Apesar de raros, os filmes Brasileiros de qualidade têm sido muito interessantes e marcantes (inclusive, em prestigiosos círculos Europeus da "Sétima Arte", como o Festival de CANNES). Recordo, por exemplo, a histórica importância do "Cinema Novo", corrente estética onde se destacam nomes de primeira grandeza, como Glauber ROCHA (1939-1981), o admirável realizador de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), uma película que, entre outras características, nos fala da dinâmica concreta da exploração e da própria luta de classes, na zonas pobríssimas e rurais do "sertão".
Na sua mais recente experiência criativa, "O Agente Secreto" (2025), KLEBER Mendonça Filho retoma, com surpreendente expressividade, alguns temas e motivos de realizações precedentes, como "Bacurau" (2019), um filme de facto memorável, em torno de uma comunidade (imaginária) de uma região semiárida e pobre do Nordeste. Segundo a "sinopse" (entretanto divulgada), a última Obra do Autor - que, devo confessar, ainda não tivemos oportunidade de apreciar - explora dramas humanos, de inquestionável interesse sociopolítico; e a acção decorre durante a implacável ditadura militar no Brasil, um regime que tantas saudades deixou aos neo-fascistas do outro lado do Atlântico, como o ex-Capitão [da artilharia] e Presidente BOLSONARO... Um filme a (re)ver!
Curiosamente, a promoção, entre nós, do trabalho cinematográfico de KLEBER, tão diferente do "estilo" Hollywoodiano, acontece no mês em que se assinala mais aniversário da REPÚBLICA Federativa dos "Estados Unidos" (?!) do Brasil, proclamada, sem aparente resistência nem "derramamento de sangue", em 15 de Novembro de 1889, cem anos passados sobre a heróica tentativa (abortada) de revolta, ou "conjura", que ficou conhecida por "Inconfidência Mineira" [cf. Fernando FALCÃO MACHADO e Nicolau FIRMINO, "Pequeno Tratado de HISTÓRIA DE PORTUGAL e de HISTÓRIA DO BRASIL", com Posfácio de AGRIPPINO Grieco, Porto, Livraria Simões Lopes (de Manuel Barreira, Editor), 1952, pp. 189-190].
5 comentários:
Já foi ver? Bom dia!
Fui e gostei muito. Também recomendo o iraniano de Jafar Panahi.
Bom dia!
Bom...já tenho dois filmes para ver. Tenho de consultar os horários.
Obrigada pela notícia
Apesar de raros, os filmes Brasileiros de qualidade têm sido muito interessantes e marcantes (inclusive, em prestigiosos círculos Europeus da "Sétima Arte", como o Festival de CANNES). Recordo, por exemplo, a histórica importância do "Cinema Novo", corrente estética onde se destacam nomes de primeira grandeza, como Glauber ROCHA (1939-1981), o admirável realizador de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), uma película que, entre outras características, nos fala da dinâmica concreta da exploração e da própria luta de classes, na zonas pobríssimas e rurais do "sertão".
Na sua mais recente experiência criativa, "O Agente Secreto" (2025), KLEBER Mendonça Filho retoma, com surpreendente expressividade, alguns temas e motivos de realizações precedentes, como "Bacurau" (2019), um filme de facto memorável, em torno de uma comunidade (imaginária) de uma região semiárida e pobre do Nordeste. Segundo a "sinopse" (entretanto divulgada), a última Obra do Autor - que, devo confessar, ainda não tivemos oportunidade de apreciar - explora dramas humanos, de inquestionável interesse sociopolítico; e a acção decorre durante a implacável ditadura militar no Brasil, um regime que tantas saudades deixou aos neo-fascistas do outro lado do Atlântico, como o ex-Capitão [da artilharia] e Presidente BOLSONARO... Um filme a (re)ver!
Curiosamente, a promoção, entre nós, do trabalho cinematográfico de KLEBER, tão diferente do "estilo" Hollywoodiano, acontece no mês em que se assinala mais aniversário da REPÚBLICA Federativa dos "Estados Unidos" (?!) do Brasil, proclamada, sem aparente resistência nem "derramamento de sangue", em 15 de Novembro de 1889, cem anos passados sobre a heróica tentativa (abortada) de revolta, ou "conjura", que ficou conhecida por "Inconfidência Mineira" [cf. Fernando FALCÃO MACHADO e Nicolau FIRMINO, "Pequeno Tratado de HISTÓRIA DE PORTUGAL e de HISTÓRIA DO BRASIL", com Posfácio de AGRIPPINO Grieco, Porto, Livraria Simões Lopes (de Manuel Barreira, Editor), 1952, pp. 189-190].
Votos renovados de bons filmes!
Ao que me lembro, foi o primeiro filme de Kleber Mendonça Filho que vi.
Bom dia para os dois.
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