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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Biografias, autobiografias e afins - 35


Descendentes de Hachem, bisavô de Maomé, portanto com genealogia estabelecida ainda Meca era pagã, e ainda mais próximos do Profeta, pois que o genro deste, Ali, era também seu primo e descendente do mesmo Hachem, os Hachemitas podem ser considerados a mais importante linhagem real do Islão. E uma linhagem próspera, pois que foram até ao século XX os guardiães hereditários dos Lugares Santos de Meca, com o privilégio do abastecimento de água e alimentação aos peregrinos...
Trinta e sete gerações depois, os Hachemitas atingem outras alturas quando Hussein, xerife de Meca, conquista contra os Turcos a independência da Arábia, com a ajuda de um célebre coronel inglês de grandes olhos azuis. E são os filhos de Hussein, Faiçal, que reinou na Síria até ser expulso pelos franceses em 1920, e mais tarde no Iraque; e Abdullah, rei da Transjordânia ( hoje Jordânia ) , que mantêm o prestígio da família, pois que o velho Hussein perdeu a Arábia em 1925 para Ibn Saud, chefe de uma tribo rival que defendia um islamismo mais fundamentalista e cujos descendentes ainda hoje aí reinam.
Se os hachemitas ainda hoje reinam na Jordânia, há muito que perderam o trono do Iraque, tendo sido quase exterminado o ramo iraquiano da família na sangrenta revolução de Julho de 1958 que depôs o rei Faiçal II, neto de Faiçal I. Revolução onde se notabilizou um jovem oficial chamado Saddam Hussein, que anos mais tarde instauraria no Iraque um regime muito mais autoritário que a monarquia hachemita...
- La Saga des Hachémites, la tragédie du Moyen-Orient, Rémi Kauffer, éditions Stock, 571p., 27,50€, 2009.

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

O resultado da república iraquiana está à vista e nem sequer conseguiram ter um Sadat que a estabilizasse. A ver vamos, se os "nossos aliados" dos EUA não decidirão um dia destes "introduzir o progresso-democrático" na Jordânia. Assim o farão, se Israel o entender.