleiras, de tal forma que quem sai desampara quem ficou. E quem se desampara inclina, o que não é bom, nem para o corpo, nem para o que lhe vai dentro. Portanto, a verticalidade é difícil e, logo se percebe, depende de outros. Pior. Este mês sairam bastantes e eu, menos aprumado, mais inclinado estou a cair também. Agora deito-me entre o nada e a capa de um que também ficou. Para o ano saio!
Esta é a prateleira dos de Natal. Somos de contos, de histórias, com figuras e sem intenção de mais sermos do que de Natal. Como disse - agora somos poucos.
Ao longo do ano, alguns vão chegando e aos que estamos reduzindo a incluinação. Nem tudo o que vem só vem por bem: ficamos mais aconchegados, sim, mas para além desses vêm outros, muitos, arrumando-se por aí, cada qual no seu lugar, a empurrar o lugar de cada um. Dias de vertigem. Por vezes, mudam-nos aos molhos, para cima e para baixo, para lá e para cá, para a direita e para a esquerda - para fora, menos. Assim se me põe o problema. A partir de hoje volta a desesperada certeza que as curtas andanças não me vão tirar de cá, pelo menos durante um ano: o que me aborrece para lá do tédio e me descamba, que já não sou novo. E sempre me arrisco a cair daqui abaixo. É a idade que nos traz este pavor de cair. No outro dia soltaram-se-me algumas folhas.
Os anos vão-me assegurando a raridade mas eu gostaria de não ser tão difícil de encontrar. O atributo vem concedido por um grupo de pessoas que ou nos encontram ou não encontram. Uma delas pára mais por aqui e até sabe se e quando os outros nos querem ou não querem. Chama-se Manuel e é o dono desta casa de livro. Esta noite não está, foi para a Ceia.
Tenho ido para a montra sempre em Dezembro. è um momento glorioso. Não sei se é dos reflexos cintilantes dos olhos de quem vê ou só de poder estar ali, apresentado no meu melhor. Este ano não fui. Será que "alguém" põe a hipótese que eles possam não me querer?
Problemas especiais podem aparecer: ainda que tenha sido sempre muito bem tratado, gostava de estar mais seguro do destino. Já o vi, quando os atam uns aos outros e com outro papel e acabam por ir parar, amontoados, acima de uma balança. Diz-se que vão a peso. Entre nós há quem diga que tal equivale a ser estralhaçado a favor de algo que, afinal, ninguém sabe o que é. Também há quem queira acreditar que parte de cada um de nós renascerá noutra forma, o mesmo espírito, mas já mais implementado. Como quem diz: papel somos, papel seremos. Mas é preciso acreditá-lo e o que sei é que para já cá estou, muito eu, sem ter que me obrigar à ideia que um dia poderei ser canelado ou cartonado a favor de qualquer embalagem, o que iria acabar comigo.
Reconheço que muita coisa me pode ainda acontecer, o caricato até. Ouvem-se muitas histórias neste sítio e há os casos que todos conhecem.
Ainda em Setembro chegou um grupo com uma história que nem é rara. Passaram quatro anos sem que lhes abrissem uma página que fosse. De doze volumes de uma enciclopédia, nem um mereceu sequer a curiosidade do querer saber. Deu-lhes a traça, claro, e logo a começar na capa do primeiro. O tempo sobrou ao bicho e lá foi ele furando páginas e páginas até mesmo ao fim do último deles. Passe o biblionumérico engano, foram ali estragados nada mais de dez - o que não é brincadeira, mesmo em tempos de tantos livros.
A outros acontece sair mais, pavoneados por cima das mesas dos cafés ou debaixo dos braços, a envaidecer as cabeças que lhes vão logo acima. Desses, nem todos são lidos, também. Diferentes destinos é o que mais há. Mas é ambição de mil e um de nós saber encantar ou, que seja, fazer chegar um afago de sono.
Acredito que qualquer papel aspira a conter em si o que ler ou o que ver. Só para não se ser de embrulho. Ter letras ou imagens - ou letras e imagens, melhor. Como no meu caso, passe o orgulho, que sou feito de alegrias e imaginações e de presépios e Meninos. Na capa apresento-me como "Livro de Natal" e não, sou encadernado, modesto e digno ainda, apesar das tais folhas e de algum descambamento.
