" Do ponto de vista médico não tenho qualquer dúvida que proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas. As pessoas que aconselham o Papa deveriam ser mais cultas."
- declarações de D.Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas, à Agência Lusa.
Felizmente a Igreja Católica não fala a uma só vez, e ainda bem para os próprios católicos.
Correndo o risco de inflamar debates, sem prejuízo de concordar que o preservativo é uma arma importante contra a sida, não estou certo de que as palavras do Papa, no devido contexto, não façam sentido. A minha "experiência" prisional diz-me que a aposta no preservativo, por razões culturais, resulta muitas vezes em nada, com o consequente risco de infecção. Aqui há uns anos, visitei um EP que tinha um stock gigantesco de preservativos, que ninguém tocava. Pela mesma altura, recebi uma reacção indignada de um recluso, quando perguntei se havia facilidade no acesso a preservativos. Isto para dizer que uma aposta num método de prevenção culturalmente desadequado (se e enquanto o for) pode descansar as nossas consciências, mas efectivamente nada fazer pela prevenção do mal. Ou seja, não é o uso do preservativo que agrava o mal, mas a aposta falhada no mesmo.
Caro JP, O que é que quer dizer com estas duas proposições?
"Ou seja, não é o uso do preservativo que agrava o mal, mas a aposta falhada no mesmo".
A primeira entende-se, a segunda, confesso que não. Será o uso falhado porque não é 100% seguro? Ou será porque não se quer usar de todo aquele método?...? A.R.
O que quero dizer é que uma estratégia centrada no preservativo pode falhar se os destinatários de tal estratégia, de todo, recusarem o seu uso. Bom dia!
JP, Para mim a pessoa que recusa usar o método sabendo que é portadora é um assassino/a por crime voluntário. Caso o não saiba e leve uma vida de risco é-o por negligência. A.R.
Bom, o drama n.º 1 é que boa parte dos africanos portadores deve ignorar o facto. O drama n.º 2 é que de nada serve formular juízos sobre condutas individuais, por correctos que sejam, se a realidade conduz à transmissão da infecção.
9 comentários:
Seria vez ou voz?
Concordo plenamente!
A.R.
Correndo o risco de inflamar debates, sem prejuízo de concordar que o preservativo é uma arma importante contra a sida, não estou certo de que as palavras do Papa, no devido contexto, não façam sentido.
A minha "experiência" prisional diz-me que a aposta no preservativo, por razões culturais, resulta muitas vezes em nada, com o consequente risco de infecção. Aqui há uns anos, visitei um EP que tinha um stock gigantesco de preservativos, que ninguém tocava. Pela mesma altura, recebi uma reacção indignada de um recluso, quando perguntei se havia facilidade no acesso a preservativos.
Isto para dizer que uma aposta num método de prevenção culturalmente desadequado (se e enquanto o for) pode descansar as nossas consciências, mas efectivamente nada fazer pela prevenção do mal.
Ou seja, não é o uso do preservativo que agrava o mal, mas a aposta falhada no mesmo.
NÃO PERCEBI NADA DO COMENTÁRIO ANTERIOR!
Claro que era a uma só voz. Vou emendar.
Caro JP,
O que é que quer dizer com estas duas proposições?
"Ou seja, não é o uso do preservativo que agrava o mal, mas a aposta falhada no mesmo".
A primeira entende-se, a segunda, confesso que não. Será o uso falhado porque não é 100% seguro?
Ou será porque não se quer usar de todo aquele método?...?
A.R.
O que quero dizer é que uma estratégia centrada no preservativo pode falhar se os destinatários de tal estratégia, de todo, recusarem o seu uso.
Bom dia!
JP,
Para mim a pessoa que recusa usar o método sabendo que é portadora é um assassino/a por crime voluntário. Caso o não saiba e leve uma vida de risco é-o por negligência.
A.R.
Bom, o drama n.º 1 é que boa parte dos africanos portadores deve ignorar o facto.
O drama n.º 2 é que de nada serve formular juízos sobre condutas individuais, por correctos que sejam, se a realidade conduz à transmissão da infecção.
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