Prosimetron

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sábado, 26 de outubro de 2013

Ainda o regresso de Sócrates



(...) Ora Sócrates, protestando o seu desinteresse pela vida pública e as suas novas tendências para a filosofia, com a convicção de um adolescente analfabeto, só pensa em abrir o caminho para um  memorável ajuste de contas.
Uma entrevista justificatória na RTP, um programa de " opinião" também na RTP e, agora, o lançamento de um " livro ", para inaugurar um estatuto de " intelectual ", a que nem sequer faltou Mário Soares, Lula da Silva e uma assistência de " notáveis ", seleccionados por convite. O supracitado " livro ", absolutamente desnecessário, é de facto uma prova escolar ( uma " tese " de mestrado ), sem uma ideia original ou sombra de perspicácia, que assenta na larga citação e paráfrase de - vá lá, sejamos generosos - 30 livros, que se usam pelo Ocidente inteiro, e em algumas fantasias francesas ( Sciences Po oblige ). O extraordinário não é que Sócrates se leve a sério, o extraordinário é que o levem a sério. Mas claro que o " lançamento " não foi de um " livro ".

- Vasco Pulido Valente, no PÚBLICO de ontem.


Não li ainda o recente livro de José Sócrates, mas é-me impossível não concordar com a conclusão final de Pulido Valente : a " cerimónia " no Museu da Electricidade foi mais, muito mais, que uma simples apresentação de um livro, mesmo que o autor seja um ex-primeiro ministro. O futuro dirá da eficácia de tal cerimónia, a que, significativamente, o Dr.Seguro não compareceu.

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