Obrigada😉 Esta é a única Tabacaria que tenho com marcador. Há precisamente 23 anos passei um dia maravilhoso na Casa Fernando Pessoa e em outros lugares ligados à vida do meu Poeta preferido. Tb gostaria de lá estar hoje... Bom dia!
Verdade! E com a ajuda de muitos outros países estrangeiros, felizmente. Sabes que ele foi recusado para bibliotecário do Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, por falta de habilitações? Ridículo, não é?
Há 90 anos, o nosso País perdia uma figura maior da Literatura Lusófona! Um Autor que, apesar das polémicas "reservas" de alguns críticos, entre os quais o erudito médico Mário SARAIVA - que, no seu trabalho interpretativo sobre "O Caso Clínico de Fernando Pessoa" (ed. Referendo, 1990), não hesita em associar a "origem" dos heterónimos Pessoanos ao próprio estado psíquico do celebrado Artista da palavra! -, continua a merecer a nossa admiração pelo seu requinte formal de beleza estética, patente em poemas tão inspirados como, por exemplo, na clássica "Mensagem".
Neste ano em que os Portugueses (mais) atentos às Letras e às Artes registaram, igualmente, os 110 anos do primeiro número (1915, Março) da efémera e histórica revista "Orpheu", vale a pena, por isso recordar, mesmo de forma muito sumária, o "anúncio" de um trágico episódio biográfico, que me suscita particular interesse, relacionado com os conturbados quotidianos de dois dos seus responsáveis, Fernando PESSOA (13.6.1888 - 30.11.1935) e Mário de SÁ-CARNEIRO (19.5.1890 - 26.4.1916).
Lamento mas, nestas delicadas circunstâncias, importa relembrar aqui a carta, particularmente dramática, que, alguns dias antes do "abismo" - suicídio -, num boémio "quartier" de Paris (Rua Victor Massé), Mário de SÁ-CARNEIRO enviou ao seu fidelíssimo Amigo e POETA [Fernando PESSOA], um "torturado e lancinante" documento que ANDRÉE Crabeé ROCHA nos oferece, criteriosamente, nas páginas (372 e 373) do valioso ensaio "A Epistolografia em Portugal" [de 1965 (Almedina), reeditado em 1985 pela IN/CM]:
"Paris, 31 de Março de 1916 / Meu querido Amigo, / A menos dum milagre na próxima 2.ª feira, 3 (ou mesmo na véspera) o seu Mário de Sá Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. (...) Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando (...). Hoje vou viver o meu último dia feliz. (...) Pode fazer publicar os versos em volume, em revistas, etc. Deve juntar aquela quadra: 'Quando eu morrer batam as latas', etc. (...) / (...) Você e o meu Pai são as únicas duas pessoas a quem escrevo. (...) Todo o meu afecto e a minha gratidão por você, meu querido Fernando Pessoa num longo, num interminável abraço de Alma. / O seu, seu / MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO. / (...) Adeus. Se não conseguir arranjar amanhã a estricnina em dose suficiente, deito-me para debaixo do 'Metro'... Não se zangue comigo."
Temos de ficar por aqui, embora deixemos por comentar o (compreensível) carácter lacónico e ambíguo da "lápide" evocativa do promissor e malogrado Poeta, visível num edifício (n.º 29) da referida artéria Parisiense, conforme a imagem publicada, em 2017, num curioso Blogue ("MONTMARTRE SECRET") da "Cidade-Luz", onde podemos (re)ler: "Le poète portugais MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO, 1890 - 1916, habita dans cette maison et y mourut le 26 avril 1916"...
14 comentários:
Obrigada😉
Esta é a única Tabacaria que tenho com marcador.
Há precisamente 23 anos passei um dia maravilhoso na Casa Fernando Pessoa e em outros lugares ligados à vida do meu Poeta preferido.
Tb gostaria de lá estar hoje...
Bom dia!
Quizás hoy sea más conocido que en vida.
Bonito marcador
Bom domingo
Fernando Pessoa é eterno; estará sempre presente e será sempre lido!
Boa fotografia de uma boa revista.
Bom dia!
Bonito marcapáginas.
Feliz domingo.
Bonita homenagem para um grande escritor.
