Prosimetron

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segunda-feira, 23 de março de 2020

Edgar Morin a L'Obs

Quel est, à ce stade, le principal enseignement que l’on puisse tirer de la pandémie du coronavirus ?
Cette crise nous montre que la mondialisation est une interdépendance sans solidarité. Le mouvement de globalisation a certes produit l’unification techno-économique de la planète, mais il n’a pas fait progresser la compréhension entre les peuples. Depuis le début de la globalisation, dans les années 1990, guerres et crises financières ont sévi. Les périls planétaires – écologie, armes nucléaires, économie déréglée – ont créé une communauté de destin pour les humains, mais ceux-ci n’en ont pas pris conscience. Le virus éclaire aujourd’hui de manière immédiate et tragique cette communauté de destin. En prendrons-nous enfin conscience ? Faute de solidarité internationale et d’organismes communs pour prendre des mesures à l’échelle de la pandémie, on assiste à la fermeture égoïste des nations sur elles-mêmes.
L'Obs, Paris, 18 mar. 2020

5 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Esperemos que isto sirva para mudar algum coisa na mentalidade presente de alguma gente que odeia o funcionalismo público no geral.
Basta abrir a televisão para ouvir os ultra-liberais a gritarem contra a falta de vigilância nas fronteiras, etc. Só se cada polícia, pessoal do SEF, etc., trabalhasse por três ou quatro. E quando votaram em partidos que queriam privatizar tudo não pensaram que menos pessoas (que são as mesmas ou outras com as mesmas características) iam fazer melhor trabalho e oferecer melhores serviços... Todos devíamos olhar para nós próprios, o trabalho que fazemos no dia a dia e se podíamos trabalhar mais. Se podíamos, devíamos fazê-lo.
Espero que o ultra-liberal Macron mude o seu modo de pensar.
A Europa ou ressuscita ou suicida-se. E não pode ter no seu seio países como a Hungria, a Polónia, etc. Se estes povos gostam de regimes autoritários não podem estar na Europa.
Não pode ser tudo mau. Alguma coisa de bom tem de sair desta catástrofe.
Boa tarde!

Miss Tolstoi disse...

Ainda não consegui comprar o Obs. Esta tarde vou ver se já chegou à tabacaria.

ana disse...

Realmente é uma citação pertinente. Estamos a fechar-nos, a palavra solidariedade ganha uma conotação estranha. Mas haverá respostas para contornar a situação?
A China enviou técnicos para auxiliar a Itália, será a Ásia a dar uma lição à Europa?

Rui Luís Lima disse...

A Europa é uma ficção! ou melhor os Estados Unidos da Europa com capital em Bruxelas deixaram de existir quando o trio Mittertand / Kohn / Delors partiu. O que se lhe seguiu foi uma morte lenta deste sonho, até chegarmos aqui, com um número enorme de Estados Nação a expandir o espaço geográfico, comandados pela autoritária Madame Merkel, cuja grande ambição é a mesma de Napoleão e Adolfo.

Quando François Holland chegou ao poder muitos pensaram, como eu, que ele iria fazer frente à Imperatriz Alemã, mas terminou por sair de lá a gatinhar. A falta de apoio e solidariedade da Europa com a Itália é a melhor prova de que nesta guerra invisível, a Europa é uma vergonha!

Se desejarmos ser Europeus vamos ter de começar tudo de novo da estaca zero.

PS para Miss Tolstoi - Macron nunca irá mudar o seu pensamento, ele apenas pretende ocupar o lugar da Imperatriz. Gostei de ler o seu comentário e o post do Prosimetron :-)

E a vida continua!
Uma boa semana!

bea disse...

Vá lá que ele é filósofo, conhecido e nomeado, avaliado como uma boa cabeça pensante com provas dadas; logo, tudo que diga não é apedrejado. Mas é que penso mais ou menos o mesmo. Lamentavelmente, estou de acordo. Quando assisto às mortes em Itália, às dezenas de caixões em fila, à parafernália impotente que rodeia os doentes, ao infrutífero trabalho daqueles profissionais de saúde, é igual a assistir guerras em directo, sentado à mesa. E há nisto uma perversidade que não me apraz. Eles avisam, mas nós apenas vemos, ninguém vai ajudar, os outros países respondem fechando-se e cada um salve-se a si mesmo. Numa pandemia global, que afecta todo o mundo. Há aqui qualquer coisa de fétido. A Europa não se entreajuda. Ontem ouvi que os chineses e a Rússia são quem está a ajudar. A globalização como o homem a entendeu não interessa nem ao Menino Jesus.
Estou um tanto descrente da espécie. Mas, quem sabe, aprendamos com os erros. A história mostra que não é assim. Mas, quem sabe.