Prosimetron

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sábado, 15 de novembro de 2014

Boa noite!

Mina canta um twist da banda sonora de O Eclipse de Antonioni.

"Som de cada gota"

Uma sugestão de leitura com o desejo de 
bom fim-de-semana!

Emanuel de Witte, Interior com uma mulher a tocar virginal de c.1660.
Museu Boijmans Van Beuningen, Rotterdam. 
(há outra versão no Musée des Beaux-Arts)

Emanuel de Witte - Interior with a Woman at the Virginal
Estou a ler Pedro Eiras, a capa do livro é um detalhe da tela apresentada.


BWV 582
***
Pouso a pena. Será mesmo assim? Decerto. Pois não discernimos o som de cada gota de água a cair sobre a areia; mas o ruído de todas as gotas da onda.
Bebo o chá. Expiro, e sigo a nuvem de vapor a sair da minha boca.
Assim como as ondas, também o som da neve caindo sobre os caixilhos, e o som do vapor que expiro e se desfaz no ar. Pois essa música composta é perceptível, ainda que eu não saiba  discernir cada parte. E assim ouvimos mas somos surdos, percebemos o universo e somos cegos.

Pedro Eiras, Bach. Lisboa: Assírio e Alvim, 2014, p. 77.



«Só dez por cento é mentira»

Há várias maneiras sérias de não dizer nada
mas só a poesia é verdadeira
Manoel de Barros

O primeiro verso é certíssimo; quando ao segundo... vareia!

Para APS, que me deu a conhecer este poeta.

Marcadores de livros - 194

Oito marcadores feitos para a Festa do Livro, 1994

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

"...incompletude"

                                        Juan de Arellano, Coroa de Flores,  
Pássaros e  Borboletas, Museu do Louvre


Retrato do artista quando coisa 

A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

[Trecho]
Manoel de Barros “Manoel de Barros — Poesia Completa Bandeira”, editora Leya

Boa noite!

Livro

VII-FESTA-DO-LIVRO.jpg

VII Festa do Livro no Museu do Oriente de 21 de novembro a 14 de dezembro.

Horário: Terça a domingo: 10.00 às 18.00; Sexta-feira: 10.00 às 22.00


A Fundação Oriente, em parceria com outras editoras e livrarias nacionais e estrangeiras, disponibiliza, de 21 de Novembro a 14 de Dezembro, a preços significativamente inferiores aos habitualmente praticados, centenas de títulos das mais diversas temáticas tendo a Ásia como denominador comum.

Do romance e poesia de autores asiáticos consagrados a catálogos de exposições e livros técnicos sobre a sociedade, a cultura ou a arte dos países asiáticos, passando também pela sua gastronomia, é possível nesta VII edição da Festa do Livro do Museu do Oriente viajar pela Ásia através dos livros.

(Informação retirada do site do museu).


«Les vieillles canailles»

Três septuagenários - Eddy Mitchell, Johnny Hallyday e Jacques Dutronc - juntaram-se no passado dia 5 de novembro num espetáculo, em Bercy, que pode ser visto no Youtube. Deste trio, sou mesmo fã de Jacques Dutronc.

Lembram-se?


Rodin, le laboratoire de la création

Foto de E. Druet

Esta exposição introduz-nos no atelier do escultor, verdadeiro laboratório da criação e testemunho de uma obra, permitindo-nos seguir o percurso excecional de Rodin. 
O visitante mergulha no processo da criação, percebendo os caminhos, as hesitações, e o brilho do pensamento formal do escultor. 
Saiba mais em:
http://www.musee-rodin.fr/fr/exposition/exposition/rodin-le-laboratoire-de-la-creation#sthash.CAqhwfhr.dpuf
Esta exposição pode ser vista até 27 set. 2015, no Museu Rodin, em Paris.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

In memoriam Fernando de Mascarenhas


Números


14 445                                                         

É o número de presos nas cadeias portuguesas, " apenas " 2128 a mais do que a capacidade prevista. Não existirem mais evasões, motins e outras " chatices " é quase da ordem do sobrenatural .

( A foto é da Cadeia do Linhó )

Um quadro por dia


Charles Demuth ( 1883-1935 ), I Saw the Figure 5 in Gold , óleo sobre tela, Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque .

Um quadro com dedicatória para o Arpose, a quem dou os parabéns pelos cinco anos cumpridos. Não o consigo ler tanto quanto gostaria, mas é sempre um grande gosto.

