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quarta-feira, 16 de abril de 2025

A globalização no século XVII

Uma ida à Cidade Eterna nesta Páscoa proporciona, para além das habituais cerimónias religiosas em São Pedro, a visita a um conjunto de exposições que merecem o grau superlativo: Caravaggio 2025 no Palazzo Barberini (provavelmente a exposição mais importante do ano), I Farnese nella Roma del Cinquecento nos Museus do Capitólio ou a recém inaugurada exposição Barocco Globale. Il mondo a Roma nel secolo di Bernini no Quirinal.  

Em colaboração com a Galleria Borghese e com outras instituições prestigiadas italianas e internacionais, o Barroco Global acompanha-nos num percurso por uma Roma cosmopolita, pois localizada no centro de uma vasta rede de viagens e relações que ultrapassavam as fronteiras nacionais e culturais do século XVII. África, América e Ásia eram presenças visíveis e tangíveis na Roma dessa época. Obras de Gian Lorenzo Bernini, Pietro da Cortona ou Nicolas Poussin projectam-nos para um mundo surpreendentemente multi-étnico e multi-cultural em que missionários e diplomatas colocavam em diálogo o Japão com a Pérsia ou o Congo com o Novo Mundo.

Este busto da autoria de Stefano Maderno (1576 - 1636) retrata  António Manuel Ne Vunda, o primeiro diplomata africano na Europa, proveniente do Reino do Congo, hoje Angola, alcunhado pelos romanos Negrita  e sepultado em Santa Maria Maggiore. A ele, dedicamos a nossa nova vinheta.


4 comentários:

MR disse...

Bem gostava de ir ver a expo sobre Caravaggio.
Desconhecia este primeiro diplomata africano na Europa. Muito interessante!
Boa Páscoa!

bea disse...

Sorte dos italianos e de quem viaja para Roma neste ano.
Beemmm....no século XVII ser diplomata africano em Roma, é qualquer coisa que merece uma vinheta e muito mais. E o facto de existirem bustos que o retratam diz muito da sua importância.
Boa Páscoa

Filipe Vieira Nicolau disse...

Obrigado, Bea! Boa Páscoa

Filipe Vieira Nicolau disse...

Andiamo a Roma, M.R.!