Prosimetron

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terça-feira, 30 de junho de 2009

Rosas,Rosas e Lírios

Hoje quando fui às compras estive para comprar uma rosa. Olhei para ela mas não me seduziu. Resolvi trocar a rosa por um poema.


Rosas, Rosas e Lírios
Em quantos séculos eu não vi: as rosas e outros seres (a cor sulfúrica)
nem vi as naturezas mortas - se o mundo é a figura delas.
Nem tinha antigamente (dia imaturo) este saber:
porquanto seja enorme o mesmo mundo, espaços inúmeros, o tacto,
insaciável,
suguem a cada hora os lírios o seu líquido, e os animais (idênticos,
outrora)
se apascentem em erva rasa (a eterna qualidade desse gado, caprino, é
a de ser parco),
isso é fugaz. Percurso para o Rebanho ou outra coisa: a finitude.
Porém, pensar que a rosa apazigua:
diria que era rosa, una, e que era a espécie.

Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve, Poemário. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.

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