Pretendo portanto sair deste lugar, entre mãos de gente que não conheça. Quem sabe, irei parar, dado, às trementes mãos de um velho asilado que me leia e depois morra. Ou, até, que morra eu às mãos irrequietas de um pequeno mais curioso (vês com as mãos, rapaz?).
Que não se compreenda que não gosto deste sítio de livros mas sinto a falta de umas mãos que me aconcheguem dentro de uns olhos. Assim respiro e sou olhado, ex-crisálida por um tempo, nem que aqui volte, um dia, por anos.
José Gaspar Ferreira
Antigamente, as livrarias faziam presentes para oferecer aos seus clientes. Este conto foi-me oferecido, em 1995, pela Livraria Manuel Ferreira, de um saudoso amigo alfarrabista do Porto, no Natal de 1995. É um livro pequenino, de 24 p., acompanhado de três ilustrações de Isabel Moreira.
Um romance...
George Goodwin Kilburne (1829-1924) - Hora de leitura
Óleo sobre tela, s.d.
«Um romance é como um arco de violino, a caixa de ressonância é a alma do leitor.»
Stendhal
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Boa noite!
Música do húngaro János Gáspár Mertz (1806-1856).
Um livrinho
Ao final da tarde... - 23 : Marianne Faithfull
Tinha de ser, pois que a menina Marianne faz hoje 65 anos. Happy Birthday!
Um livro...
Almeida Júnior (1850-1899) - Leitura, 1892
Pinacoteca do Estado de São Paulo
«Um livro é um animal vivo.»
Aristóteles
Confluências num só dia
Neste dia 29 de Dezembro recorda-se o nascimento de um músico e uma escritora e a morte de um pintor. Um dia especial, pois.
Pablo Casals, nasceu em Vendrell, na Catalunha, em 1876. Maestro e violoncelista famoso, devem-se-lhe interpretações inesquecíveis. Republicano e anti-franquista viveu exilado, a maior parte do tempo em Prades, nos Pirinéus, perto da sua cidade natal, onde criou um festival de música e deu lições. Morreu em 1973.
Carmen Sylva, pseudónimo da Princesa Isabel de Wied, que foi Rainha da Roménia, casada com Carol I. Publicou poesia, romance, teatro e aforismos, em alemão, romeno, francês e inglês. Uma colecçâo de aforismos intitulado Les pensées d'une Reine, recebeu o Prix Botta, da Academia Francesa. Dedicou-se também à música como cravista e organista e ao canto e ainda à pintura. Morreu em 1916.
"Lutamos contra os defeitos que nos fazem sofrer a nós mesmos; afagamos os defeitos que fazem sofrer os outros"
Jacques Louis David, nasceu em 30 de Agosto de 1748. Contrariando a família que queria que fosse arquitecto, estudou pintura em Paris na Academia Real e mais tarde em Roma, na Academia de Roma. Foi o mais célebre pintor francês do neoclassissismo. Apoiante da Revolução Francesa, fez parte do Clube dos Jacobinos e foi amigo de Robespierre. Com Napoleão, tornou-se o pintor do Império por excelência. Morreu em 29 de Dezembro de 1825.
Pablo Casals, nasceu em Vendrell, na Catalunha, em 1876. Maestro e violoncelista famoso, devem-se-lhe interpretações inesquecíveis. Republicano e anti-franquista viveu exilado, a maior parte do tempo em Prades, nos Pirinéus, perto da sua cidade natal, onde criou um festival de música e deu lições. Morreu em 1973.
Carmen Sylva, pseudónimo da Princesa Isabel de Wied, que foi Rainha da Roménia, casada com Carol I. Publicou poesia, romance, teatro e aforismos, em alemão, romeno, francês e inglês. Uma colecçâo de aforismos intitulado Les pensées d'une Reine, recebeu o Prix Botta, da Academia Francesa. Dedicou-se também à música como cravista e organista e ao canto e ainda à pintura. Morreu em 1916.
