Prosimetron

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Uma ronda pelas melhores sobremesas


Como estamos na época das guloseimas aproveitem e tomem nota dos restaurantes que servem as melhores sobremesas. De Norte a Sul, numa pesquisa da Visão Gourmet.
Restaurante Ferrugem, R. das Pedrinhas, 32, Portela, V.N. de Famalicão
No Ferrugem reinterpretam propostas populares com doses bem calculadas de rigor técnico e criatividade, como no caso do Romeu e Julieta. Foram buscar o morango, fruto associado à paixão, para a marmelada, mas por ser pobre em pectina, tiveram de recorrer ao agar-agar para a indispensável gelificação.
Restaurante Quarenta e 4, R. Roberto Ivens, 44 Matosinhos
O "chef" pegou na massa de sonhos e, em vez do limão e da canela, aromatizou-a com laranja, cardamomo e uma vagem de baunilha. No recheio, a novodade maior: chocolate branco. Um espanto, esta sobremesa de base típica com a adaptação de estilo contemporâneo.
Restaurante Casa do Aleixo, R. da Estação, 216, Porto
Ao contrário de uma certa tradição nortenha de fazer a aletria com água e açúcar, que lhe dá uma consistência dura, de cortar à faca, na Casa do Aleixo confecciona-se com leite e ovos, fica cremosa e come-se à colher. Adivinha-se que essa grande cremosidade advém do uso generoso dos ovos, a lembrar a doçaria conventual.
Restaurante Cozinha da Terra, Lugar da Herdade, 8, Louredo, Paredes
De uma receita de família, o queque de noz é servido quente, mal cozido, regado com ovos-moles e com uma bola de gelado de ovos-moles ao lado. À receita da avó com noz moída, farinha e ovos-moles, acrescentou o gelado, também de ovos-moles para ficar mais leve e "cortar" quer o quente quer o doce.
Restaurante O Galito, R. da Fonte, 18D, Lisboa
D.Gertrudes é uma cozinheira de mão cheia. Com os seus 80 anos de idade guarda as receitas na memória, como a do pão de rala, que faz como ninguém, embora diga que "é tudo normal: a massa com amêndoas, o recheio com gila e os ovos, e o açúcar em farinha por cima". Se lhe perguntam se tem algum segredo, limita-se a responder que "são coisas antigas, que a gente vai aprendendo"...
Restaurante Tavares, R. da Misericórdia, 35-r/c, Lisboa
A ideia surgiu de José Avillez que queria algo diferente. E pegou numa das coisas mais emblemáticas da doçaria portuguesa, o pastel de nata, decidido a servi-lo de outra maneira. A massa e o creme do pastel podiam mudar de forma e de sabores, e foi o que fez, acrescentando-lhe o gelado para contrastar temperaturas. Mantém um certo classicismo, porque é um mil-folhas; tem inovação, porque o creme é diferente; e o resultado é brilhante com o crocante da massa, o doce do creme e o toque da canela.
Restaurante Spazio Buondi, Av. Sacadura Cabral, 53B, Lisboa
O que é que o leite-creme do restaurante Spazio Buondi tem que faz deste doce tradicional e tão popular uma das suas sobremesas mais apreciadas? A textura certa e só leite, ovos, açúcar e uma colher de farinha de trigo, sem canela, nem limão, "para saber mesmo a leite-creme". Depois, é queimado na hora e fica com aquele douradinho apelativo do caramelo que vai estalar na boca. Uma delícia.
Fortaleza do Guincho, Est. do Guincho
O "chef" pasteleiro Fabian Nguyen escolheu o marmelo, por ser fruta do momento, bem maduro, sem manchas, com pele amarela e viva. Juntou gelado de baunilha para cortar a acidez natural do marmelo e para refrescar o prato; serviu num copo, à parte, o sumo, porque ajuda a "limpar" o excesso de sabor doce e a guardar o sabor do marmelo.
Restaurante Sessenta Setenta, R. de Sobre-o-Douro, 1A, Porto
Francisco Meirelles viu a sua pêra-rocha glacê premiada, mal a apresentou, e nunca mais pôde tirá-la da ementa. Pela sua textura firme, é ideal para ser cozida em vinho, açúcar, açafrão e flor de anis, lentamente, a baixa temperatura; retira-se a pêra, reduz-se o molho e serve-se com uma quenelle de tangerina. Além de a fruta ser cozinhada, beneficia da cor e do sabor dados pelos açafrão, que liga muito bem com o anis.
Restaurante Club, Av. Combatentes da Grande Guerra, 40, V. F. Xira
O pão-de-ló, à base de ovos batidos, tem permitido a Henrique Louro fazer muitas coisas e, desta vez, casou-o com azeitona, trabalhando-a como a ameixa de Elvas. Um pastelinho cremoso com uma belíssima apresentação e um sabor irresistível.

2 comentários:

MR disse...

O Galito é uma maravilha, em sobremesas e não só.

ana disse...

Isto é para nos tentar!

Achei graça à criatividade dos chefes em relação às receitas tradicionais.