Prosimetron

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terça-feira, 1 de maio de 2012

Ementa para o jantar

A propósito do arroz de favas, referido pela Cláudia Ribeiro, fui parar a A cidade e as serras, de Eça.


«Desconfiado, [Jacinto] provou o caldo que era de galinha e rescendia. Provou – e levantou para mim, seu camarada de miséria, uns olhos que brilhavam, surpreendidos [...]. 
«E sorriu, com espanto: – Está bom! 
«Estava precioso: tinha fígado e tinha moela: o seu perfume enternecia: três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.»


«E pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris, sempre abominara favas! ... Tentou todavia uma garfada tímida – e de novo aqueles seus olhos, que pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado: 
«– Óptimo!... Ah, destas favas, sim! Oh que fava! Que delícia!»

3 comentários:

Cláudia Ribeiro disse...

:)

ana disse...

Um dos livros do Eça que gostei bastante.
Favas pequeninas são uma delícia! :)
Bom dia. :)

Miss Tolstoi disse...

Também gosto de favas, incluindo arroz das ditas.
O meu jantar ontem foi um bifinho panado que também dá pelo nome de Wiener Schnitzel ou de Bife à Milanesa, com esparguete.