Gatos aos montes. E com uma praça onde as pessoas puseram abrigos para os gatos e dão-lhes de comer. Transformou-se numa praça turística. Bom sábado para os três.
Por mais "exótico" que pareça, a verdade é que a visita ao centro histórico de Kotor, Património Mundial da UNESCO, não dispensa a passagem por um pequeno Museu dos GATOS, que reflecte a especial relação da Cidade com os felinos...
A propósito do(a)s gatinho(a)s, chamou-me a atenção um curioso "episódio" da Vida, interessantíssima, de José LEITE DE VASCONCELOS, que assumia a "paixão de viajar" (cf. "De Terra em Terra", Imprensa Nacional, 1927, Vol. 1, p. 43).
Como recordaram, oportunamente, os Autores da sua "FOTOBIOGRAFIA" [de Ana MARTINS, João CARDOSO e Lívia COITO (ed. Museu Nacional de Arqueologia e Verbo, 2008, p. 246)], o muito erudito investigador, numa viagem pelo Reno, não resistiu à comovente "lembrança" poética dos seus animais de estimação e companhia: "São duas gatas (...)/ (...) Cá vou tão longe d'elas, Reno fora.../ Como num sonho longo e vaporoso,/ Ó Reno, tu me prendes e arrebatas:/ Horas de paz, indefinível gozo,/ O céu na terra... mas as minhas gatas?"
Reconheço, porém, que o montanhoso território Montenegrino ultrapassa de longe a encantadora Baía de KOTOR, um "fiord" que, segundo algumas fontes, Júlio VERNE terá considerado "le coin le plus attrayant du vieux continent"!!!...
Na verdade, no interior da pequena República (nos anos nostálgicos da Federação Jugoslava, a sua capital, Pordorica, chamava-se Titogrado, em honra do líder [Marechal] Josip Broz TITO), notei, principalmente, a imensa riqueza artística, cultural, religiosa e/ou espiritual de CETINJE, antiga "capital real" do País, onde a visita a alguns edifícios, como o Museu/Palácio do monarca Nicolau, constitui uma experiência inolvidável!...
Impõe-se, aqui (e agora), uma elementar rectificação! Onde se lê "Pordorica" (!!!) deve ler-se, obviamente, "Podgorica"... Pelo lamentável LAPSO, as minhas desculpas!
Nos curiosos temas de viagem - e, em particular, no que concerne a certos "sítios" turísticos, essenciais, do Montenegro -, tudo precisa de ser (pelo menos, minimamente) claro... Razão sobeja para, se me permite(m), acrescentar apenas duas breves palavras, ainda a propósito da anterior referência a CETINJE.
Na nossa digressão, durante (quase) duas semanas, pelos países balcânicos, também não visitámos Podgorica (capital política e administrativa), que a organização do "circuito" considerou, apesar de tudo menos interessante, em relação à "antiga capital" do Reino Montenegrino!
Com efeito, CETINGE encantou-me pelo seu (muito) especial interesse patrimonial, sobretudo respeitante ao Mosteiro [Ortodoxo], ao Museu Nacional e ao próprio Museu [Palácio] do Rei Nicolau.
Claro, que o primeiro e último monarca do Montenegro, de seu nome completo Nicolau Mirkov Petrovic-NJEGOS (1841-1921), impôs o seu conturbado poder (curiosamente, no ano em que Portugal implantou a República), tentando conciliar o inconciliável, ou seja, a influência cosmopolita e o nacionalismo ultramontano, com tudo o que de controverso (erros internos e externos) implicou, no seu efémero "reinado"...
Como brevíssima nota marginal, permito-me relembrar que ao rei Nicolau, assumido "francófilo" (enquanto Príncipe, havia estudado em Paris, no célebre Liceu Louis-le-Grand), estava, fatalmente, reservado o exílio, no Sul de França (em Cap d'Antibes, Alpes Marítimos), onde faleceu. Em 1989, os seus "restos mortais" foram trasladados de S. Remo (Itália) para Cetinje, onde repousa no mausoléu, do qual, no entanto, nem todos o(a)s guias mostram o "interesse turístico" em se acercar...
Um dos ângulos mais sugestivos sobre alguns aspectos do Montenegro, foi o Capítulo que Norman DAVIES incluiu no seu volumoso trabalho "REINOS DESAPARECIDOS: História de uma Europa quase esquecida", Ed. 70, 2016 ["O Reino da Montanha Negra (1910-1918)", pp. 665-717].
11 comentários:
Bonitos marcapáginas, especialmente los dos últimos: puertas y gatos.
Abrazos.
Deste Montenegro gosto, e então com gatos...🐈🐈⬛
Bom sábado!
Deve ser uma maravilha passear por esses lugares tão fermosos.
Bom sábado
Um abraço
Gatos aos montes. E com uma praça onde as pessoas puseram abrigos para os gatos e dão-lhes de comer. Transformou-se numa praça turística.