Citações



(...) Dos cimentos às telecomunicações, passando pelos media, o dr.Proença ou esteve ou está. Não há incompatibilidades nem conflitos de interesses. Há só competência, aura, carisma, influência. A eng. Isabel dos Santos entra na Zon e o dr.Proença passa a presidente não-executivo. Os brasileiros da Camargo Côrrea compram a Cimpor e fazem o mesmo. O dr.António Mosquito paga 10 milhões por 27% da Controlinveste - e lá vai o dr.Proença para chairman. Os franceses da Altice querem a PT e contratam o dr.Proença. Que preside ainda a inúmeras assembleias gerais. Defende poderosos em graça ou caídos em desgraça. Para os clientes, o dr.Proença é uma espécie de pata de coelho ou de trevo de quatro folhas. Quem o contrata sai sempre bem servido e com a causa ganha. Para lá do dr.Proença é o deserto. E ele obviamente lamenta que " não tenha havido capacidade para manter os centros de decisão em Portugal " . Nestes assuntos, ter pensamento estratégico e agir em conformidade é fundamental .

- Nicolau Santos, no Expresso do passado Sábado.

Um belo retrato de uma das Donas Constanças deste nosso país, não há festa nem festança ...

Humor pela manhã


Bom dia !





Uma peça que me pareceu ideal para um dia como o de hoje .

Miguéis em Paris


Leituras no Metro - 187

Lisboa: Ed. 70, 1988

Tenho andado a ler uns Simenon que pensava que nunca havia lido, um dos quais foi o conto «Sete cruzinhas numa agenda», que faz parte de Un Noël de Maigret. Pensava eu que nunca o tinha lido, mas quando consoante a leitura avançava ia-me relembrando da história.
André Lecoeur é o telefonista no Quai des Orfèvres. Na parede em frente tem um enorme mapa de Paris, iluminado por umas pequenas luzes que indicam os postos de polícia de Paris
Para passar as noites, André tem um livro onde fez cruzes em determinadas colunas, consoante o tipo de crime.
Na véspera de Natal, ocorre um crime na rue Vasco da Gama, e a assassinada é a sogra do irmão do telefonista.
Rue Vasco da Gama 
Hoje, na rua Vasco da Gama, fica um restaurante português.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Boa noite!

A deitar fora uns jornais, repesquei esta crónica de Ferreira Fernandes, quando foi anunciada a atribuição do Nobel da Literatura a Patrick Modiano...
Não sabia que o guionista de Lacombe Lucien tinha sido Modiano. Mas faz sentido...
Um dia destes, tentarei rever o filme.

DN, Lisboa, 10 out. 2014

André Claveau faz parte da banda sonora do filme de Louis Malle, assim como Django Reinhardt e Irène de Trébert.

Às cinco da tarde

Louis Anquetin - Cena de rua às cinco da tarde, 1887

Hoje todos os cinco vão dar ao Arpose. :)

Venham mais cinco!

Anthony Peters

Geminando um comentário de parabéns ao Arpose, aqui fica a canção de José Afonso:

E uns dióspiros para o almoço:
Terri Hill - Cinco dióspiros 

Parabéns ao ARPOSE, e a quem o faz: APS e HMJ!

Novidades

 Dois livros lançados recentemente : - o primeiro é um romance histórico ( " uma viagem no tempo que tem como ponto de partida a Sociedade de Geografia de Lisboa e a casa em ruínas do explorador Serpa Pinto em Cinfães do Douro. Um romance repleto de aventura, mistérios e conspirações, que nos leva à África do século XIX " - diz a nota editorial )
- o segundo abarca os seis séculos da expansão portuguesa, da conquista de Ceuta, em 1415, até 1999 e à entrega de Macau à China. Uma obra colectiva, com coordenação de João Paulo Oliveira e Costa.

Na Biblioteca Nacional

Hoje, ao final da tarde .

Um Pulcinoelefante português

Osnago: Pulcinoelefante, mar. 2013
Ed. n.º 8841, de 30 exemplares. 
Esta colagem de Isabel Baraona é a 17/29. São todas diferentes.

«A casa é a vida,
a biblioteca é o mundo.»
Catarina Figueiredo Cardoso

Bom dia !





Agora que se comemoram os 300 anos do nascimento do mais talentoso dos filhos de João Sebastião.

No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho


Em geminação com o Arpose.

Assinatura do Armistício

A assinatura do Armistício em 11 nov. 1918, às 5h00 da manhã. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

"... storia"



Boa noite!

Recordando Syd Barrett...

David Gilmour foi substituir Syd Barrett como guitarrista nos Pink Floyd. Era para ter sido uma substituição temporária...

