Prosimetron

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Do Sagrado e do Profano no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Relógio com horas canónicas, cópia exposta no museu do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Mosteiro Santa Clara-a-Velha



Entre a Religião e a Superstição

Azeviche em bruto, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Os ritos e sentimentos religiosos tardo-medievais e modernos eram fortemente marcados pelos rituais católicos, nos quais o sino desempenhava um papel importante marcando o tempo da oração. No entanto, a par do sagrado encontrou-se no espólio do mosteiro de Santa Clara-a -Velha, objectos ligados a práticas e usos supersticiosos.

Assim, encontramos objectos de uso pessoal, em azeviche, "material considerado taumatúrgico", bem como, a existência de "testemunhos [objectos] de um comportamento puramente supersticioso, e, até, de carácter pagão: trata-se das mãos de azeviche, denominadas, a partir do século XVI, como figas e que se destinavam a proteger contra o mau-olhado. Com efeito o uso destes amuletos - muito em voga na sociedade peninsular entre os séculos XVI e XVIII mesmo entre as classes altas, e particularmente, na protecção das crianças - está comprovado entre as Clarissas de Coimbra, que se faziam acompanhar (algumas até ao túmulo) de figas da mão direita e da mão esquerda".

Mosteiro de Santa Clara de Coimbra. Do convento à ruína, da ruína à contemporaneidade, Coimbra: Direcção Regional de Cultura do Centro, 2008. (Coord. Artur Côrte-Real, Coord. científica Lígia Inês Gambini), p. 41.

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