Bom dia para todos
Ás veces hai que morrer para que te aprecien ( que ironía!).
Merecida homenaxe.
Apertas.
Como sabe, esta Tabacaria veio da Livraria Leitura, do Porto, pois aqui na cidade ninguém a conhecia...
Bom dia aí na Invicta🎄
Também gosto muito.
Que tenhas um bom domingo! 🎄
Um dos melhores, para mim.
Um bom dia tb para ti!
Apertas de Advento🎄
Verdade!
E com a ajuda de muitos outros países estrangeiros, felizmente.
Sabes que ele foi recusado para bibliotecário do Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, por falta de habilitações?
Ridículo, não é?
Apertas de Advento🎄
Esta Tabacaria é de 2003. Nunca mais tive notícias dela. Penso que acabou há muitos anos.
Bj
Sem dúvida!
Hoje é conhecido e apreciado em todo o mundo literário.
Bom domingo!🎄
Non sabía. Xa ves! Como decimos por aquí: "o que perderon!".
Apertas frías (polo tempo, eh)
Há 90 anos, o nosso País perdia uma figura maior da Literatura Lusófona! Um Autor que, apesar das polémicas "reservas" de alguns críticos, entre os quais o erudito médico Mário SARAIVA - que, no seu trabalho interpretativo sobre "O Caso Clínico de Fernando Pessoa" (ed. Referendo, 1990), não hesita em associar a "origem" dos heterónimos Pessoanos ao próprio estado psíquico do celebrado Artista da palavra! -, continua a merecer a nossa admiração pelo seu requinte formal de beleza estética, patente em poemas tão inspirados como, por exemplo, na clássica "Mensagem".
Neste ano em que os Portugueses (mais) atentos às Letras e às Artes registaram, igualmente, os 110 anos do primeiro número (1915, Março) da efémera e histórica revista "Orpheu", vale a pena, por isso recordar, mesmo de forma muito sumária, o "anúncio" de um trágico episódio biográfico, que me suscita particular interesse, relacionado com os conturbados quotidianos de dois dos seus responsáveis, Fernando PESSOA (13.6.1888 - 30.11.1935) e Mário de SÁ-CARNEIRO (19.5.1890 - 26.4.1916).
Lamento mas, nestas delicadas circunstâncias, importa relembrar aqui a carta, particularmente dramática, que, alguns dias antes do "abismo" - suicídio -, num boémio "quartier" de Paris (Rua Victor Massé), Mário de SÁ-CARNEIRO enviou ao seu fidelíssimo Amigo e POETA [Fernando PESSOA], um "torturado e lancinante" documento que ANDRÉE Crabeé ROCHA nos oferece, criteriosamente, nas páginas (372 e 373) do valioso ensaio "A Epistolografia em Portugal" [de 1965 (Almedina), reeditado em 1985 pela IN/CM]:
"Paris, 31 de Março de 1916 / Meu querido Amigo, / A menos dum milagre na próxima 2.ª feira, 3 (ou mesmo na véspera) o seu Mário de Sá Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. (...) Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando (...). Hoje vou viver o meu último dia feliz. (...) Pode fazer publicar os versos em volume, em revistas, etc. Deve juntar aquela quadra: 'Quando eu morrer batam as latas', etc. (...) / (...) Você e o meu Pai são as únicas duas pessoas a quem escrevo. (...) Todo o meu afecto e a minha gratidão por você, meu querido Fernando Pessoa num longo, num interminável abraço de Alma. / O seu, seu / MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO. / (...) Adeus. Se não conseguir arranjar amanhã a estricnina em dose suficiente, deito-me para debaixo do 'Metro'... Não se zangue comigo."
Temos de ficar por aqui, embora deixemos por comentar o (compreensível) carácter lacónico e ambíguo da "lápide" evocativa do promissor e malogrado Poeta, visível num edifício (n.º 29) da referida artéria Parisiense, conforme a imagem publicada, em 2017, num curioso Blogue ("MONTMARTRE SECRET") da "Cidade-Luz", onde podemos (re)ler: "Le poète portugais MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO, 1890 - 1916, habita dans cette maison et y mourut le 26 avril 1916"...
Muito GRATO pela atenção e Boa Noite!
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