Prosimetron

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Marcadores de livros - 1794

Marcador, com dourados que não se veem na digitalização, feito a partir de uma ilustração de Mucha. Com um agradecimento à Margarida e votos de boas saídas e melhores entradas no Novo Ano. para todos.

Passagem do ano


O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão 
esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar. 
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade 

A última do ano



Mesmo o meu optimismo crónico não vislumbra horizontes muito além desta pandemia , que dura e durará, especialmente nos terríveis efeitos económicos e sociais .

 O que não impede de desejar a todos um Ano Novo a correr o melhor possível !


 

Centenário de Amália - 12


Finalmente reeditada a biografia de Vítor Pavão dos Santos! Li-a quando foi publicada pela Contexto e já a reli. Agora comprei-a para oferecer.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Boa noite!


Parabéns, Patti Smith! 

Humor pela manhã


 

Leituras na pandemia - 42

S.l.: Prime Books, 2020

Comecei a ler o livro por um prefácio que pensei que era da autora e já estava com vontade de ir trocar o livro. 
Ora leiam: «Durante centenas de milhões de anos o nosso planeta Terra rodou à volta do Sol abrigando variadíssimas espécies animais [...] ».Já não roda, João Paulo Oliveira e Costa? É este professor da Nova que assina este prefácio que felizmente só tem três páginas porque só tem asneiras. Alguém havia de me explicar porque é que uma pessoa apresenta um livro sobre uma matéria de que não percebe nada - 'gralha' da rotação da Terra à parte. 
Se fizerem uma 2.ª edição do livro talvez seja melhor por o verbo rodar no presente porque em relação aos disparates o melhor mesmo seria retirar o prefácio. 
Um dia destes voltarei a este livro, prefácio à parte. 

Bergamo: 19 de março

Esta imagem de uma situação que nunca pensei ver. é a imagem que escolho de 2020. E os meus caros amigos prosimetronistas e visitantes do blogue querem também escolher uma? 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Boa noite!


Marcadores de livros - 1793

Destas três receitas hei de fazer o crumble de pêssego para o ano, no tempo dos pêssegos.
O primeiro e o segundo marcadores são dos seguintes livros. O terceiro já não me lembro.


Aubrey Beardsley no Musée d'Orsay

 


Aubrey Beardsley faleceu com 25 anos, em plena difusão da sua obra, o que fez dele um ator incortornável da Londres dos anos de 1890. 


É a primeira vez que uma exposição desta dimensão é mostrada fora de Londres. E está encerrada devido ao Covid, não estando prevista uma data para a sua reabertura. Gostava de ver esta exposição.

Viagem dos Magos


Paris, BnF, Manuscritos, latin 8846, Psalterium Cantuariense [Psautier de Canterbury], 18 (pormenor).

O imaginário do presépio nem sempre foi igual ao de hoje. Nesta imagem do século XIII os magos já estavam reduzidos a três, mas ainda não viajavam em camelos (ou dromedários) e eram menos "globais", dado todos serem caucasianos. 

 

domingo, 27 de dezembro de 2020

Marcadores de livros - 1791

Visitem este sítio de revistas, com índices muito bem organizados, o que é raro.
 

Ateliers dos Coruchéus

Na pequena sala de exposições da Biblioteca dos Coruchéus está patente uma mostra alusiva aos 50 anos do complexo dos ateliers e galeria dos Coruchéus.

Fernando Peres Guimarães foi o arquiteto do complexo dos Coruchéus.
Ateliers dos Coruchéus,. Maqueta, 1971
Atelier de escultura. Maqueta, 2020

Já aqui tinha postado os marcadores alusivos a esta efeméride.

Boas-festas

 


Espero que o sapatinho tenha ficado cheio.


sábado, 26 de dezembro de 2020

Alguns livros de outros natais

No outro dia falei deste livro de Jorge Semprún que recebi no Natal. Ei-lo:


Esta lembrança, recordou-me alguns outros livros recebidos noutros natais, todos oferecidos pela mesma pessoa: 

Paris: Albin Michel, 1967
1972
Lisboa: Livros do Brasil, 1975
Lisboa: Bertrand, 1982

De Malraux já tinha lido A condição humana e de Semprún A longa viagem. Por acaso eram amigos.
Com a leitura de Jean-Christophe e de A paixão de Maria do Céu fiquei fã de Romain Rolland e de Carlos Malheiro Dias, embora não os coloque no mesmo patamar como escritores.
A biografia de Lenine teve a ver com o meu gosto por biografias, paixão que o ofertante partilhava, ou me passou.
Quis o acaso que nos últimos tempos tivesse falado ou tivesse consultado estes livros.

Boas leituras!

Donuts da Coffee Library

Um donuts só com uma cobertura de chocolate preto e um enfeite alusivo à quadra.
Este tinha um recheio com gengibre. Diz quem comeu que era bom.

Quem quiser experimentar estes ou outros é aqui.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Boa noite!


O que deixou o Pai Natal na árvore para os nossos visitantes?

Para APS,  a correspondência entre Camus e Char:

Paris: Folio, 2017

Para a Bea, dois sabonetes Castelbel:


Para a Cláudia, uns chocolates:


Para HMJ, um lenço:

Para a Isabel, um ornamento para sua árvore:
Para a Justa, um lote com 30 marcadores, com mapas:

Para a Luisa, uns marcadores em madeira feitos à mão:

Para a Margarida, um livro com aguarelas de Sargent:

Boston: Museum of Fine Arts. 2013

Para a Maria, um copo do Boss:

Para a Maria Franco, uma biografia de Manuel Teixeira Gomes:
Lisboa: IN-CM, 2016

Para Miss Tolstoi, um calendário, com pinturas de Gustave Caillebotte:

Tushita Verlag, 2020

Para Mister Vertigo, na esperança de que não tenha este Sollers (apesar de ser só virtual):
Paris: Folio, 2020

Para a Paula, contos policiais de Natal:
New York: Ballantine Books, 2012

E para a Sandra, apesar de andar arredada dos blogues, umas réguas para a sua coleção:

Feliz dia de Natal para todos!

O que deixou o Pai Natal na árvore para os prosimetronistas?


Para o Luís, um candeeiro inspirado numa das ilustrações de Le Fuji bleu, de Katsushika Hokusai: 
Para a Ana, este alfinete Árvore da vida, inspirado numa pintura que se encontra na pedra tumular de Khnum-Hotep III:

Para o Filipe, um bolo Valrhona Chocolate Truffle para o lanche:


Para o Jad:
Lisboa: CTT, 2020

Para o João P.:
Ostfildern: Jan Thorbecke Verlag, 2017

Para o João S., a edição revista, de um livro que já vendeu 1,75 milhões de exemplares em todo o mundo:
London: Cassell, 2020

Para o Mário, um bule e um chá Mariages Frères:
Bom Natal!