Vinho novo


O vinho de 1898 não foi dos melhores, segundo um artigo de Alberto Pimentel (Ninho de guincho. Lisboa: Parceria Antonio Maria Pereira, 1903, p. 93-95):
«Notava o Diário de Notícias que a noite de S. Martinho passara este ano quase despercebida.
«A culpa foi talvez da chuva, porque o vinho aguado não presta.»
Depois de contar uma conversa entre um doente e um médico que pretendia convencer aquele a juntar água ao vinho, terminando a conversa com esta frase do paciente: «A água é boa? O vinho é bom? Pois bem! juntar o vinho com a água é estragar duas bebidas boas!»
A seguir, o autor continua a escrever sobre o vinho novo desse ano: 
«Ora assim aconteceu este ano na noite de S. Martinho: o vinho foi estragado pela água, que era muita de mais, como diria o Garrett.
«Choveu a potes, e não há calor de vinho que resista a uma valente carga de água.»
De qualquer modo, o vinho novo fraco não impediu que o povo se divertisse na província, como relata Alberto Pimentel.
http://clamordasabedoria.blogspot.pt/2011/07/escolha-que-traz-vida-nova.html

Olhando a montra

Il. de Stevan Dohanos para a capa de The Saturday Evening Post, 10 nov. 1951

Auto-retrato(s) - 209

William Hogarth - Painter and his Pug, 1745
Tate

No retrato,  veem-se encadernações de livros de Shakespeare, Jonathan Swift e John Milton.

A gravura de 1749.

Hogarth pintou diversos autorretratos.

A despedida dos Pink Floyd

O
O disco de despedida dos Pink Floyd, Endless River, é hoje posto à venda e já bateu o recorde de pré-vendas no Reino Unido. O disco é uma homenagem a Richard Wright, falecido em 2008.

domingo, 9 de novembro de 2014

Boa noite!


Um som inconfundível!
Uma canção de David Bowie e Brian Eno, de 1977.

Ainda Berlim...

Não muito conhecida junto do público português, Hildegard Knef foi, juntamente com Marlene Dietrich, uma das grandes artistas alemãs, oriundas de Berlim. A canção In dieser Stadt (Nesta cidade) integra um conjunto de temas que Knef gravou na segunda metade dos anos 60.  Rebelde, muitas vezes provocadora, esta actriz e cantora marcou profundamente a vida artística de uma Alemanha ocidental renascida das cinzas e em confronto difícil com o passado do Terceiro Reich. 
In dieser Stadt - uma homenagem à cidade de Berlim da diva Hildegard Knef.   

Berlim em festa




Inúmeras são as iniciativas comemorativas por ocasião do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. Neste preciso momento, a Staatskapelle de Berlim, juntamente com solistas como Renée Fleming e Elina Garanca, interpreta a Nona Sinfonia de Beethoven sob a direcção de Daniel Barenboim diante da Porta de Brandenburgo.

Os factos são conhecidos. Ainda assim, segue um breve resumo dos acontecimentos de 9 de Novembro de 1989.


Nessa quinta-feira, durante uma conferência de imprensa no IPZ (Centro de Imprensa Internacional) em Berlim Oriental, é anunciada uma nova regulamentação que permite aos alemães orientais viagens particulares ao exterior, incluindo países ocidentais como a RFA, sem requisitos burocráticos prévios. Günter Schabowski, porta-voz do governo da RDA, profere tais palavras inéditas pouco antes das 19h. Informa ainda os jornalistas que “viagens permanentes poderiam ser efectuadas a partir de qualquer posto fronteiriço da RDA para a RFA ou para Berlim Ocidental”. Questionado pelo jornalista italiano Riccardo Ehrman quando entraria em vigor a nova regulamentação, Schabowksi responde, um pouco inseguro: “Imediatamente”. Ehrman comunica precipitadamente à sua agência que “o muro caiu”. Diversas agências publicam o mesmo, a notícia corre as ruas da RDA e de Berlim Oriental em particular: milhares de berlinenses orientais accorrem rumo aos postos fronteiriços. A pressão pública vence: às 21.30h, é aberto o postoBornholmer Brücke. Pela meia-noite, vêem-se os primeiros alemães “ex-orientais” a passar pela Porta de Brandenburgo.


O muro caiu. Ao fim de 28 anos. 136 pessoas perderam a vida na tentativa de fuga.
Um ano depois, a Alemanha viria a reunificar-se.


O chá das cinco - 75

Francis Campbell Boileau Cadell - Reflections

Caixa do correio - 38

Há quase 25 anos um prosimetronista enviou-me este postal de Berlim. Só não digo a data porque ele tem um vidro e está numa estante junto a um bocadinho do muro.

A Queda do Muro