Prosimetron

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sábado, 31 de janeiro de 2009

A inteligência das flores - 3


Salva


fotos.sapo.pt/hPQJjcIZekR47HQ6dtPj/

«Eis aqui a maravilhosa cilada de amor, imaginada pela Salva: muito ao fundo da sua tenda de seda cor de violeta, destila algumas gotas de néctar; é a isca. Mas, impedindo o acesso ao líquido açucarado, erguem-se duas hastes paralelas, muito semelhantes aos madeiros giratórios de uma ponte levadiça, na Holanda. No cimo de cada haste, há uma grande empola, a antena, em que transborda o pólen; em baixo, duas empolas mais pequenas servem de contrapeso. Quando a abelha penetra na flor, para atingir o néctar tem de empurrar com a cabeça as pequeninas empolas. As duas hastes, que giram sobre o eixo, oscilam imediatamente, e as antenas superiores vão tocar no ventre do insecto, cobrindo-o de pó fecundante.
Assim que a abelha saiu, os eixos, convertidos em molas, repõem o mecanismo na sua posição primitiva, e tudo fica pronto a funcionar, para quando se dê nova visita.»
Maurice Maeterlinck
In: A inteligência das flores. Lisboa: Clássica Ed., 1918, p. 43-44

3 comentários:

Anónimo disse...

Realmente! Cada um usa as armas que tem!
J.

Anónimo disse...

A natureza é fantástica e as flores são uma dádiva.
A.R.

Miss Tolstoi disse...

Comemos estas folhinhas em certos pratos...