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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Leituras no Metro - 223

Alfragide: Dom Quixote, 2015

«Foi na qualidade de propagandista, e não de ideólogo com um único, ou especial, conjunto de ideias políticas, que Hitler deixou a sua marca nesses primeiros anos. Não havia nada de novo, de diferente, original ou distinto nas ideias que ele impingia nas cervejarias de Munique. Eram a moeda corrente entre as várias fações e grupos völkisch e já haviam sido adiantadas nos seus pontos essenciais pelos pangermanistas de antes da guerra. O que Hitler fez foi propagar ideias sem nada de original de uma maneira original. Ele deu voz a fobias, preconceitos e ressentimentos como ninguém fora capaz de fazer até então. […] Era menos o que ele dizia e mais como dizia que contava. Como viria a verificar-se ao longo de toda a sua “carreira”, a apresentação era tudo. [… Hitler] aprendeu que conseguia mobilizar as massas. […] Precisava da excitação orgasmática que somente as massas em êxtase poderiam proporcionar-lhe. A satisfação obtida através da reação arrebatadora e dos aplausos entusiásticos das multidões em delírio deve tê-lo compensado pelo vazio das suas relações pessoais.» (vol. 2, p. 29)

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