"Lutamos contra os defeitos que nos fazem sofrer a nós mesmos; afagamos os defeitos que fazem sofrer os outros"
Jacques Louis David, nasceu em 30 de Agosto de 1748. Contrariando a família que queria que fosse arquitecto, estudou pintura em Paris na Academia Real e mais tarde em Roma, na Academia de Roma. Foi o mais célebre pintor francês do neoclassissismo. Apoiante da Revolução Francesa, fez parte do Clube dos Jacobinos e foi amigo de Robespierre. Com Napoleão, tornou-se o pintor do Império por excelência. Morreu em 29 de Dezembro de 1825.
Humor pela manhã... - 78
Uma vez mais a realidade ultrapassa o melhor que a ficção podia oferecer, e ficamos a saber que a agora famosa médica que assaltou a ourivesaria do Centro Comercial Roma e ainda resistiu à PSP é a mesma médica que assistiu Armando Vara passando vários atestados e relatórios.
Novo provérbio : " Quando nos caem em cima, até os nossos médicos são assaltantes ".
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
A Voz das Vítimas
Só essa dor lhe dói.
Mas só por ela há-de
Não ser o ser que foi.
Do poema «Canção», escrito a 30 dez. 1939, por Miguel Torga, na Cadeia do Aljube (In Diário I. 4.ª ed. rev. Coimbra: ed. do autor, 1957).
Fui hoje ver esta exposição, patente na antiga Cadeia do Aljube, junto à Sé de Lisboa. Muito boa! Se ainda não a viu, vá, com tempo - tem muitos testemunhos de vítimas gravados, a que pode assistir. Só até sábado.
Humor pela manhã... - 77
Realmente, nem que seja nos saldos que começam oficialmente hoje, é mais fácil arranjar algo para vestir do que arranjar alguém para despir.
Cinenovidades - 205 : Belle du Seigneur
Estreia, finalmente, no início de 2012 a aguardada adaptação do romance de Albert Cohen. Os belos Jonathan Rhys Meyers ( o Henrique VIII televisivo ) e Natalia Vodianova são os protagonistas.
Papel de carta
Encontrei em arrumações um conjunto de papel de cartas para escrever que a minha madrinha me ofereceu há uns anos largos, trazido de Madrid. Então lembrei-me de Pessoa.
[Carta a Ophélia Queiroz - 17 Jun. 1920 ]
Meu Bebezinho:
Duas palavras só, porque não tenho tempo para mais; é só para te explicar a minha ausência.
Está em organização uma das empresas de que te falei há dias. Não tenho tido mãos a medir com o trabalho que me está dando. Claro que nem por sombras me tem sido possível aparecer em Belém; e quanto a escrever, mais impossível ainda.
Alem disto, ao tratar de todos estes assuntos ando doente, de modo que o cansaço ainda é maior.
Só apareço depois de amanhã , melhor 19 em Belém à hora do costume.
Desculpa-me, e ao papel em que te estou escrevendo.
Muitos beijos, muitos do teu
Fernando
17/6/1920
Duas palavras só, porque não tenho tempo para mais; é só para te explicar a minha ausência.
Está em organização uma das empresas de que te falei há dias. Não tenho tido mãos a medir com o trabalho que me está dando. Claro que nem por sombras me tem sido possível aparecer em Belém; e quanto a escrever, mais impossível ainda.
Alem disto, ao tratar de todos estes assuntos ando doente, de modo que o cansaço ainda é maior.
Só apareço depois de amanhã , melhor 19 em Belém à hora do costume.
Desculpa-me, e ao papel em que te estou escrevendo.
Muitos beijos, muitos do teu
Fernando
17/6/1920
Fernando Pessoa, Cartas de Amor (Organização, posfácio e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz.) Lisboa: Ática, 1978 (3ª ed. 1994), p. 28.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Em 2012, finalmente
Imagens da nova estação do metropolitano de Lisboa, Aeroporto, que deverá ser inaugurada nos primeiros meses de 2012. Uma ligação que foi prioritária em muitas metrópoles europeias e não só, mas que em Lisboa assim não foi considerada. Amigos mais dados a cabalas dizem-me que um dos principais empecilhos durante anos foi o lóbi dos táxistas, mas não quero acreditar.
Uma sugestão ilustrada
- Se ainda não tem um calendário de 2012, ou se pretende oferecer a alguém, porque não este ricamente ilustrado pelo Bernardo Carvalho? É uma edição da APCC, à venda desde logo nas lojas FNAC.
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