Prosimetron

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domingo, 20 de outubro de 2013

Almada - 500 anos do Foral Manuelino


Não sei a data certa em que apareceu este selo evocativo dos 500 anos do foral dado a Almada, pelo rei D. Manuel I (julgo que foi a 7 de Junho de 2013). Ofereceram-me hoje um exemplar.
Estes selos de emissão paralela [às emissões comemorativas ditas oficiais] têm, filatelicamente falando, o mesmo valor dos selos que se vendem em todas (ou quase todas) as estações do correio. É um recibo criado para o pagamento de um serviço, pré-comprado: o transporte de uma carta.
Hoje parece-me ser difícil, para não dizer impossível, ter a coleção de selos de Portugal (isto é a coleção de todos os selos que podem fazer chegar ao destinatário, de uma forma sem ser necessário pagar mais nenhuma taxa ou imposto, um objeto) emitidos durante o ano. Qualquer pessoa, qual instituição, pode criar, oficialmente, o selo que desejar. Até pode fazer um selo com a própria mão ou o próprio pé!
E para grande espanto, não foi só o selo que os correio proporcionaram. Conheço já dois carimbos diferentes para carimbarem "oficialmente" as peças que forem enviadas da "Estação de Correios" que, provisoriamente, presta serviço em determinados lugares.  O primeiro, dos carimbos, diz "500 anos do foral manuelino" e tem como data 2013.06.07; o segundo, como data de 2013.10.19, para além de repetir a mesma inscrição diz ainda "A.R.P.C.A. - 7.ª Mostra de filatelia e colecionismo" e é ilustrado com um "boneco" inspirado no que pensaram ser o retrato de D. Manuel I (que também aparece no selo). Na verdade,  "o retrato" que ilustra o selo é um desenho feito no século XIX (para a I.ª série de Retratos e biographias das personagens illustres de Portugal, impressa em 1840-1841) a que foi dada uma coloração.
Felizes (convencidos que tinham uma representação "real"- isto é verdadeira - do Rei) fizeram um bilhete postal. Criaram um postal-máximo-triplo, em que o elemento figurativo do selo, do postal e do carimbo é igual. Mas nada disto é oficial (embora seja tudo oficioso). O selo é impresso por ordem dos Correios de Portugal (mas não aparece na listagem dos selos de Portugal), circula e paga "o frete" ou serviço de transporte da peça (mas não foi autorizado por portaria oficial, pelo Ministério correspondente), o carimbo cumpre a sua função, mas é tudo um serviço, "por favor".


Obrigado a quem me ofereceu esta peça, para a minha coleção.

2 comentários:

MR disse...

«Quem sabe, sabe»!...

APS disse...

"Desregulamento dos mercados", que tornou a filatelia e os filatelistas vítimas da especulação dos Correios. Dantes, era só no Leste europeu, mas hoje em dia até os sisudos e sérios correios ingleses entraram na deriva...