Prosimetron

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

... pelo vento que corre e se desvanece ...

Tinha no meu e-mail um poema; poema relacionado com os tempos que passam; a falta de chuva traz frio, muito frio... e eu tenho sentido o frio. E parece que hoje a temperatura ainda vai baixar mais uns sete graus.

o solo seco
anuncia a chuva que não cai
que não é sorvida
que não alimenta
que o céu se esqueceu de mandar

os frutos são amargos
as colheitas desastrosas
e sentamo-nos nos degraus
a contemplar
a vasta planície deserta
toldada pelo calor
pelo vento que corre e se desvanece
mas os frutos continuam amargos
sem aquele sabor doce de outrora

dura é a raiz
a cerviz de um tempo
que se esgotou
se esborou por entre os dedos
não fechados
queimados
maltratados

e a terra domina tudo o que a nossa vista alcança
apoderou-se até das palavras
ricas
solenes
que brotavam do solo
que não estava seco
que queria ser amado
que era banhado pela água purificadora


7-02-2012
                                                RE

1 comentário:

Pardal disse...

Realmente existem momentos em que "a terra domina tudo o que a nossa vista alcança". O pior é quando a própria terra deixa de ter capacidade de absorver a água... a seiva deixa de circular e as árvores secam. Faz-se um deserto.
A seca pode causar esses problemas. Veja-se a solidão.