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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

A caminho do 25 de Abril - 5


Portugal e o futuro, de António de Spínola, foi publicado pelo editor Waldemar Paradela de Abreu com a chancela da Editora Arcádia, no dia 22 de fevereiro de 1974.

Adenda às 21h02:
Acabei de ouvir na RTP1, a jornalista Ana Sofia Leitão dizer que o livro tinha escapado «ao crivo da Censura». Os livros não iam à Censura; podiam ser apreendidos depois, nas livrarias e nas tipografias, não pela Censura mas pela PIDE.

Hoje foi apresentado este livro de João Céu e Silva:

Lisboa: Contraponto, 2024

«Ainda hoje muitos não sabem que foi um livro que deu origem ao acontecimento que mudou o país em 1974 e que bastou ao mais prestigiado general português de então apenas uma frase-choque para derrubar em poucos dias o Regime: "A vitória exclusivamente militar é inviável." Esta declaração do general António de Spínola no seu livro Portugal e o Futuro, sobre a guerra no Ultramar, arrasou por completo a credibilidade do Governo de Marcello Caetano e provocou um autêntico terramoto no país.
«A obra, lançada a 22 de fevereiro de 1974, apresentava uma reflexão demolidora sobre a situação nacional e o futuro das colónias feita por quem melhor os conhecia e teve uma repercussão social e política inédita na sociedade portuguesa. Em poucos dias, os duzentos e trinta mil portugueses que compraram o livro compreenderam que o Estado Novo não tinha soluções para a grave crise que Portugal atravessava e que o Regime estava preso por um fio. 
«Espalhando-se pelo país como fogo em mato seco, as propostas do general em Portugal e o Futuro abriram o caminho que os capitães de Abril traçariam dois meses depois, no golpe que fez por fim cair o Regime e que o povo português, que acorreu em massa às ruas, transformou numa revolução. Os capitães concederam-lhe a honra de receber o poder das mãos do sucessor de Salazar e nomearam-no presidente da Junta de Salvação Nacional. No entanto, à primeira oportunidade, o general foi descartado, e Spínola não foi capaz de fugir à maldição que lhe estava destinada por se ter antecipado em dois meses ao fazer apenas com palavras um primeiro 25 de Abril.» (Da sinopse)

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