Prosimetron

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terça-feira, 16 de julho de 2013

Poemas - 82


Nas docas

Estacionámos o carro junto às docas
e percorremos a pé os poucos metros
que nos separavam do conjunto de mesas
e guarda-sóis dos cafés.

Era a terceira vez que ali estávamos os dois.

Por acaso, foi a última.
O nosso caso acabou meses depois.
O mistério desaparecera, porque tudo
o que é rotineiro tem a particularidade da evidência.
« Agora vais dizer isto; depois, certamente dirás aquilo ».

Rotina por rotina, cada um prefere a sua.


- Maria Carlos Loureiro, in Acasos e Mistérios, Quetzal Editores, Lisboa, 1998, p.35.

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