Bom sábado para os três.
Otro bonito destino turístico. Todos los marcadores bonitos, pero destacaría el de las puertas.
Bom fim de semana
Parece un lugar muy bonito (y también los marcapáginas), por lo que se puede ver en el vídeo.
Apertas.
Por mais "exótico" que pareça, a verdade é que a visita ao centro histórico de Kotor, Património Mundial da UNESCO, não dispensa a passagem por um pequeno Museu dos GATOS, que reflecte a especial relação da Cidade com os felinos...
A propósito do(a)s gatinho(a)s, chamou-me a atenção um curioso "episódio" da Vida, interessantíssima, de José LEITE DE VASCONCELOS, que assumia a "paixão de viajar" (cf. "De Terra em Terra", Imprensa Nacional, 1927, Vol. 1, p. 43).
Como recordaram, oportunamente, os Autores da sua "FOTOBIOGRAFIA" [de Ana MARTINS, João CARDOSO e Lívia COITO (ed. Museu Nacional de Arqueologia e Verbo, 2008, p. 246)], o muito erudito investigador, numa viagem pelo Reno, não resistiu à comovente "lembrança" poética dos seus animais de estimação e companhia: "São duas gatas (...)/ (...) Cá vou tão longe d'elas, Reno fora.../ Como num sonho longo e vaporoso,/ Ó Reno, tu me prendes e arrebatas:/ Horas de paz, indefinível gozo,/ O céu na terra... mas as minhas gatas?"
Reconheço, porém, que o montanhoso território Montenegrino ultrapassa de longe a encantadora Baía de KOTOR, um "fiord" que, segundo algumas fontes, Júlio VERNE terá considerado "le coin le plus attrayant du vieux continent"!!!...
Na verdade, no interior da pequena República (nos anos nostálgicos da Federação Jugoslava, a sua capital, Pordorica, chamava-se Titogrado, em honra do líder [Marechal] Josip Broz TITO), notei, principalmente, a imensa riqueza artística, cultural, religiosa e/ou espiritual de CETINJE, antiga "capital real" do País, onde a visita a alguns edifícios, como o Museu/Palácio do monarca Nicolau, constitui uma experiência inolvidável!...
Votos de um Bom fim-de-semana!
Impõe-se, aqui (e agora), uma elementar rectificação! Onde se lê "Pordorica" (!!!) deve ler-se, obviamente, "Podgorica"... Pelo lamentável LAPSO, as minhas desculpas!
É verdade, a montanha é maravilhosa. Não fui a Podgorica, infelizmente. Mas os dias previstos não davam para ver tudo.
Bom domingo para todos.
Nos curiosos temas de viagem - e, em particular, no que concerne a certos "sítios" turísticos, essenciais, do Montenegro -, tudo precisa de ser (pelo menos, minimamente) claro... Razão sobeja para, se me permite(m), acrescentar apenas duas breves palavras, ainda a propósito da anterior referência a CETINJE.
Na nossa digressão, durante (quase) duas semanas, pelos países balcânicos, também não visitámos Podgorica (capital política e administrativa), que a organização do "circuito" considerou, apesar de tudo menos interessante, em relação à "antiga capital" do Reino Montenegrino!
Com efeito, CETINGE encantou-me pelo seu (muito) especial interesse patrimonial, sobretudo respeitante ao Mosteiro [Ortodoxo], ao Museu Nacional e ao próprio Museu [Palácio] do Rei Nicolau.
Claro, que o primeiro e último monarca do Montenegro, de seu nome completo Nicolau Mirkov Petrovic-NJEGOS (1841-1921), impôs o seu conturbado poder (curiosamente, no ano em que Portugal implantou a República), tentando conciliar o inconciliável, ou seja, a influência cosmopolita e o nacionalismo ultramontano, com tudo o que de controverso (erros internos e externos) implicou, no seu efémero "reinado"...
Como brevíssima nota marginal, permito-me relembrar que ao rei Nicolau, assumido "francófilo" (enquanto Príncipe, havia estudado em Paris, no célebre Liceu Louis-le-Grand), estava, fatalmente, reservado o exílio, no Sul de França (em Cap d'Antibes, Alpes Marítimos), onde faleceu. Em 1989, os seus "restos mortais" foram trasladados de S. Remo (Itália) para Cetinje, onde repousa no mausoléu, do qual, no entanto, nem todos o(a)s guias mostram o "interesse turístico" em se acercar...
Um dos ângulos mais sugestivos sobre alguns aspectos do Montenegro, foi o Capítulo que Norman DAVIES incluiu no seu volumoso trabalho "REINOS DESAPARECIDOS: História de uma Europa quase esquecida", Ed. 70, 2016 ["O Reino da Montanha Negra (1910-1918)", pp. 665-717].
Muito GRATO PELA ATENÇÃO e Boa Noite!
Obrigada pela dica. Hei de procurar o livro de Norman Davies.
Bom dia!
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