Prosimetron

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Coisas do céu... 16

Herri met de Bles (c. 1510-1555 ?), O Paraíso, 1541-1550


Óleo sobre madeira, 46.6 × 45.5 cm, Bonnefantenmuseum, Maastricht, Holanda
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Canto I

Do homem primeiro canta, empírea Musa,
A rebeldia — e o fruto, que, vedado,
Com seu mortal sabor nos trouxe ao Mundo
A morte e todo o mal na perda do Éden,
Até que Homem maior pôde remir-nos
E a dita celestial dar-nos de novo
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Do Orebe ou do Sinai no oculto cimo
Estarás tu, que ali auxílios deste
Ao pastor que primeiro aos escolhidos
Ensinou como do confuso Caos
Se ergueram no princípio o Céu e a Terra?
Ou mais te agrada Sião e a clara Síloe
Que mana ao pé do oráculo do Eterno?
Lá donde estás, invoco o teu socorro
Para este canto meu que hoje aventuro,
Decidido a galgar com vôo inteiro
Muito por cima da montanha Aônia,
De assuntos ocupado que inda o Mundo
Tratados não ouviu em prosa ou verso.
(...)

John Milton, Paraíso Perdido, tradução de António José de Lima Leitão (1787-1856), retirado do site: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paraisoperdido.html#1

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