Prosimetron

Prosimetron

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Leituras no Metro - 1006

Lisboa: Tinta da China, 2008

«Tentei tudo ao meu alcance para viver na Pérsia. Falhei. À minha volta via pessoas que também tentavam a penas viver. Lutavam contra os mesmos perigos, e os perigos reais não eram os mais graves. Como eu, também eles resistiram aos longos caminhos da montanha, às noites junto a margens alagadas, aos assaltos do cansaço e do desânimo. Como eu, também eles regressavam um dia à capital, viviam em consulados, tomavam banho, comiam bem e dormiam muito.
«Julgavam, como eu, que deste modo poderiam restabelecer forças para novas aventuras. Tiveram disenteria e febre, começaram a beber e semanas a fio, iam toas as noites aos botequins tristes de Teerão, onde encontravam uísque, música e coristas. Muito à semelhança das cidades europeias.» (p. 77)

2 comentários:

bea disse...

A Pérsia ou Irão está a parecer por este extracto um bocadinho perigosa para a saúde. Mais parece que o título da obra lhe fica a matar, em vez de se viver na Pérsia, vai-se ali para chamar a morte em voz alta. Ironias que existem.

MR disse...

Era a Pérsia dos anos 30 do século passado.
Bom sábado!